Ushuaia
12º dia 20/11/2017
O Começo do Retorno
Deixando o Ushuaia
A segunda-feira amanheceu também muito fria e logo cedo começaram os gritos em ambas as casas-cabanas: vamos acordar cambada! .. tá na hora! .. quem dormiu ... dormiu.. agora começa o caminho de volta, etc.......
Os termômetros marcavam 1 grau, com a sensação térmica de -5º, portanto, um outro dia gelado estava começando para nós. A neve estava lá, branqueando tudo e todos. Do grupo, quase todos que já haviam "acertado" as contas com a administração do hotel e estavam acomodando as bagagens, limpando a motocicleta, estando liberados do abastecimento. Desses, Angelino, que não efetuara o pagamento na noite anterior, estava desesperado querendo efetuar o acerto, de modo a não segurar o comboio. Angelino já não abastecera, portanto, tinha duas tarefas ainda a fazer. O cruel pagamento não se concretizava, pois na administração não havia ninguém ou estavam dormindo. Já bati na porta, já bati na janela e nada de ninguém aparecer, dizia Angelino. ... Deixa o dinheiro em baixo da porta... sugeriu um ... Um outro, disse: bate mais forte, ... grita ... chama pelo administrador.
Ajudado por outros, Angelino conseguiu efetuar o pagamento e com Geomário, Fabiana, Arli e eu, partimos para o posto bem próximo ao hotel, enquanto o restante do comboio ainda concluía os últimos detalhes. Antonino, que ao longo da expedição vinha sendo o último a acordar, até falou para Arli: .. não adianta sair tão cedo ... ouvi falar que o ideal é sair depois das 10 horas, por causa da neve ..... Fiquei imaginando este diálogo: ... Tchê Arli, já falei com os caras aí... e não é aconselhável sair antes das 10 ! ... Tchê Arli .. tu compreende?
Ao longo da viagem, por diversas vezes o pedritense,por se o último a acordar, o comboio saia e depois de algum tempo ele alcançava, ultrapassava, acompanhava e voltava a andar na dianteira.
E paramos no Pórtico principal da cidade, onde a polícia passava as seguintes orientações: .... vão devagar; a neve está alta; muita atenção e mantenham distância de uma moto para a outra.
Uns vinte metros à frente, a parada para as fotos de despedida do Ushuaia. Já estávamos, assim como outros motociclistas, de regresso.
Com muita alegria, gritos, assovios e buzinas, o grupo, agora com as luvas amarelas, foi deixando o Ushuaia. Até outra vez!! gritou alguém .... Eu volto ... rebateu outro! ... eu volto de avião, disse um outro e começamos a rodar.
Um retorno, no retorno e às pressas
Mal teve a primeira curva, e a neve estava lá .... muita neve ...... neve para todos os lados ..... dois trilhos, deixados pelas rodas dos veículos, era a estrada de rodagem. Vagarosamente e com muito receio, as atenções estavam voltadas para aquele trilho.
O cenário, no entorno, era demasiadamente lindo, ainda que muito desconhecido para nós. ... por vezes dava para contemplar, por outras somente se concentrar e rodar. ...... Tudo ia muito bem até a uns 15 km rodados, quando um motociclista, no sentido contrário vinha acenando com um dos braços ..... e gritava: parem! .. não prossigam! ... a estrada fechou ! .... muita neve ! retornem! ... e o motociclista parou ao lado da metade do comboio. Era o Renato, de Lages, que saíra bem mais cedo, posto que estava com motocicleta de baixa cilindrada e iria ganhar algum tempo.
Comboio parado ... o que fazer ? retornar, vamos retornar para o Pórtico ............. e começamos as manobras para o retorno. Essa tarefa esteve por demais complicada, posto que as motos estavam em um trilho e para sair deste era quase impossível, dada à camada de gelo que estava muito alta.... Eu ajudo, falou o Renato. .... todos ajudam todos... pois temos que voltar, falou um outro alguém .....
.. tira o gelo do trilho! ... faz um caminho para a roda da moto! ....devagar ! ... aí... puxa! empurra! .... acelera! .... calma! ........ e aos gritos, aos trancos e barrancos fomos redirecionando as motos.... Renato ainda redirecionou as motocicletas do Arli e da Fabi. Os demais, cada qual tratou da sua.
Os carros, que vinham logo atrás, sinalizavam e eram obrigados a parar. Alguns argentinos diziam .... no se puede parar aí .... adelante! Que "adelante" nada.... nosso negócio era retornar mesmo. !!!!..... alguém respondia...
A preocupação, ou quase pane, se assolou da gurizada.... dava para ver nos rostos e alguns pequenos diálogos......
Assim mesmo, houve espaço para alguns risos, uns outros gritos e fotos.
Arli chegou a falar: ... e agora, já saímos do hotel ... como vai ser ? ... mas ficou falando, depois pensando, pois o comboio começou o retorno, agora aceleradamente.
Ao longo do trajeto de retorno, o aviso aos demais motociclistas que vinham na direção contrária ... e estes imediatamente retornavam.
Voltamos ao Pórtico e alguns foram até aos policiais para saber como ficaria a situação. Em até 3 horas ! ... Daqui a pouco! ... depende da intensidade da neve ! ...... as máquinas limpa-neve devem passar daqui a pouco .... é que mais se falava no entorno.
Assim, fomos para o interior de um posto de serviços, a uns dois quilômetros, para cafés quente e esperar ........ Lá, Antonino falou: .... tchê eu já sabia disso .... falei para o Arli , Tchê ! e passamos para o café quente. Ele tinha razão! Alguns aproveitaram para "relatar" a situação aos familiares, via WhatsApp. Em pouco tempo, a notícia de que o comboio estava "preso" e sem previsão de continuidade da viagem, chegava em Rio Grande, rebatia em Santa Maria, sofria detalhamentos na fronteira, chegava assustador em Caxias do Sul, espalhava-se por Porto Alegre e acabava ressoando em Macapá. Esperar, não tem jeito .... consolavam-se mais dezenas de motociclistas amontoados no interior do posto de serviços. Sob uma calefação extraordinária, esgotaram-se os estoques de cafés e sanduíches. Era feriado na Argentina: 20 de novembro, dia da Soberania Nacional. Passadas quase duas horas, uns gritos ressoaram: .... a estrada abriu! .... está aberta a estrada! .... e saímos na corrida montando nos cavalos de ferro e ... bóra lá pegar a estrada. Pelo cenário, as máquinas haviam retirado a neve, pois o acúmulo desta era enorme à beira da rodovia. A pista propriamente estava boa, porém um pouco úmida demais, mas deu para rodar tranquilamente. Veio o sol, e com ele a quase certeza de que não teríamos mais neve naquela manhã e, ademais, estávamos saindo da região montanhosa, quilometricamente rápidos.
Deixando o Ushuaia
A segunda-feira amanheceu também muito fria e logo cedo começaram os gritos em ambas as casas-cabanas: vamos acordar cambada! .. tá na hora! .. quem dormiu ... dormiu.. agora começa o caminho de volta, etc.......
Os termômetros marcavam 1 grau, com a sensação térmica de -5º, portanto, um outro dia gelado estava começando para nós. A neve estava lá, branqueando tudo e todos. Do grupo, quase todos que já haviam "acertado" as contas com a administração do hotel e estavam acomodando as bagagens, limpando a motocicleta, estando liberados do abastecimento. Desses, Angelino, que não efetuara o pagamento na noite anterior, estava desesperado querendo efetuar o acerto, de modo a não segurar o comboio. Angelino já não abastecera, portanto, tinha duas tarefas ainda a fazer. O cruel pagamento não se concretizava, pois na administração não havia ninguém ou estavam dormindo. Já bati na porta, já bati na janela e nada de ninguém aparecer, dizia Angelino. ... Deixa o dinheiro em baixo da porta... sugeriu um ... Um outro, disse: bate mais forte, ... grita ... chama pelo administrador. Ajudado por outros, Angelino conseguiu efetuar o pagamento e com Geomário, Fabiana, Arli e eu, partimos para o posto bem próximo ao hotel, enquanto o restante do comboio ainda concluía os últimos detalhes. Antonino, que ao longo da expedição vinha sendo o último a acordar, até falou para Arli: .. não adianta sair tão cedo ... ouvi falar que o ideal é sair depois das 10 horas, por causa da neve ..... Fiquei imaginando este diálogo: ... Tchê Arli, já falei com os caras aí... e não é aconselhável sair antes das 10 ! ... Tchê Arli .. tu compreende?
Ao longo da viagem, por diversas vezes o pedritense,por se o último a acordar, o comboio saia e depois de algum tempo ele alcançava, ultrapassava, acompanhava e voltava a andar na dianteira.
E paramos no Pórtico principal da cidade, onde a polícia passava as seguintes orientações: .... vão devagar; a neve está alta; muita atenção e mantenham distância de uma moto para a outra.
Uns vinte metros à frente, a parada para as fotos de despedida do Ushuaia. Já estávamos, assim como outros motociclistas, de regresso.
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| Na foto de Peterson, a despedida do Ushuaia |
Com muita alegria, gritos, assovios e buzinas, o grupo, agora com as luvas amarelas, foi deixando o Ushuaia. Até outra vez!! gritou alguém .... Eu volto ... rebateu outro! ... eu volto de avião, disse um outro e começamos a rodar.
Um retorno, no retorno e às pressas
Mal teve a primeira curva, e a neve estava lá .... muita neve ...... neve para todos os lados ..... dois trilhos, deixados pelas rodas dos veículos, era a estrada de rodagem. Vagarosamente e com muito receio, as atenções estavam voltadas para aquele trilho.
.. tira o gelo do trilho! ... faz um caminho para a roda da moto! ....devagar ! ... aí... puxa! empurra! .... acelera! .... calma! ........ e aos gritos, aos trancos e barrancos fomos redirecionando as motos.... Renato ainda redirecionou as motocicletas do Arli e da Fabi. Os demais, cada qual tratou da sua. Os carros, que vinham logo atrás, sinalizavam e eram obrigados a parar. Alguns argentinos diziam .... no se puede parar aí .... adelante! Que "adelante" nada.... nosso negócio era retornar mesmo. !!!!..... alguém respondia...
A preocupação, ou quase pane, se assolou da gurizada.... dava para ver nos rostos e alguns pequenos diálogos......
Assim mesmo, houve espaço para alguns risos, uns outros gritos e fotos.
Arli chegou a falar: ... e agora, já saímos do hotel ... como vai ser ? ... mas ficou falando, depois pensando, pois o comboio começou o retorno, agora aceleradamente.
Ao longo do trajeto de retorno, o aviso aos demais motociclistas que vinham na direção contrária ... e estes imediatamente retornavam.
Assim, fomos para o interior de um posto de serviços, a uns dois quilômetros, para cafés quente e esperar ........ Lá, Antonino falou: .... tchê eu já sabia disso .... falei para o Arli , Tchê ! e passamos para o café quente. Ele tinha razão! Alguns aproveitaram para "relatar" a situação aos familiares, via WhatsApp. Em pouco tempo, a notícia de que o comboio estava "preso" e sem previsão de continuidade da viagem, chegava em Rio Grande, rebatia em Santa Maria, sofria detalhamentos na fronteira, chegava assustador em Caxias do Sul, espalhava-se por Porto Alegre e acabava ressoando em Macapá. Esperar, não tem jeito .... consolavam-se mais dezenas de motociclistas amontoados no interior do posto de serviços. Sob uma calefação extraordinária, esgotaram-se os estoques de cafés e sanduíches. Era feriado na Argentina: 20 de novembro, dia da Soberania Nacional. Passadas quase duas horas, uns gritos ressoaram: .... a estrada abriu! .... está aberta a estrada! .... e saímos na corrida montando nos cavalos de ferro e ... bóra lá pegar a estrada. Pelo cenário, as máquinas haviam retirado a neve, pois o acúmulo desta era enorme à beira da rodovia. A pista propriamente estava boa, porém um pouco úmida demais, mas deu para rodar tranquilamente. Veio o sol, e com ele a quase certeza de que não teríamos mais neve naquela manhã e, ademais, estávamos saindo da região montanhosa, quilometricamente rápidos.
Posto Cheio de motociclistas,
Tanques vazios de combustível
Rodamos 103 Km até a cidade de Tolhui, com o intuito de abaster as motocicletas, o que não foi possível, uma vez que o posto estava sendo reabastecido nos compartimentos de combustível.
Meia hora ...disse um frentista. .... muito para nós ... foi a conclusão. No entanto, nos demoramos um pouco entre conversas, águas e idas ao banheiro. Renato, o parceiro de Lages, voltou a aparecer. Cumprimentamo-nos novamente e começamos a nos despedir quase que imediatamente.
Combustível para as Motos
Lanche para os motociclistas
Eram 14 horas e 30 minutos, quando começamos a adentrar no posto de serviços a poucos quilômetros da cidade de Rio Grande.
A parada programada serviria para reabastecer, tanto as máquinas quanto os condutores, porém nada de gastar muito tempo, asseverara o pessoal do carro de apoio, ... numa leve pressão ..... Outros motociclistas já haviam chegado e outros tantos continuavam a chegar do Ushuaia.
queda e susto
A não mais do que 5 km da saída da cidade de Rio Grande, num trevo, foi que o comboio levou um "baita" susto. Rodávamos tranquilos e como quase sempre, as motos custons (Fabi, Arli e eu) ali, próximas umas das outras, porém em fila. Arli, o bom amigo, resolveu trafegar quase que lado a lado a motocicleta de Fabiana .... e foram vindo, pois eu trafegava à frente de ambos, . . . até que nas proximidades do trevo, em uma curva para o lado direito, o parceiro não a vence, muito embora rodasse em média velocidade. Saiu para a lateral, encarou uma brita, a motocicleta derrapou e o parceiro foi ao solo ..... A barulheira foi tamanha que pensei que haviam se embolado, Arli e Fabi, mas não ... Fabi passou e, pelo retrovisor, vi o Arli amargando o solo..... Rapidamente vários pararam, assim como o carro de apoio, dele saltando os parceiros..... 
Arli se levantou, bateu a poeira.... e vários levantaram a moto..... Por sorte, nada de grave... somente o pedal do freio que sofrera danos.... nada que uma boa ferramente não o recolocasse "meio que no lugar" .... Fabiana exclamou:.... Deusolivre ! Eu vi que ia dar meleca Seu Arli... não pode rodar ao lado de outra moto... ... eu vi que ia dar nisso !!!! Ficamos parados por algum tempo ali, para nos refazer do susto, agradecer pelo "nada que fora a queda", fazer e escutar os comentários, observar os avisos de "se cuidem" ... "prestem a atenção" ... "se liguem" ... e assim fomos pegando as motos para retomar o ritmo de estrada. Agora duas fronteiras:
Deixar a Argentina, Ingressar no Chile
Na sequencia, a saída da Argentina e nosso ingresso no Chile. Tudo programado para acontecer ainda nesta segunda-feira. Portanto, rodas para quem te quero ....
Como estávamos deixando a Argentina, tudo foi muito tranquilo e rápido. Todos novamente no trecho de chão batido até a fronteira com o Chile.
documental
A rapidez de saída da Argentina, claro, não seria a mesma de ingresso no Chile. Alguns pararam pararam para se "esticar" e outros voaram para os guichês realizar os trâmites aduaneiros. 
Fernando saiu
entregando "um dos papeis" recebidos na Argentina para o primeiro agente que encontrou .... e errou. Ao fazer isso, entregou a papeleta do procedimento nº 01 para o agente que deveria receber a papeleta do procedimento nº 04.
E a turma foi passando pelos procedimentos, 01, 02. 03 e o último que seria o 04, que é exatamente o de vistoria do veículos. Fernando, obviamente que esbarrou no procedimento 01, pois já não tinha o tal papel ...... - que papel perguntou o rio-grandino ...?
- igual a este qui, disse o agente, mostrando um outro papel .....
- há... eu já entreguei para o guarda lá fora ...
- como assim ... é aqui que deves entregar, eu carimbo e o senhor vai para o passo 02 e assim por diante....
Instalou-se o pavor no Fernando e quem por ali estava tentava esclarecer, ajudar resolver ....
Disse o agente: sem o papel, não passa ..... volta lá na Argentina ....
Como assim, o senhor quer que eu volte ? Sozinho ! ... pois saiba que eu já entreguei o papel ....
Para quem?
Para um outro senhor lá na rua .....Eu não sei quem ... dizia Fernando.
Na verdade, quando do procedimento 4, o agente pega a papeleta, analisa se os demais trâmites estão devidamente carimbados, faz ou não a vistoria no veículo, libera e coloca o papel num latão grande de lixo.
Então ali, no latão é que deveria estar o papel do Fernando. E depois de tantas explicações, ruborizações do Fernando, e intervenção do Antonino, o agente se predispôs a chamar um "superior" que junto foi até o tal latão .... procuraram.... procuraram e .... encontraram o papel do Fernando .... Que alívio.
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| Esperando pelo Fernando |
Rodamos e logo chegou a danada estrada de rípio. Olhamos, Antonino já estava na ponta da estrada concretada e ... fomos para a ponta da estrada também: Arli, Fabiana e eu. Geomário até chegou na ponta ... viu algumas dificuldades que teríamos para ingressar, dado a altura da cabeceira da nova rodovia, e desistiu ... resolveu encarar o rípio. Antonino, que prepara uma "entrada" com a colocação de alguns sacos de areia que por li estavam, dizia: Tchê Gilberto, acelera ... quando chegar aqui ... acelera a valer ..... e acelerei, a moto deu um salto e arrancou um pedaço do concreto, mas foi ..........
Quando chegou a vez do Arli, disse ele: Tchê Arli, é assim: ... vai devagar, mas forte ...entendeu Tchê! ... e o Arli conseguiu ..... Também a Fabi foi subindo e logo começamos a rodar .... "estreando" a nova rodovia. Alcançamos uma velocidade na ordem de 100 km, assistindo ao lado os veículos e motos, mais lentos, com muitos solavancos e poeira ... Por duas vezes, Arli, que ia à frente, parou para afastar um pouco os obstáculos, cones em plásticos, de maneira a dar passagem para as nossas motos.... e assim chegamos ao asfalto. Uma parada na estrada para os que vinham pelo rípio dar uma respirada, e os comentários: Disse Celso: .. eu nem queria ver se a polícia chilena atacasse vocês invadindo aquela estrada, que ainda não está liberada ..... Tchê Celso, disse o pedritense ... eu já tinha todas as respostas ..... ademais, não há policias aqui por perto .... já passamos por aqui da outra vez .... tu não lembra tchê? Por fim, achamos que foi uma muito boa ter evitado a estrada de rípio. Foi arriscado, foi. Porém, como se diz por aí: .... quem não arrisca, não petisca, Tchê!
13º dia 21/11/2017
E chegamos na cidade de Cerro Sombrero, mesmo local e mesmo hotel onde já havíamos nos hospedados quando da ida para o Ushuaia. Praticamente a mesma distribuição das pessoas pelos quartos, lanche com refrigerantes e cervejas , muitas conversas e descanso geral para a turma, pois havíamos rodado 420 km desde o Uhsuaia.
Depois de instalados, Paulo e Angelino me convidaram para uma cerveja no restaurante do Hotel, ao que atendi de pronto. Por lá ficamos proseando algo em torno de uma hora e pouco. 
No trajeto, entre uma edificação e outra, a constatação de um grande número de barracas espalhadas pela parte externa do hotel. Depois ficamos sabendo se tratar de uma centena de pessoas da Alemanha, que por lá estavam realizando algum treinamento, sem ficarmos sabendo ao certo do que se tratava. Manhã fria e ventosa.
Hora de deixar o Chile e retornar para a Argentina
Cerro Sombrero amanheceu com temperatura de 8º, com vento superior a 32 km por hora, segundo a informação do Fernando.
Hora de tomar café, arrumar as bagagens retiradas das motocicletas e carro de apoio, e pegar a estrada. Pela frente, a travessia da balsa no estreito de Magalhães, as aduanas e novamente rodar em solo argentino, a caminho de casa. Aqui, Fernando até tentou escolher uma mesa para o seu café ... ao que senhora que servia as mesas disse: No! .. é ali ! Depois, Fernando,ainda tentou um segundo ovo frito .... No!, disse a mesma senhora. Esquentando as máquinas
Hora então de esquentar os motores, fazer as checagens de rotina, onde cada um auxiliava, vistoria e ajudava os mais próximos e assim, todos foram ficando prontos para rodar com destino à travessia da balsa. Era bem cedo da manhã, pouco antes da 8 horas.
A balsa e a travessia do estreito de Magalhães
A distância percorrida até a balsa foi de 32 km, com exatos 32 km de velocidade do vento. Bastante gelado foi esse trajeto, porém rápido em função da boa qualidade do asfalto. Como a balsa se encontrava ainda do outro lado, o tempo de espera, não mais do que trinta minutos, serviu para os registros fotográficos por parte da turma.
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| Angelino, registrando a sua saída do Chile |
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| Fabiana, no frio do estreito de Magalhães |
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| Alinhando as motos |
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| Poucos na balsa |
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| O bom humor e as brincadeira na balsa |
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| Registando os fatos |
Deixamos a balsa, e logo em seguida chegamos na aduana conjunta entre os dois países. Seria assim, para nós, a última aduana entre Chile e Argentina. Sem nenhum problema para os trâmites, logo ingressamos em solo argentino, mas precisamente na Província de Santa Cruz . 
Os relógios marcavam 11 horas, quando o comboio chegou a um posto de serviços em Rio Gallegos. Parada para reabastecimento, lanche e descanso.
a rodar com objetivo de pernoitar em Caleta Olivia.
Opa ... que peso !
Com uma parada extra e exclusiva para a liberação do líquido formado pelos rins, cuja expedição acontece pela uretra, Arli não nivelou direito o pedal da motocicleta, deixando-a meio bamba. Com o vento que soprava, a Shadow bateu em cheio na porção musculosa da parte dorsal traseira. Ou seja, Arli foi fazer xixi e levou uma motocada na bunda. Que susto, disse Arli que ainda teve problemas para recolocar a moto na posição ideal novamente .
O grupo já rodara mais dou mais de 200 km, quando fez uma nova parada, agora em Comandante Luis Piedrabuena. Tão somente reabastecimento, lanche rápido e todos de volta à rodovia.
A puxada estava prá lá de rápida. A velocidade estava oscilando entre 130 , 140 km, quase que uma disparada coletiva. A rodovia estava ajudando em muito. Como o objetivo se encontrava traçado, era só ir buscá-lo. Mais 120 km rodados e chegamos em Puerto San Julian. Aqui, com proposta de uma parada mais espaçada, para descanso, reabastecimento e lanches.
Acelerados, efetuamos uma nova parada em Três Cerros, tão somente para abastecimento e depois uma outra em Fitz Roy, com intensão somente de reabastecimento, mas não foi bem assim, nesta última.
Incidente com um argentino
Foi na retomada, na saída do posto de serviços, quando Paulo começou a puxar o comboio em direção à rodovia. No sentido contrário, um carro argentino por muito pouco não bateu lateralmente na motocicleta. A isso se deveu a uma manobra muito hábil do motociclista que, imediatamente, deu a volta e, sob muita poeria, esbravejou, bateu na porta lateral do veículo, xingando, gritando e exclamando contra o argentino.
Desorientado, o motorista argentino saiu do veículo, gesticulou, se desculpou... até que a turma do carro de apoio, que naquele momento estava sob a direção do Alberi, solicitou calma e vários foram chegando para acalmar os ânimos. Foram minutos de muita tensão.
E deixamos Fitz Roy tendo esta como a última parada da tarde, mas não foi. Aqui, uma troca de condutores. Peterson pediu ao Fernando para conduzir a motocicleta do rio-grandino até Caleta Oliva, o destino final, ao que foi atendido. Fernando então, passou para o carro de apoio. Deixamos o posto de serviços, ainda sob o impacto da discussão ali vivida. A turma das big trails puxaram em frente e sumiram, assim como o Peterson que lascou a aceleração na moto do Fernando. Logo atrás, as custons e o carro de apoio.
Soltou a Corrente da Moto
A velocidade estava baixa e, logo a uns 10 km rodados, a motocicleta da Fabiana deu um tranco e soltou a corrente, que acabou saindo, literalmente, do pinhão e coroa, vindo ficar trancada na lateral da balança. A sorte - dupla - esteve no fato de que estávamos com uma velocidade bem baixa naquela hora, e que a a corrente não travou a moto. Mas foi um tranco e tanto que a Fabiana ficou, por segundos, sem saber direito o que estava acontecendo. A aceleração continuava, porém a moto perdia em velocidade gradativamente.
Aos poucos, fomos parando junto ao acostamento. Todos desceram para ver o que estava acontecendo e a constatar os fatos. 
Rapidamente, a turma do carro de apoio tratou do ferramental e de soltar a corrente, colocá-la no seu devido lugar, regular e tocar em frente. Celso e Alberi foram decisivos nesse processo. Foram rápidos e eficientes, no tocante a recolar a corrente de volta a funcionar. Foi uns vinte minutos de trabalho. Imagina se acontecesse em alta velocidade, falou Alberi. DeusoLivre, falou a Fabiana. Prontos para rodar, agora foi a vez da embreagem sinalizar que estava danificada. Moto sem força, sem condições de aceleração e com a troca de marchas afetada. Logo foi constatado que tal trancaço teria afetado diretamente o disco de embreagem. 
Atento ao grupo último que não aparecia, Peterson resolveu voltar para ver o que estava acontecendo. Logo tomou conhecimento e falou que a turma já estava praticamente em Caleta Olivia. E foi logo falando para a Fabiana: não fica chateada ... amanhã resolveremos tudo isso. Além de nobre essa atitude de Peterson, foi muito digna de parceria de motociclismo, de verdadeiro parceiro de viagem ! .... E a minha moto !
Não ! ... disse Fernando ... minha moto levando todo esse ferro ! ... 190, 200 km brincou Peterson ....... Peterson deu um sorriso e lascou: ... esta bichinha está rodando o que nunca rodou nas tuas mãos Fernando! ....
Dá para continuar assim, foi a pergunta mais feita ali .... Vai dar sim, respondeu a Fabiana, arrancando lentamente e com lentidão continuou. Faltavam 59 km para o destino final do dia, onde chegamos bem ao anoitecer. Os demais do grupo já estavam em frente às cabanas.
Chegando em Caleta Oliva
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| Chegando na Cabanas |
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| E saindo para um outro local |
Fernando
recebeu a sua moto de volta. E nas cabanas tratamos de nos instalar e de descansar. Também jantamos e pensamos no que fazer com a moto da Fabi na manhã seguinte. Duas outras motos estavam apresentando anomalias, com vazamentos nas bengalas. As de Geomário e Angelino. As big trails estavam colocando óleo pelos retentores, nos garfos. Geomário consultou um grupo de proprietários de Triumph, que responderam não haver problemas maiores, bastando prudência ao pilotar.
Uma mão amiga Alberi, que mantivera desde o início conversações com grupos e com motociclistas da Argentina, colocou num grupo de discussões o fato ocorrido com a moto da Fabiana, e também perguntando se havia algum motociclista próximo que pudesse indicar um mecânico.
Em pouco tempo teve uma resposta amiga. Um motociclista logo passou nas cabanas com uma corrente que possivelmente serviria, indo, inclusive, mostrar uma oficina onde poderíamos levar a motocicleta na manhã seguinte. Peterson acompanhou o motociclista argentino, localizou a oficina e agradeceu ao colega. Na realidade, todos ficamos agradecidos pela disposição e parceria. 
E o grupo jantou arroz de carreteiro, preparado pelo Fernando.
Fora um dia
cheio de emoções e, por consequência, um longo dia E o grupo, começou a se recolher.
Antonino apareceu quando já passava das 23 horas, pois estivera ajudando um motociclista que teve - também - a corrente da moto danificada.
Fotos: vários autores, parceiros de viagem
Relato: Gilberto Cesar
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