sábado, 9 de dezembro de 2017

Ushuaia: A aventura do Moto Amigos RS - Parte 02

                                                                                                                                       
Ushuaia 
                                        
2º dia                                                
10/11/2017                                             
Deixando Dom Pedrito
          


            Ao clarear do dia, começaram as movimentações - ainda nos quartos - dos "viajeiros"  ....  vamos lá  cambada!    tá na hora!  .... nem dormi direito ! .... eu não vi nada !  ......   Mas o certo é que uns foram despertando os outros e rapidamente todos estavam prontos para a ceia matinal. Um excelente e farto café foi deixado sobre as mesas pela Carla.              
As orientações da  Carla
Em um bloco  de anotações, algumas instruções para o uso da jarra elétrica, como passar o café, onde se encontravam as frutas, como esquentar o leite, onde encontrar o café solúvel e tudo mais.             Arli, que não leu as instruções, foi logo colocando pó de café na xícara, como se fosse o café solúvel  ... se deu mal o parceiro... que disfarçadamente foi se livrando do produto  e do erro cometido.                                       
                 Tudo de muito ótimo no café, acompanhado de pedidos de "não façam tanto barulho ... pois a Carla está dormindo..."  ... por isso estão aí as instruções   .... "      E dê-lhe barulho!     

    
Passado o café, veio a retirada das motos da garagem, a perfilação na rua e esperar pela hora da saída.                            

    Grupo Completo       
e prontos para a deixar a cidade de Dom Pedrito.
Na foto do Alberi, os 11 viajantes rumo ao Ushuaia
Alberi - Celso - Fernando - Angelino - Peterson - Antonino e Arli
Gilberto Cesar - Fabiana - Paulo e Geomário

      E
a terra do Ponche Verde foi assistindo passar pelas principais ruas da cidade o comboio de aventureiros, que se deixava anunciar pelo ronco forte dos motores e pelas buzinas que os condutores faziam soar.                                                            
              Foi uma saída bem ao estilo triunfal ...  Os relógios marcavam 8h 40 minutos.                      

Livramento e Rivera:     
aduanas e câmbio                      
         Agora sob a liderança do Antonino, as paisagens da fronteira foram cruzando rapidamente pelos retrovisores e, em pouco tempo, adentramos na cidade de Santana do Livramento.                            Um pouco antes, a Fabiana precisou de socorro de combustível para a sua motoca.                               
      Na terra santanense, abastecimento no Posto Espigão para todas as motos, galão reserva de combustível e preparação paras os trâmites de aduanas.                 



Abastecimento na cidade de Livramento

A passagem pelas aduanas brasileira e uruguaya, as quais estão, inteligentemente, instaladas  lado a lado  em um Shopping na cidade de Rivera, não foi tão fácil.      Até lá chegarmos nos perdemos pelas ruas, uns foram para lá....  outros para acolá ... O problema se deu muito em função dos semáforos, que ao se fecharem, fragmentavam o comboio. Sem olhar o retrovisor, o primeiro do grupo se adiantava, o segundo o seguia e o terceiro também, porém o quarto o quinto e o sexto, ficavam parados no semáforo. Mas, ao cabo de 30 minutos, todos estavam chegando ao ponto aduaneiro.                    
Alberi e Angelino
Fernando, Paulo, Fabiana, Geomário e Antonino, na espera
 Nesse primeiro posto aduaneiro, a constatação de que os possuidores de passaporte levam alguma vantagem, em termos de tempo e preenchimento de papéis, em relação aos possuidores da Carteira de Identidade.                                                                                       Da aduana direto para uma agência de câmbio de moedas. A orientação era de que o grupo fizesse a troca da moeda brasileira, de modo a poder efetuar, no mínimo, um abastecimento em solo uruguayo, fazer lanches e efetuar  pagamentos de pedágios. Um parceiro do Antonino conduziu o grupo para esta operação.                                                 
O calmíssimo ambiente da casa de câmbio foi totalmente alterado pelos viajantes. Cada qual queria saber o que trocar, quanto trocar, e saber das cotações. Antonino, que transitava bem  pelas moedas, serviu de referência, pois ele fazia a conversão de dólar para pesos, pesos para reais, reais para dólar, dólar para todas as moedas. Uma verdadeira torre de babel, era o que mais parecia o ambiente.                             
Em solo uruguayo                                      
                 Do cambio de moedas direto para a estrada. A direção era Taquarembó e depois Payssandú, onde se encontra a fronteira com a Argentina, por meio da cidade de Cólon.                                E começamos a rodar em solo uruguayo.
           De Rivera até Taquarembó. A Ruta 5 colaborou bastante, de modo que era somente pilotagem e contemplação das paisagens orientais.    Mais descontração do que apreensão, era o que se notava no comboio. Uns passavam, outros se retinham, outros acenavam e assim os quilômetros foram sendo percorridos.                                          
              Ruim e precária ficou a situação quando ingressamos na Ruta 26. Já havíamos sido alertados pelo Moto Amigo, José Brito, que enviara, ainda em outubro, um alerta dizendo: está ruim mesmo. Faz tempo que está em obras, mas não está arrumada não .............                                            
Na foto de Peterson: Fabiana, Gilberto Cesar, Arli e Fernando
Se estivesse ruim, seria ótimo.                                  Mas a estrada estava precária, para não dizer ordinária. Buracos, pedras, pedregulhos, crateras, terra solta, terra fofa e poeira. Como estratégia, foi tirado que as custons, tal qual acontecera lá na BR 290 no primeiro dia, iriam na frente, para se ganhar tempo.                                 E as três custons partiram, (Arli, Fabiana e eu) acompanhados ainda pela moto do Fernando, uma Naked da Suzuki. O sofrimento foi terrível. Escapávamos de uma cratera e caíamos num buraco. Desviávamos de uma terra fofa e saíamos para o pedregulho.                                                             
Fernando, quase moído
 Cansativo, doído, chato e muito lento foram estes pouco mais de 120km na precária Ruta 26, algo atípico para o nosso querido Uruguay, que sempre primou por estradas de primeira linha.                                                                     Mas o bom de tudo é que saímos ilesos dessa empreitada. A primeira pergunta que se fez aos líderes do comboio, foi da possibilidade de uma rota alternativa para a volta, o que foi dito não haver.                          Portanto, não sofrer e deixar para pensar nisso somente no retorno.                      
Em Constância, com regalos                                            
 Aos poucos, e já na Ruta 3fomos chegando na localidade de Constância,  pertencente a Payssandú, onde paramos para efetuar abastecimento das motos, água e lanche para os condutores. Os comentários giraram em torno das condições da Ruta 26, do cansaço e do próximo trajeto: a fronteira entre Uruguay e Argentina.                                                              
Fabiana abasteceu a sua motocicleta e na hora do pagamento interrompeu uma conversa minha com o Celso e Angelino, dizendo: ... " pessoal, eu preciso de 20 uruguayos .... "   Vinte?  disse um outro alguém.. já não bastam os 10 brasileiros da viagem ? ... e o frentista replicou: 20 não, señorita , são 200 .....!    após muitas risadas e da ruborização da caxiense, o entendimento de que ela estava precisando na verdade era de 200 pesos uruguayos para complementar a grana do abastecimento.                                                      
Os bonés recebidos de presente









Aqui, uma baita gentileza da direção do posto de combustível: cada um ganhou um boné de presente.                                           Uma festa pelo "regalo".        
                  E voltamos a rodar, agora em direção as aduanas, visando cruzar a fronteira.             
No lado uruguayo, a tramitação de documentos de saída desse País e logo em seguida um pedágio de despedida.                                                              Na aduana, a parada obrigatória para a exibição dos documentos dos condutores e veículos do comboio.  
            A preparação para ingresso na aduana         


           Nessa parada novas orientações e "bóra" rodar.                 
           Tchê gurizada !, ... precisamos rodar muito ... volta e meia repetia o Antonino.          

Rodando em solo argentino                          
            Logradas as fronteiras, agora a cruzada sobre o Rio Uruguay, um velho conhecido das nossas fronteiras. Uma elevada e uma bela ponte. Em em sua metade, por meio da demarcação, anunciava  que já nos encontrávamos em solo argentino e a poucos quilômetros do nosso destino de pernoite, a cidade de Zárate.                                                


        A tarde já transcorria em mais da sua metade.  
Um descanso, agora na Província de Entre Rios, para o lanche da tarde e abastecimento das motocicletas.   

 No posto, ainda deu tempo  ainda para uma "mirada" em um antigo Fiat argentino, dos anos 70, que chegara para abastecer. Este belo carrinho, que certamente já fora Top, chamou muita a atenção de parte do grupo.                             E voltamos para a estrada, com uma temperatura se assimilava em muito a vivida pela manhã, ou seja, bastante suportável e na casa dos 22º.                     
   Botamos para rodar. 
Pedágio em Zárat

       Rodamos tão bem, que o comando resolveu ir além da cidade de Zárate .. ..  .  vamos adiante, justificaram .... principalmente o Antonino. Vamos evitar ficar em uma cidade grande. Deve ter algo adiante. Tem cidades pequenas...        vamos tocar Tchê !  
A definição em ir
 além da cidade de Zárate
Depois da conversação no pedágio, de um pequeno descanso e fotos, tratamos de voltar a rodar.                         


     Cruzamos efetivamente a cidade de Zárate.    
        Rodamos e os problemas começaram a se apresentar. A quase escuridão deixou o grupo um pouco apreensivo dado, inclusive, o alto movimento na rodovia. A presença de buracos ou falhas no asfalto sempre estão na ordem das preocupações.                           
 E o comboio seguia vagarosamente na tentativa de conseguir um lugar para acampar.  
                                  
A tentativa de acampar
 Foi encontrado um posto, meio que semi-operante, onde um simpático senhor, ali postado, disse que podíamos ficar, porém as condições eram precárias. Sugeriu irmos a uns 20 km em  frente. Tem  cidade "prá lá" , disse,  e tem mais condições.                

O primeiro acampamento                     
Aos trancos, chegamos a um outro local com um posto de combustível um pouco melhor. Ao lado, um restaurante com um grande gramado.    Será Aqui,  ... certamente todos pensaram ... e lá se foram Antonino, Alberi e Celso para a negociação.  Nossa promessa, ou nossa moeda de troca, seria  jantar no local e na manhã seguinte, o café da manhã.                                                                  Tudo negociado e tratamos de montar o acampamento. Seria o primeiro desde o início da viagem.                                                                  E alguns ajudaram os outros e entre risos e comentários e, o acampamento tomou forma.            

        Do grupo, dois eram novatos embarracas: Geomário e Angelino O primeiro estava estreando, além da barraca, também um saco de dormir feito para aguentar até 3 graus negativos!            
Paulo, Angelino, Peterson , Fabiana e Geomário
Gilberto Cesar, Alberi, Celso, Arli e Antonino
Passada 
a tempestade 
de humores,    passamos 
para o restaurante, a fim de jantarmos, que não contou com a presença do Fernando.            
     Devido a hora, o stress e a falta de estrutura do local, ninguém tomou banho neste segundo dia de viagem.                                                                 
              O comboio, que  rodara 60km a mais do que estava previsto, foi ficando mergulhado no silêncio gelado da noite.                                                                                                                      
                                                                          


3º dia                                                                  
11/11/2017                                        
Manhã Gelada                                    
                                         Foi na manhã seguinte que tratamos de saber direito o local onde estávamos. Tratava-se da localidade de San Antônio de Areco, na Província de Buenos Aires.                 
              O despertar foi na base da gritaria e zoada, comandadas pelo Arli, Celso, Peterson e Fernando.     Aos poucos, os parceiros começaram a deixar as barracas e cada qual foi tratando da desmontagem da sua cabana.                              Angelino gritou ao longe: como estás  Gelmário?  (Angelino por vezes ao invés de dizer Geomário, falava Gelmário .... entenda-se isso!                                                                    
            O Geomário encarangou ! .... gritou o Arli    
Como estás aí Cearense! Congelaste vivente? ... berrou o Celso.                                                       
             Tô aqui, respondeu o  Geomário, saindo bem devagar da sua barraca. Agora, bem próximo a Angelino,  que  voltou a perguntar: como foi a noite? como estava aí dentro da barraca?                                 Geladinho, Vixe ! respondeu o Geomário, esfregando as mãos.                                                                 Foi a deixa para que, quase todos, repetissem, aos berros ..." Vixe ! " .. E entre muitas gargalhadas, Geomário recebeu abraços e o carinho do grupo.                                                                                                                     

* a interjeição vixe, é usada principalmente no Ceará. Significa espanto , surpresa . Também muito usada associada com "maria".
Ex.: Vixe Maria !

Geomário é cearense,  residente em Macapá.

Bem humorados, ficamos a espera pela abertura do restaurante para cumprirmos o acordado, quanto ao café da manhã. Como acordamos por volta das 6h30, nem todos esperaram até as 7h. Os que esperaram, pagaram por um café super  caro. O preço do café foi o equivalente a uma boa refeição. ... Lascamo-nos!      
No posto ao lado, o café era expresso, bom e barato.

Retomando Caminhos                               
                           Café tomado e abastecimento realizado, o comboio ganhou a estrada.                     A formação praticamente se repetia: big trails a frente, o grupo de custons e a naked um pouco atrás, porém todos com velocidade alta; os primeiros na média de 130 km e o segundo grupo nos 120 km. Antonino e Geomário faziam cruzadas - indo e vindo  pelo comboio. Paulo esteve sempre à frente, puxando e apontando caminhos. Angelino desempenhava o papel de acompanhamento da retaguarda e por vezes se utilizava da parte mediana do comboio para rodar. Arli, Fabiana, Fernando e eu formamos o bloco da serenidade e, praticamente, rodávamos em parceria. Na retaguarda vinha o carro de apoio com Celso, Perterson e Alberi.                                                                                                   
Nlocalidade de Navarro, depois de quase duas horas de rodagem, uma parada para abastecimento da moto da Fabiana.                                              Nisto, a sugestão de alguém para que fossem revisados os níveis de óleo das motocicletas. 
                       Aqui uma grande surpresa: a moto da Fabiana estava praticamente sem óleo!      .... zeradinha falou o Geomário .... bebeu tudo, falou o PauloDeusoLivre! falou a Fabiana. Vários foram ver o que estava acontecendo. Ajuda aqui, ajuda ali. e foi feita a  compra do óleo ali no posto tendo a Shadow recebido mais sangue. Geomário, Celso e Alberi trataram de repor o óleo na motoca e, retomamos a viagem.                                                                 


         Recomeçamos  a viagem cientes de que a moto da Fabiana precisaria ser monitorada bem de perto.                                                    
  Bem mais adiante, mais combustível para a Shadow da Fabiana. Isso já estava programado e era somente pegar o líquido do galão reserva, junto ao carro de apoio. O que não estava planejado era a mangueira de combustível estar na moto do Geomário que, naquele momento, estava contemplando a natureza ou fotografando alguma coisa, sendo o último do comboio.                                      Vamos esperar, ... falou o Celso. O Vixe deve chegar logo!                                                         
                                                        
Ainda bem que temos               
esse galão e o carro de apoio, falou o Peterson para a Fabiana, que prontamente respondeu: DeusoLivre!

O Geomário foi chegando e o Angelino foi falando:          A mangueira está na tua moto !                 ....          Vixe! respondeu o parceiro. 
           Tudo então foi resolvido e a operação de transferência de combustível foi realizada.            


 E ganhamos novamente a estrada.


Abastecimento e Almoço                                       
              Em São Miguel del Monte, o comboio fez parada para abastecimento coletivo. Já passavam das 12 horas. Um bom descanso, pois o torque havia sido puxado e sob um sol bastante intenso.                     

Geomário e Arli aproveitaram  para                
calibragem dos      pneus   o que não foi         muito fácil e quase sem            sucesso, pois se perderam na hora de colocar a         moeda,e o sistema de medição era diferente. O ar nem chegou a sair direito.                                                                     Como a parada foi longa, deu tempo até  para um mate amargo.                                           
Grupo do Carro de Apoio mateando
 em São Miguel del Monte  

Todos abastecidos, rodar mais um pouco, para depois sentar para o almoço. Estávamos a poucos quilômetros da cidade de Azul, local planejado para a refeição de metade do dia. A região foi apresentando bastante vegetação, lindos campos e logo apareceram as edificações da cidade. Dela cruzamos um pouco até ganhar mais descampados, evitando assim o trânsito local que certamente estaria demasiado para aquele horário.                                

Refugiamo-nos a poucos  quilômetros da cidade.                                                                                     

Agora uma parada certamente mais longa, pois a turma estava falando em "cordeiro assado" uma sugestão do José Brito, via mensagens eletrônicas, desde o vizinho Uruguay. Devido a hora, soube-se que o cordeiro foi substituído por um resquício de parrillada.                                                              






Antonino preferiu ficar repousando  sob uma boa sombr           
Eu optei por um lanche e fui a um ponto próximo, coisa de 700 metros. Fabiana até acompanhou a turma, mas não pela refeição e sim pelo sinal de internet ...  O que mais a preocupava era saber da "senha do Wifi" ... com sinal, tudo ótimo...  sem o sinal.. tudo péssimo para a Fabiana.                       

 Já passava da meia tarde, quando voltamos a rodar, não tão rápido quanto se poderia e nem tão lentos, evitando, assim, escapar do sono. Rodamos nesse mesclado e fomos tratando do local para o pernoite.                                                                


Em Coronel Pringles foi onde aconteceu o último abastecimento da jornada.                                                                                    
Ao final do dia e por indicação de frentistas da localidade, nos dirigimos para a  cidade de Rio Colorado.              
                                                          
O segundo acampamento                                              Foi  cruel este final de dia. Novamente o descuido tomou conta do comando e a noite nos pegou em cheio, estrada à fora. A distância de onde estávamos até Rio Colorado parecia ter dobrado. O cansaço aumentava e a escuridão se agigantava. 
Um comboio muito mais do que lento, foi o resultado alcançado.                                                              


Stress e Uma reunião no escuro         
Em meio ao lento deslocamento, uma parada repentina e, aos   
brados do Fernando e  alaridos  de outros tantos, o Antonino ficou em maus lençóis para as perguntas:   - "não vê que estamos tratando da nossa  segurança ? ...                                  
-        eu não exergo direito,  tenho miopia                                    
-       precisa disso ?   
- por que descumprimos o cronograma ? .... e tantas outras reclamações.                                Foi uma reunião tumultuada e bem às escuras.                                                                 
         Calma Tchê! ... vamos com calma e vamos rodar juntos e devagar.  " Fernando .. me segue de perto! ... disse Antonino.                                         
                                          Sem alternativas, voltamos a rodar.          Tentando ajudar o Fernando, o Paulo tocava - a quase todo instante - luz alta, o que complicava ainda mais a situação do Rio-Grandino.                                                    
Lentamente, fomos chegando a um complexo turístico com hotel, camping municipal e local para refeições. O hotel estava caro demais, preferimos então o camping municipal, à exceção de Angelino, Geomário e Paulo.                                                   
                        Sem custos para os "viajeiros" e até com uma razoável estrutura, o camping somente deixou a desejar no quesito banho. A inexistência de água quente fez com que o banho fosse gelado.                   Uma verdadeira fria!                                            
Montado o campamento e  tomados os banhos          geladinhos,     ainda sobrou tempo e espaço para irmos, a pé, até uma pizzaria, logo ali, .... passando o Rio Colorado.                       
  No local, onde as conversas pouco giraram sobre a viagem, nos detemos por mais de hora, saciando fome e sede.                                                                    


            No retorno para o camping, ainda deu tempo para o Antonino me brindar com uma aula de geografia argentina.          Falou das províncias de Rio Negro e do Pampa;  das maçãs; da produção petrolífera; dos rios e do frio da região da patagônia. 
                   E fomos chegando ao camping.                      Como os  humores, que  não estavam "lá essas coisas", logo todos foram se apagando e silenciosamente "cada qual para o seu canto".                                                   
      Neste 3º Dia, algumas identificações foram se consolidando na forma de  apelidos e cacoetes:         
     Geomário, que já vinha sendo chamado de Gelmário, Paraíba, Ceará e Macapá, passou a ser chamado também de Vixe.                                                                     
         Fabiana, a "Pura Bucha",que não respira sem internet, passou a ser identificada pelo DeusoLivre!, expressão que utilizava praticamente para tudo.       

                                                                                                                                                                   


4º dia                                                                  
12/11/2017                                        

Hora de Partir                 
 Muito cedo do novo dia, Fernando e Arli acordaram a todos, sob muita fanfarrice, gritos de bom-dia e outras cositas mais.                
Vamos destituir o comando, ... falava Fernando.                 Tão fora .... reforçava o Arli.  Vamos eleger a Pura Bucha e o Geomário de vice ....  Antonino, Celso, Peterson vocês  não mandam mais nada !  
brincavam, gritavam  ......    

E assim, o acampamento foi despertando lentamente.              
                                                                             
    Fernando, que levantara   inspirado lascou:  Arli ... Este  nosso passeio é de magnitude histórica e de proporções bíblicas ..... é isso aí, respondeu o Arli.                       
              Enquanto o tempo corria, e nem todos ainda haviam levantado, Fabiana e eu aproveitamos para uma rápida caminhada no entorno, para fazer fotos e ver um pouco da exuberante paisagem às margens do Rio Colorado.


                No retorno para o acampamento, a passada pelo hotel, onde Paulo, Geomário e Angelino, também já se preparavam para a partida.                                 

                  
            No acampamento já estavam finalizando os trabalhos de desmontagem e guarda das bagagens na camionete, como sempre, sob o comando do Celso, Peterson e Alberi.                       



     Celso desmontando acampamento. 
Quase todos guardando pertences no carro de apoio


 Abastecimento e Café 
         E assim, fomos deixando a cidade de Rio Colorado.  Cruzamos novamente a ponte e logo paramos para abastecimento da motocicletas e carro de apoio, reposição de gasolina no galão reserva e café da manhã para todos.  Também fazendo parte do  contexto, um "tarinho verde" utilizado pela Fabiana, de modo a nunca faltar combustível. Aconteceu de uma vez o carro de apoio ter rodado à frente do comboio, tendo que retornar para encher o tanque da Shadow.                             
     Fabiana não pronunciava tarrinho e sim tarinho! 
Verificação do óleo da moto de  Fabiana com apoio do Antonino

Abastecimento em geral
   
No do café, uma  "lama" por parte de algum:   será que a Fabiana já fez o duplo abastecimento:  gasolina para o tanque e óleo para o motor !?!    e vários foram os que riram ..
                      Ainda no mesmo ambiente, Antonino aproveitou para consultar o mapa de rotas, certamente de modo a evitar mais transtornos no final da tarde.                               
  E tratamos de pegar a estrada, pois a hora já passava das nove.              Sob um bonito sol e com brisa leve, fomos ganhando quilômetros, com velocidade na casa dos 130 km.

Um reforço,      na brincadeira do Arli:
 Yacimientos Petrolíferos Fiscales é a estatal argentina
 dedicada à exploração,
refino e venda do petróleo e seus produtos derivados.
Em pleno deslocamento, o Arli se aproximou da minha moto e sob o capavete, falou e gesticulou:  olha a frente do carro de apoio ....               sim !?.. respondi .. de que se trata?  ....  é o carro de apoio que a Fabiana contratou para acompanhar o comboio  ... e quase se finou de rir     ...                        
Fotografa! Fotografa!    e, eu, como uso a máquina pendurada no pescoço, fotografei.
   Foi nas proximidades de Rio Negro que paramos para um novo abastecimento coletivo. No Posto Rosa, a utilização da cor é obrigatória para os frentistas. O frentista Jesús Gonzalles não soube explicar as razões para tal. Disse apenas tratar-se do Posto Rosa, porém preferiria utilizar uma cor mais neutra para o trabalho. Mas, são cosas de my patrono ... completou.                                       

                                                   
Nessa parada, Arli aproveitou para falar do caminhão da YPF, que a " Fabi teria contratado " ......                  


        Angelino a Celso, aproveitaram para trocar informações com um  hermano argentino.                                                    Rápida foi a parada e logo o grupo estava de volta à estrada, pois o objetivo de hoje era pernoite em Puerto Madryn.                                                                  


           No espaço de pouco mais de uma hora e       
meia de estrada, uma parada para um lanche rápido. Fora acertado que não iríamos almoçar para não perder tanto tempo, tal qual acontecera no dia anterior.                            E a parada se deu então na localidade de Sierra Grande, a pouco mais de 150 km antes do destino traçado para o dia.                         


 
 O abastecimento foi rápido, e pelo "abandono" das motos, dá para se ter noção da fome que a turma estava. Todos estavam lanchando. Já passavam das 15 horas.                                                         
Vamos embora! ...  falou um.    Puerto Madryn, gritou um outro e, em pouco tempo, novamente o comboio estava ganhando estradas.                                      
  Passados alguns primeiros quilômetros, notadamente as paisagens começaram a se apresentar bastante diferentes. Grandes descampados, ausência de vegetação, mesmo que de médio porte e um vento gelado começou a soprar.                               
       A direção que estávamos agora tomando, era para os lados do oceano, e as sinalizações começavam a indicar, com mais frequência, que estávamos nos aproximando do nosso destino.                           E o grupo chegou nas proximidades da cidade. Uma descida íngreme e lá estava o grande oceano, o enorme porto e para o lado direito a grande cidade.  Um alívio chegar em um local para pernoite, ainda com a luz natural do dia.                 
O comboio deu uma parada estratégica à beira da rodovia, tempo para a coordenação negociar nossa estada no Parque Social dos Empregados do Comércio, onde uma grande área de lazer, esportes, camping e outros, compunham a sede social dos comerciários.                                                          
Rápida foi a negociação e logo começamos a descida para o interior das instalações e montagem do acampamento.                                                        
 Era quase final da tarde de domingo, e o parque ainda recebia algumas famílias que lá  foram  para aproveitar a estrutura, trazer crianças, praticar esporte, etc..   O certo é que uma grande quantidade de crianças e jovens ainda circulavam pela área, e as motos, o acampamento, bem como o alarido da turma, chamou muito a atenção. Em curto espaço de tempo, as motos foram alvo de muitas fotografias. Muitos queriam subir em uma delas para sessão de fotos. Foi bem legal este momento com a meninada argentina.                                                  Enquanto uns fotografavam, outros tratavam de montar as barracas. O tempo de luz solar estava quase se esgotando.                                               

 
              Tudo devidamente montado, hora do banho - aliás um excelente banho - ao passo que o carro de apoio foi ao mercado próximo tratar da compra dos gêneros para o churrasco da noite.                           Em pouco tempo, todos estavam ao redor de uma das churrasqueiras, proseando, comentando e desfrutando das ótimas instalações da sede social dos comerciários de Puerto Madryn.

Ea noite se fez presente em Puerto Madryn 



FORAM ASSIM ESSES
2º, 3° E 4º  DIAS DA  VIAGEM
AO  USHUAIA.

Fotos:  vários autores, parceiros de viagem
Relato: Gilberto Cesar




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