sexta-feira, 8 de setembro de 2023

Santo Tomé: Um Giro até Corrientes


Antecedendo ao relato desta viagem, um preâmbulo para estimar o nosso grande amigo, motociclista e irmão de tantas jornadas, o Cleto Pacheco, da cidade de Bagé.                    

Pacheco teve complicações cardíacas no final do mês de agosto, chegando a passar por cirurgia em Porto Alegre, onde se encontra hospitalizado. 

 Força Pacheco.

Estamos, com Fé, acelerando os pensamentos positivos e dando velocidade as orações.

Moto Amigos RS / Moto Grupos / Moto Casais parceiros..

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Santo Tomé, na província de Corrientes na Argentina, foi o Destino dos  motociclistas Gilberto Cesar, Arli Figueira, Ronaldo Fraga, José Brito, Paulo e Gilda Valdameri, Nelsi e  Afonso Schnaider,   neste ultimo dia do mês de agosto e inicio de   setembro do corrente. 

proposta deste giro de motos, foi do parceiro Arli Figueira, do Moto Grupo Virando Rodas, ainda quando da última viagem conjunta, a Asunción.

     A correria, d'antes, ficou por conta dos amigos. Paulo e Gilda, eis que haviam vendido a sua Vulcan 650, poucos dias antes. Na busca por uma nova máquina, receberam várias dicas e informações, chegando, por fim, o Paulo e o seu fiel escudeiro, filho e amigo o Gledson, a Cardoso Motos, conceituado comerciante de motocicletas na cidade de Novo  Hamburgo.

Gledson e Paulo em Novo Hambugo
      De lá, saíram com uma belíssima Triumph 900, de cor vermelha. Estava assim confirmada a participação do casal, ao passeio para Santo Tomé.

    Eu deixei a bela Capão Novo, na quinta, 31/08, às 9h30 para encontrar parte do grupo no Posto Buffon, na cidade de Eldorado do Sul, proximidades da BR 290

No local, cheguei pouco depois das 11 horas, quando ali já haviam chegado Arli, Ronaldo, Paulo e Gilda. De imediato, os efusivos e agradáveis cumprimentos e, é claro, a vista e a admiração na nova motocicleta dos Valdameris.
Arli, Gilda, Ronaldo, Paulo e Gilberto Cesar

     As conversas foram poucas e logo o grupo se encontrava rodando na BR 290. com almoço prometido para a cidade de Vale Verde. O trajeto ora escolhido, visava evitar, um pouco, as obras que ocorrem por conta da restauração e duplicação da RSC 287
        Logrou-se então. uns quarenta minutos por esta BR, tendo  o comboio ingressado na Rodovia SC401, passando por alguns dos municípios da Região Carbonífera.
Foi em Passo do Sobrado, no Vale do Rio Pardo, que aconteceu a primeira parada do grupo, para os registros pela passagem pelo município.
Passo do Sobrado

        Já passava das 13 horas quando a cidade de Vale Verde foi ficando visível para o quinteto motociclista. Adentrou-se então a região central do município na busca de um restaurante, o que foi rapidamente encontrado. Comida caseira, gostosa e farta, foi o que se encontrou no restaurante que leva o mesmo no
Restaurante  Vale  Verde

    Almoçados e devidamente descansados, os motociclistas retomaram a viagem, ingressando logo na RSC 287, rumando para os lados de Santa Cruz do Sul, onde se chegou por volta das 15 horas. Por combinação com o Moto Casal OS Aliens, Afonso e Nelsi, estes estariam aguardando no posto de combustíveis Charrua, localizado pouco antes da divisa com o município de Vera Cruz.
Foi muito legal e festivo o reencontro com estes amigos de longas e distantes jornadas.  
Em Santa Cruz do Sul 
                            Afonso, dentre outras conversas, atentou para o fato de que o hotel para o pernoite de logo mais já  se encontrava reservado na cidade de São Vicente do SulFrente a isso, Arli Figueira tratou de enviar mensagem para o José Brito, amigão e parceiro uruguayo, residente na cidade de Punta Del Este,  o qual já se encontrava rodando em solo brasileiro.
                  "Brito, o hotel de logo mais é o Cavalo Branco, em São Vicente do Sul". Esta foi a mensagem endereçada.
          Em pouco tempo o comboio, agora mais ampliado, começava a encarar o pesado e lento tráfego da RSC 287.
           Foi num ritmo de "anda e pára", em  meia pista, associado a  quantidade exagerada de pedágios na rodovia, o calor acentuado, sol quente e tudo mais, que as horas foram se passando. 
Com o entardecer tendo tomado conta dos espaços e, já cruzando a cidade de Santa Maria, o grupo teve a certeza de não seria possível chegar ao destino proposto sem que se rodasse sob o manto da noite. 
Passando por Santa Maria 

 Parados em reabastecimento, a opção pelo pernoite  foi a  cidade de São Pedro do Sul, ao que de imediato se comunicou ao Brito, com a promessa de encontro na manhã seguinte. 

            Em São Pedro do Sul, foi bem tranquila a questão da hospedagem, bastando um telefonema para o hotel Santa Clara e com isso se garantiu a hospedagem, estacionamento para os veículos de duas rodas e as refeições, eis que junto ao estabelecimento funciona um restaurante.

         Na manhã seguinte, sexta-feira, 1º de setembro,  muito cedo, aconteceu a movimentação de café da manhã, recolocação dos pertences retirados das motocicletas e o recomeço da jornada. Antes porém, quatro  motociclistas foram efetuar a retirada de valores em diferentes bancos e, foi o que bastou para acontecer uma dispersão geral, tendo havido o reencontro no pórtico da cidade, após a troca de mensagens e rápidos telefonemas. Gilda foi quem comandou a comunicação para o devido reagrupamento.

Pórtico de São Pedro do Sul 

            A jornada foi então retomada, tendo como destino a cidade e São Vicente do Sul, a 51km de distância. As condições da rodovia não eram da melhor qualidade, com a presença de alguns buracos, cucurutos e desníveis. Isto ensejou cuidados e velocidade moderada. Aos poucos, a cidade  foi se apresentando e bem próximo ao pórtico se localiza o hotel onde o Brito estaria esperando.   O uruguayo,  no entanto, foi logo avistado no posto de combustíveis praticamente em frente ao hotel.

                 Foi um belo reencontro com este grande viajor das américas, eis que além dos diversos estados brasileiros, Brito já rodou por uma penca de países sul-americanos.

Em São Vicente do Sul 

        Na ocasião, aproveitei para dar  continuidade ao ritual de registros fotográficos  nos municípios nunca d'antes visitados, ao que  me dirigi para a área central da cidade acompanhado pelo Paulo e pela Gilda.
Prefeitura Municipal de São Vicente do Sul 

     Hora então de dar prosseguimento na jornada, agora com seis motos e oito motociclistas, a saber:

           Shadow 750 - Arli, Ronaldo e Afonso /Nelsi.

              Triumph 900- Paulo /Gilda.

                  Midnight 950 - Gilberto Cesar.

                      Super Téréné 1200 - José Brito

    Tudo acertado, bóra rodar. A direção, era o trevo que leva para as bandas da cidade de Jaguarí. No entanto, nem todos fizeram o mesmo. Arli e Brito arrancaram para o lado oposto e rumaram para os lados de São Francisco de Assis.

No dito trevo ficou-se. esperando por mais de dez minutos, quando retornei ao posto de origem, quando o frentista exclamou:

         - Bah, aqueles dois foram para o lado errado. Eu até acenei, mas eles não viram.

De retorno ao grupo, cientifiquei-os dos fatos, oportunidade em que a Gilda fez várias ligações telefônicas, enviou mensagens e, ... tocamos em frente.

    Em Jaguarí o grupo, desfalcado dos dois desgarrados, ingressou para os registros fotográficos aqui já referidos, cabendo ao Afonso, por ser conhecedor da cidade, a condução e direcionamentos.



       A saída da bela Jaguarí foi bem tranquila e vários foram os comentários a respeito da beleza e da agradabilidade, vista e sentida  na rápida visita ao município.
Pela programação constante, a próxima parada aconteceria na cidade de Unistalda, a 81 km a diante. De alteração significativa, somente no clima, que aos poucos começou a apresentar um vento mais gelado e nuvens carregadas no céu. Em pouco tempo tudo nublou.
        E o grupo chegou a Unistalda.

          Na pequena cidade, um recorrido pela área central, conversas com um morador super bonachão, bem em frente a prefeitura, local onde o Ronaldo foi tomar um cafezinho.
Unistalda

Esgotada a visita, o grupo seguiu o rumo do vento.
           O destino agora era a cidade de São  Borja, a fronteira com Santo Tomé, na Argentina.
         Em pouco tempo, começaram os primeiros pingos de chuva. O comboio continuava o deslocamento quando o aguaceiro desandou. Rapidamente, Afonso que ia a frente, sinalizou; todos pararam e a corrida para a colocação das roupas protetoras de chuva começou.
            Chegou-se em São Borja quando os relógios marcavam um quarto de hora além do meio dia.  A direção foi um restaurante bem na entrada da cidade. Ali o grupo se desfez das roupas molhadas, alguns foram revisar as bagagens e todos trataram do almoço.
Nas conversações, a indagação primeira era a seguinte: por onde anda a dupla Arli e Brito, os desgarrados do comboio,,,   ? 
Na sequência, escutou-se por parte do Paulo rasgados elogios para o desempenho e performance da sua nova motocicleta. 
Paulo, super feliz com sua nova motoca.


       
Esgotado o almoço, logo chegou-se as aduanas conjuntas do Brasil e da  Argentina.  A parada foi obrigatória, e logo adiante dois motociclistas, também protegidos com as roupas contra as chuvas, estavam a apresentar seus documentos para os alfandegários argentinos. Ali estavam, Arli e Brito
Aduana conjunta Brasil -  Argentina 

       Com isto, o grupo estava se recompondo novamente e, feito os trâmites, e pagamento da Carta Verde para quem não levara, todos se encontravam  aptos para rodar no País  vizinho.
Nesta oportunidade Arli explicou que ao tentar sair do posto, lá em São Vicente do Sul, um carro momentaneamente o trancara. Que quando liberado pegou a estrada, porém se deu conta uns trinta quilômetros depois que alguma coisa estava errado, e retornaram até o posto novamente.
         - "Eu segui o Arli", disse o uruguayo José. Brito.
            Santo Tomé dista pouco mais de 20 km da ponte internacional, sobre o Rio Uruguai e, logo se chegou a bela e histórica cidade, repleta de monumentos, painéis, inscrições e cruzes missioneiras. A impressão, primeira, foi marcante. 
                    De imediato, parada para reabastecimento  eis que os fatores cambiais estavam prá lá. de favoráveis, estando o litro de gasolina menos da metade dos preços praticados no Brasil.
A chuva continuava forte, e questionadas algumas pessoas, uns não sabiam, outros desconheciam e poucos haviam escutado a respeito de encontro de motos na cidade.   
Uma senhora, que de sua casa escutara um dos diálogos, saiu em plena chuva e disse:
         El evento es en Quinta San Valentin. Está lejos, pero mi marido trabaja allí. Siga recto, dé la vuelta a la rotonda y siga recto. 
     Foram algumas idas e vindas, tendo o Arli desgarrado por uma rua contramão, mas deu tudo certo.
Na rodovia que leva para as cidades de Alvear e Paso de Los Libres, ali se encontrava o local do evento e, a ele se ingressou, depois de lograr uma grande porteira.
        Poucas motos foram avistadas, assim como também o número de motociclistas. Enquanto se peleava contra o barro ou a grama escorregadia, as motocicletas foram subindo o íngreme terreno e aplausos  foram sendo escutados.
Sob muita chuva as motos foram sendo estacionadas e a caminhada para o galpão,  onde acontecia o evento  foi o passo seguinte.
Foram vários os acenos e um susto eis que o Ronaldo, olhando para um lado não notou que a sua frente haviam degraus em descida. Conseguiu descer um e desabou ante os quatro degraus seguintes. Vários acorreram, mas tudo ficou legal. O capacete que o parceiro não retirara, foi fundamental nesta queda.

Estava-se assim no 
"6tº Encuentro de Motos Nacional e Internacional."

    A recepção no evento foi excelente, as indagações eram ligeiras e as apresentações foram muitas. Não havia muitas pessoas e nem tantas motocicletas naquele momento e as razões eram óbvias: estava-se em plena sexta-feira, 16 horas e a chuva era intensa.
                - "Este encontro de Santo Tomé, disse um dos organizadores, sempre recebe uma multidão. de motociclistas de toda a região e também do Brasil, ...  Mas com esta chuva......
A isso fomos, enfáticos que o que interessa são as viagens, as distancias e, que os eventos de motos são, tão somente, a agulha da bússola motociclística.
                          - "A noite, teremos um jantar, podem comprar ingresso aqui" .. , disse uma senhora que se encontrava no reservado para a vendas de bebidas.
Neste quesito, falamos da necessidade da troca de moedas, reais por pesos, ao que disseram não ser problema, eis que um amigo de alguém, ali, detinha uma casa de câmbio. 
            - "Logo virão aqui para  atende-los"
                    Na sequência. foram distribuídos lanches para os recém chegados, pão com linguiça. Simultaneamente, falaram os organizadores a respeito do local do evento, que na verdade é um grande sitio com toda a infraestrutura capaz de receber um grande número de pessoas. Piscinas, churrasqueiras cobertas e a céu aberto, espaço para camping, etc. 
     - "Este lugar é de locação", complementou uma motociclista argentina. 
                Em frente ao evento e, por indicação, foi-se ao Hotel Las Cabanas, para ver da disponibilidade de hospedagem. Tudo acertado, o grupo logo foi distribuído em cabanas, próximas umas das outras. Ali ficaram estacionadas as motocicletas, houve a troca de roupas e, exceto o Moto Casal Os Aliens, que preferiam ficar descansando, os demais retornaram para o evento.
Hotel Las Cabanas 

        De volta ao convívio. motociclístico, as conversas se seguiram, as troca de informações e também hora de colocar os nossos estandartes no varal do evento. Ali foram pendurados os símbolos do Moto Amigos RS, do Virando Rodas e do Moto Grupo Com Destino.

A colocação dos Estandartes 


        Chegou a noite em Santo Tomé, a chuva não cedeu em nada e o público no evento pouco melhorou. 
Ao longo do jantar, Ronaldo informou que na manhã seguinte estaria indo a Uruguaiana, visitar parentes, que rodaria até Paso de Los Libres, 126 km onde atravessaria a ponte.
Neste mesmo sentido, Afonso e Nelsi manifestaram a intenção de retorno para Santa Cruz do Sul, também na manhã do sábado. 
    - "A chuva não vai parar", justificaram os parceiros.
        Esgotado o jantar, "arroz con pollo", o grupo se recolheu para o hotel.
Aspecto do evento
                Manhã de sábado, o despertar, o café  e as despedidas aos amigos que partiriam. 
                    Um pouco depois, por meio de dois táxis, o quinteto Paulo, Gilda, Arli, Brito e Gilberto Cesar  desembarcaram no centro da cidade para passeios e compras.
            Chamou muita a atenção a arquitetura local, a quantidade de painéis, pinturas, esculturas e símbolos jesuíticos distribuídos pelas ruas e praça central. Uma bonita igreja, complementa o cenário santo-tomense. 
Esta incursão, por lojas de departamentos, acessórios para motos, supermercados e restaurante, foi muito sob as marquises, visando a proteção das chuvas que cedia espaçadamente, por vezes.
Passeios por Santo  Tomé 

Uma Parrillada

            Notas recebidas dos parceiros, davam conte de que o Ronaldo almoçara em Paso de Los Libres e já  atravessara a ponte para Uruguaiana
Afonso informava que o Moto Casal Os Aliens, já se encontrava em casa, em Santa Cruz do Sul, porém observava ainda: "...  previsão é de muita chuva e ventos para Estado nos próximos quatro dias. Cuidem-se".   
            No entardecer o grupo retornou para o evento que recebia um bom número de participantes. A chuva parara de vez. Os expositores vendiam os seus produtos, a música alta acontecia e logo começou os shows com jovens bandas argentinas.
     
Um dos expositores

             A festa estava animadíssima, os embalos eram geral e as conversas precisavam ser gritadas.
Pelas tantas, uma parada para homenagear alguns dos presentes. O regalo era um lindo copo artesanal em metal, adornado com correia de moto. O grupo de brasileiros recebeu um exemplar e o amigo Brito também recebeu um copo, eis que fora o motociclista que percorrera a maior distância.
Foi passado para as minha mãos a recordação do evento ao que repassei ao amigo Arli, eis que fora ele o mentor deste passeio.
Recebimento da Homenagem

Esgotou-o sábado.
                          O domingo amanheceu com tempo nublado e um pouco gelado. A combinação do grupo cabaneiro, era tomar café na estrada, já em território brasileiro, com saída prevista para as 8 horas.
Começara então a remontagem dos alforjes quando em uma das idas  e vindas, entre a cabana e as motos, observei que o pneu da roda dianteira da moto do Arli estava furado.
   - Não!  ....   Exclamou o parceiro.
       -  hoje é domingo disse e o Paulo.
           - Vamos levar esta moto de qualquer jeito, foi o que eu disse.
             - Saquemos esta roda e levamos para conserto, disse o Brito.
    Imediatamente foi aceita a proposta do Brito, e foi-se à cata de pedras, pedaços de madeira e tudo mais que pudesse manter a moto suspensa em sua dianteira. 
              Moto suspensa, ora de buscar as ferramentas nas maletas. Arli não levara as chaves Allen, fundamentais para a soltura da roda. 
           Eu, até tentei encontrar no ferramental aquilo que eu não havia levado. Brito fez o mesmo e, melhor do que isso, encontrou uma vacina para pneus em seus pertentes. De posse do produto, o Paulo leu o rótulo e bradou:  " é  para pneus com ou sem câmara, ... mas já está vencida há quatro anos"
É esta mesmo que estamos precisando, foi o pensamento comum e a um sinal, a vacina estava sendo introduzida no pneu, que respondia legal e rapidamente se inflara. 
Um alívio e comemoração. Desfez-se os calços na moto e logo foi-se para a estrada.
                Na cruzada em frente o evento de motos, muitas buzinadas e acenos de despedidas para os "hermanos" que mateavam e/ou tomavam o café matinal.
Na rodovia, uma placa sinalizadora indicava que para acessar a Ponte Internacional, dever-se-ia ingressar à esquerda logo adiante. Arli, que ponteava o grupo, não leu e cruzou direto. Parados, esperamos por mais de cinco minutos, quando então saí em busca do parceiro.
     Recomposto o grupo, logo se estava na Aduana. Cruzou-se a ponte e se chegou ao Porto Seco de São Borja, onde no posto de combustíveis. uma frentista indicou:
- "vai reto, ... dobra ali, faz contorno e logo tem uma borracharia".
Assim chegou-se a Cristo Rei, Borracharia 24 horas.

    - Conserto sim   ....   respondeu o proprietário do estabelecimento, e logo tratou de começar os trabalhos. Não encontrou furo nenhum, recompôs a roda no lugar e por derradeiro consertou a câmara. reserva que estava furada.

 Muito agradecidos, despedimo-nos do borracheiro, que disse: 
"Eu sou o Silvio, mais conhecido como o Magrão da Borracharia. Eu sou o melhor borracheiro de São Borja,, nas não espalhem isso por aí, que pode dar uma ciumeira, nos ouros".

      Como não se havia tomado café, ainda, voltou-se ao posto de combustíveis para o lanche matinal.
    Passava um pouco das dez horas, quando a viagem foi retomada. Na agenda  do quinteto, almoço em Nova Esperança do Sul , e visita a cidade de Mata, na parte da tarde. 
Voltara a chover.
        Mesmo com a intempérie, a rodagem foi se desenvolvendo de bom grado e, um pouco depois do meio dia chegou-se em Nova Esperança do Sul
Um pequeno lugar, foi o pensamento primeiro. Nele se adentrou, com parada na  praça central onde um quiosque era o restaurante e em frente a este uma enorme igreja se destacava.
Havia um cliente almoçando e, enquanto se efetuavam os registros fotográficos, na praça e igreja, o cliente saíra do estabelecimento.
Em Nova Esperança do Sul
        Muito bonachão, o proprietário do restaurante ainda indicou dois outros pontos turísticos, porém, situados no interior do município, o que ficou inviável dada as condições das estradas de chão batido.
Almoçados, fez o registro de passagem pela Prefeitura.

Prefeitura Municipal de Nova esperança do Sul 


              Retomada a viagem, a rodovia não recebia praticamente nada de outros veículos, e a sensação de domingo chuvoso e pós-almoço, se estampava na forma de um grande silêncio.
A proposta era rodar forte, visitar Mata e pernoitar o mais próximo de Santa Maria.
     Chegou- à Mata e, impressão primeira foi muito sensacional. Tudo parece estar petrificado. 

        A cidade da Madeira que virou Pedra, muito se orgulha, muito trabalha e expõe em demasia os produtos fossilizados há mais de 200 milhões de anos.
Há exemplares distribuídos por todos os recantos e também cobrem escadarias, fachadas, adornam quintais e as frentes das residências. Um espetáculo  de se ver. 
    Ao fundo da rua principal se destaca a Igreja de Santo Antônio de Mata, onde o acesso e as escadarias esbanjam elementos fossilizados. Para o lado esquerdo, um caminho também todo adornado, conduz para a Gruta de Nossa Senhora de Lourdes. Uma lugar sensacional de se ver e, balsâmico de se estar,
Gruta Nossa Senhora de Lourdes 

      Descendo novamente a rua, chega-se ao Museu Municipal, com suas portas devidamente abertas em plena 16 horas de um domingo.
        Orgulhosamente o atendente fez caminhada explicativa a respeito dos diversos objetos ali expostos. Mandíbulas de dinossauros, peixes fossilizados naquilo que outrora fora madeira, hoje pedra. 
Há também algumas urnas funerárias, em barro, vestígios de uma civilização indígena de um longínquo passado.
Interior do Museu 

            O museu leva o nome da pessoa que deu inicio aos trabalhos de valorização de todo aquele material que era encontrado em solo, bastando para tal efetuar qualquer rala escavação e as madeiras petrificadas abundavam.
Padre Daniel Cargnin, foi este o pioneiro que, ao se olhar para todos os lados na cidade, impossível não imaginar um homem sábio, sensível, inteligente e com grande visão de futuro cultural para aquela comunidade.



                                            Prefeitura Municipal             Câmara de. Vereadores - Mata


              Mata, não é só recomendável visitar. 
              Mata é de visitação obrigatória.

        Depois desta jornada cultural de excelência, o grupo voltou a rodar e os prenúncios de afinal de mais um dia já eram visíveis ao longe. Bóra rodar e pernoitar em São Pedro do Sul, foi a combinação. Pouco mais de 40 km era distância a ser percorrida. 
             Em São Pedro do Sul, se chegou no anoitecer e o mesmo hotel Santa Clara, foi o destino dos viageiros.
        Ao longo do jantar, um farto arroz de carreteiro,  proferi minha preocupação com dia seguinte, ou seja, minha proposta era sair por volta das 7 horas, pois deveria rodar quase duas horas a mais, além de Porto. Alegre.
A turma se manifestou no sentido de sair depois das oito horas, pois teríamos bastante tempo para rodar.  
            Final de domingo e a segunda-feira amanheceu com uma tremenda chuvarada. Eram quase nove horas quando começou a rodagem. O deslocamento era lento, em função da chuva e em Santa Maria foi tenebroso, em função do trânsito na pista que leva para os lados do bairro Camobi.
                  A preocupação só aumentava e logo no primeiro pedágio, fui o primeiro a cruzar a cancela, parando uns cem metros adiante  de modo a esperar pelos parceiros. Arli foi o próximo e, uns cem metros antes, ingressou no reservado para os usuários da praça de pedágio, um espaço com banheiros. Os demais o seguiram e ingressaram também. Não restaram duvidas que iriam demorar, assim como seria lento o deslocamento deles.
    Sem poder chegar até eles, eis que contramão o trecho, tratei de voltar a rodar, efetuando duas paradas para reabastecimento, chegando em Capão Novo às 15h30min.
              Por nota, a Gilda informou que rodaram devagar, por causa da chuva, pararam almoçar, descansar e reabastecer. Chegaram em Porto Alegre no final do dia.
Foi o final da viagem.

Uma das paradas,... Retorno dos  viageiros


            Foi uma baita viagem. 
              Parcerias, amizades que se renovam, alegrias, conhecimentos, novos lugares, novos motociclistas e aventuras.

Viajar é preciso,
Viajar de moto, é precioso.


Até a próxima.

           Texto: Gilberto Cesar
         Fotos: Gilda  Valdameri