sábado, 8 de julho de 2023

A Asunción que vimos

Asunción, a bela capital do Paraguai, é uma cidade que irradia história, cultura e encanto.         Localizada às margens do majestoso rio Paraguai, ela se destaca como um tesouro escondido da América do Sul, oferecendo uma rica mistura de tradição e modernidade.      Fundada em 1537 pelos espanhóis, Asunción possui uma longa história que moldou sua identidade . Ao caminhar por suas ruas pitorescas, é possível apreciar a arquitetura colonial espanhola, que coexiste harmoniosamente com arranha-céus modernos. Suas praças e parques exuberantes são verdadeiros oásis urbanos, convidando os visitantes a desfrutarem de momentos de tranquilidade e contemplação. Os museus, são testemunhas do rico patrimônio artístico e histórico da cidade, preservando obras de valor inestimável.             A gastronomia de Asunción é um verdadeiro deleite para os sentidos. Os sabores tradicionais paraguaios, e o famoso tereré, uma bebida refrescante à base de erva-mate, são encontrados em todos os lugares. Além de sua rica cultura, Asunción também é um centro de negócios e desenvolvimento no Paraguai. Seus modernos arranha-céus e centros comerciais oferecem uma ampla gama de opções para os entusiastas das compras e negócios. A hospitalidade dos paraguaios é outro aspecto que torna Asunción uma cidade encantadora. Seus habitantes recebem os visitantes de braços abertos, compartilhando sua alegria e a sua cultura vibrante. Asunción, com sua beleza cativante, sua história fascinante e seu povo caloroso, é um destino interessantíssimo que sugerimos a visita.         Foi esta Asunción que vimos, que observamos e que foi objeto da nossa admiração.     

Centro Cultural da República 


Os viageiros,                                  Arli                                  Nelsi                                 Afonso                                Pacheco                          Gilberto Cesar



terça-feira, 4 de julho de 2023

Gaúchos Em Asunción

 


                     O dia era 22 de junho de 2023, uma quinta-feira, que amanhecera bastante chuvosa na capital dos gaúchos,  quando bem cedo me dirigi desde a Zona Leste rumo ao Bairro Menino DeusTambém procedia desta mesma forma, porém saído da Zona Sul, o parceiro Arli Figueira.

Destino de ambos: o hotel Coral Express, Avenida Getúlio Vargas, onde se e encontrava hospedado o outro participante do, a seguir, Comboio de Gaúchos, o Cleto Pacheco. Viera este desde a cidade de Bagé

      Assim, por volta das 7h10 minutos, o trio começava o deslocamento para Assunção, a capital do Paraguai. Em meio ao caminho, mais precisamente na cidade de Lajeado, cerca de 100km da capital, Afonso e Nelsi, os bons amigos da simpática Rio Pardinho, Santa Cruz do Sul, estariam aguardando e desta forma o quinteto viageiro estaria sendo completado.  

        Após o reencontro festivo do trio de amigos e parceiros de outras tantas viagens, cada qual tratou de se acomodar na sua  motocicleta, começando assim o deslocamento rumo a BR 386. 
As respectivas motocicletas: Honda NC 750 - Yamaha Midnight Star 950 e Honda Shadow 750.
Pacheco, Gilberto Cesar e Arli Figueira
Cleto Pacheco, Gilberto Cesar e Arli Figueira
Ainda sob uma chuva de média intensidade, o trio foi ganhando distâncias, ainda que num vagar bastante extraordinário e cuidadoso, eis que o trânsito já se encontrava muito intenso na cidade de Porto Alegre, indo é claro, um grande contingente de pessoas para os seus respectivos trabalhos e os estudantes para os locais de aprendizados.
Foi nas imediações da cidade de Nova Santa Rita, que o Pacheco sinalizou no sentido de parada para colocação de combustível. Nesta oportunidade, e já parados, Arli Figueira sugeriu que se efetuasse o Café da Manhã, pois que ainda não efetuara a refeição matinal, o que já havia sido efetuado pelo Pacheco e Gilberto Cesar, os quais ficaram tão somente no acompanhamento e em conservas.
     Conforme a combinação, passava um pouco das nove horas quando o trio ingressou na cidade de Lajeado, ondo logo avistaram os outros dois parceiros: Afonso e a Nelsi.  
Os abraços foram efusivos, a alegria foi gigantesca, porém tudo muito rápido eis objetivava-se almoçar na cidade de Espumoso, um pouco ainda distante daquele ponto de encontro do agora quinteto viajador. 
         Nas proximidades da cidade de Soledade, agora com total ausência da chuva, abandonar-se-ia a BR 386, com ingresso na RS 332, o que fizeram, exceto o Arli, que cruzou direto. Ingressados, restou aguardar pelo retorno do parceiro, que em não mais de cinco minutos se juntou ao grupo, e logo se justificou dizendo ter sido atrapalhado pelo excesso de veículos longos que rodavam a sua volta. 
            Foi por volta das doze horas e quinze minutos que o grupo adentrou na cidade de Espumoso, o local elencado para o almoço.
O trânsito na cidade era por demais tranquilo e, circulando pela avenida principal, logo o Restaurante Divino Chapão foi o elencado para se efetuar a refeição. Muito embora a farta oferta de carnes, por meio de espetos, o grupo optou pelo buffet, que detinha grande   variedade de pratos leves e saladas.
Almoço em Espumoso

               Esgotado o almoço, o quinteto efetuou o reabastecimento nas motocicletas, voltando rodar, agora pelas estradas da Região Missioneira, com passagem por Entre Ijuís, Santo Ângelo e Cerro Largo, quando os prenúncios da noite já eram bastante visíveis.
Chegou-se por fim a cidade fronteiriça de Porto Xavier, o local destinado para o pernoite do grupo.
Afonso que fizera reservas no Hotel Farol, conduziu então o viageiros para o local do descanso noturno. Tão logo instalados no excelente hotel, o grupo se dirigiu para a área central da cidade onde a refeição, depois de uma bela caminha de reconhecimento da cidade, se deu no Quiosque Ponto Frio, junto a praça da cidade.
Jantar em Porto Xavier - Arli, Gilberto  Cesar, Pacheco,   Afonso e Nelsi

A sexta-feira, 23, amanheceu bastante nublada e fria na cidade de Porto Xavier, quando aconteceu a recolocação dos pertences retirados das motocicletas. Logo após o café da manhã, o quinteto rumou para um dos postos de combustíveis da cidade para reabastecimento total dos veículos de duas rodas. A estratégia era evitar a troca de moeda por pesos argentinos. Pelos cálculos efetuados, os 133 km que separam Posadas, Argentina de Encarnación, já no Paraguay, não exigiriam combustível argentino e no caso da existência de algum pedágio, com cobrança para as motos, Afonso detinha uma quantidade de pesos, restantes de uma outra viagem realizada pelas Missiones.
        Chegou o grupo à área portuária, visando cruzar para a Argentina. Porto Xavier faz fronteira com a cidade de San Xavier.
Na aduana, lado brasileiro, foram efetuados os trâmites para a travessia por meio da balsa, mais precisamente para a segunda balsa da manhã, com horário previsto para às 9h15min. O custo do transporte foi de R$ 30,00 por veiculo e condutor. No tangente a documentação foi necessário apresentar o Passaporte, ou Cédula de Identidade, no caso do Arli, que esquecera o Passaporte em casa, mais a documentação das motocicletas e o Seguro Carta Verde.

Por sugestão do agente aduaneiro, foi-se a uma loja de xerox para a impressão do documento da motocicleta do Arli, eis que este portava tão somente em meio eletrônico, no celular, e também o antigo certificado de propriedade, aquele documento de cor verde, que já não tem mais validade legal.
       Chegou a barca junto a margem e logo começou o embarque dos veículos que ali aguardavam. Em verdade, eram as quatro motocicletas e dois caminhões de pequeno porte.
Balsa Travessia Porto Xavier
Rio Uruguai - San Xavier


        Lograda a travessia, cuja duração não ultrapassou quinze minutos, o grupo efetuou o processo migratório na Aduana Argentina sem muitas delongas e com a solicitação dos mesmos documentos apresentados na aduana brasileira. De anormal, tão somente a ausência de sistema eletrônico para os registros de ingresso dos viageiros, e cada qual recebeu uma papeleta preenchida manualmente, com a recomendação de que fosse comunicado esse fato na aduana de saída, no caso na cidade de Posadas.

Aduana Argentina em San Xavier
Feito isso, logo o grupo se encontrava rodando em solo argentino. Em pouco tempo, a cidade de San Xavier foi ficando distante, sob os retrovisores, a medida em que as motocicletas ganhavam velocidade na Ruta 4.  Um pedágio logo foi avistado, porém os veículos das duas rodas gozavam de isenção e o grupo passou direto.  Em questão de duas horas, o comboio gaúcho chegou a cidade de Posadas, com direção imediata para as aduanas fronteiriças.
Tanto na saída da Argentina, quanto no ingresso no Paraguai, os trâmites foram muito rápidos e o rumo foi o centro da cidade. Objetivava-se uma casa de câmbio. e posterior a isso um restaurante para se efetuar o almoço.
Foram três as casas de câmbio avistadas com, no entanto, grandíssimo assedio de cambistas que se aproximavam das motos e dos motociclistas viageiros. A estratégia sugerida pela Nelsi foi que a cada dois, dos condutores, fossem efetuar a troca de moedas pelos Guaranis, o dinheiro paraguaio.  Assim, foram Afonso e Gilberto  Cesar e, na sequencia, Arli e Pacheco.
        Todos devidamente endinheirados, o destino agora seria um restaurante. Por indicação de um comerciante, ali das proximidades, chegou-se à Churrascaria Novo Rodeio, aliás, um lugar a primeira vista, lindíssimo e com  estacionamento e localização privilegiados. 
No interior do estabelecimento, uma simpática atendente deu as boas vindas, falou dos pratos servidos e fez a cotação dos preços nas moedas Guarani e Real.
Ali o grupo ficou, com acomodações em uma grande mesa. O ambiente era riquissimamente amplo, lindamente decorado e muito iluminado. Mais de cinquenta ou sessenta clientes se encontravam no local. Inúmeros eram os garçons e, muito prá lá de farto, extenso e com um visual espetacular era o buffet. 
Saladas, carnes, muitíssimas variedades de queijos e massas, além dos tradicionais pratos que compõem uma refeição. Por opção, os motociclistas abriram mão dos espetos de carnes que poderiam ser servidos à mesa, até por questões de dirigibilidade na sequencia.
Churrascaria Novo Rodeio - ´Encarnación

    A localidade alcançada, era Encarnación, uma bonita cidade praiana, ao que coube ao casal Afonso e Nelsi prestarem algumas informações bem como conduzirem, no pós almoço, o grupo pelas principais avenidas e à orla, junto ao Rio Paraná.
Afonso e Nelsi, juntamente com a Júlia, filha motociclista dos parceiros, estiveram por estes caminhos, tendo passado inclusive pela Capital Asunción.
Na praia, as motos foram estacionadas e o grupo procedeu uma longa e contemplativa caminhada pela bela orla.

Disse o Afonso:   "no auge do verão, estas ruas das adjacências, a orla, bem como as praças e parques da região ficam  repletos
Por sua vez, disse a Nelsi: Esta cidade nos surpreendeu muito. Olha,  eu recomendo um veraneio aqui em Encarnación
        Esgotados  os passeios, a direção seguinte foi a rodovia Ruta 1, com vistas a se chegar na Capital lá para o final da tarde. Por meio de consenso, a condução, ou a ponteira do pequeno comboio de gaúchos, ficaria a cargo do Afonso e Nelsi, eis que, como se disse, já haviam rodado em terras paraguaias, somando a isso a existência do instrumento GPS na motocicleta do casal. 
            A rodagem estava de muito boa para ótima e chamava muito a tenção, a qualidade do piso de rodagem, ou seja, pistas excelentes, com asfalto impecável e a farta sinalização para o tráfego. 
Surgiu então a primeira praça de pedágio paraguaio, e tal qual acontecera na Argentina, as motocicletas estavam isentas de pagamento de taxa.
Por ocasião do primeiro reabastecimento, foi que o Pacheco atentou, com ênfase para qualidade do asfalto que se vinha rodando. Disse ele: " ... Seu menino! o Paraguai está ne surpreendendo. Primeiro, com aquela cidade que passamos a pouco. Agora, com a qualidade dessa rodovia"
       O grupo voltou a rodar, com parada na cidade de San Ignácio, para o lanche da tarde. Foi nesta cidade que se soube que mais a diante, na cidade de San Juan Bautista estaria acontecendo um evento de motos no sábado, o dia  seguinte. Isto na verdade, alterou os planos do quinteto, eis que o pernoite programado para Asunción não mais aconteceria. O grupo ficaria em San Juan para participar o encontro de motos. 
Café da tarde - Lanchonete na cidade San Inácio

        A chegada em San Juan Bautista aconteceu bem ao final da tarde, ainda com a claridade natural e logo foi empreendida uma busca por hotel ou pousada. Na praça da cidade, uma grande movimentação de pessoas em trabalhos de montagem de cenários decorativos, preparo de tendas para vendas de produtos e muitos transeuntes, o que dava conta que a localidade se preparava para um grande festejo. 
            Por ocasião do primeiro hotel buscado, soube-se da super lotação das casas de hospedaria em função da Festa de São João, o padroeiro da cidade. Foi no quarto e quinto hotel que se encontraram as vagas, ficando no entanto o grupo separado, dada as condições de hospedagem somado a falta de vagas.
Por combinação, todos se encontraram na praça central as 20 horas, para caminhadas, conhecimento com mais vagar da cidade e janta. Paralelo a isso, a praça continuava recebendo um grande contingente de pessoas, onde muitos se postavam em frente ao  grande palco, com músicas bem selecionadas por um DJ, que mesclava polcas e chamamés. Mais para o final da noite, predominou bastante as músicas internacionais com rock e músicas que fizeram sucesso nos anos 80 e 90.
            O sábado amanheceu bastante ensolarado e com uma temperatura surpreendentemente elevada. Mais de trinta graus centígrados era o que apontavam os termômetros e, na praça principal, tudo acontecia de modo acelerado. Cafés da manhã na bancas, bolos, doces e outros feitos caseiros eram ofertados por todos os cantos. Muitas pessoas e, certamente turistas, a tudo visitavam muito embora ainda não haviam sido finalizados todos os trabalhos de montagens. Em um outro canto, vários espetos de pau, cravados diretamente ao solo, formavam um círculo e em seu interior, um forte braseiro fazia arder as carnes com a soltura de gordura, o que fazia exalar um bom cheiro, a exemplo dos bons churrascos à gaúcha.

Churrasco na praça, onde cada espeto já continha o preço


             A bela praça, bastante e arborizada e com ares de calmaria em seu cotidiano, contém em vários dos seus recantos, adornos, esculturas, pinturas e trabalhos artesanais que remetem para a marcante cultura Guarani.. Um outro hábito chamou muito a atenção que foi a ingestão do Tererê, a típica bebida gelada paraguaia. Por todos os lados, em pequenos grupos ou pessoas a só, sorviam o Tererê. Cuias pequenas e garrafas térmicas agigantadas, era o cenário recorrente naquela manhã.


Uma pintura em um dos painéis na praça

 


A manhã continuava agitada tendo a montagem das bancas praticamente se concluído. As motos que estariam abrilhantando o evento ainda não haviam chegado, e ao que se soube seriam da região e também da capital.  Como em todos os lugares, os retardatários sempre se apresentam, e em San Juan Bautista não foi diferente. Duas mulheres, apressadamente tentavam carregar um pesado móvel, o qual comporia a banca em que estariam trabalhando. A duras penas, davam alguns passos e descavam. O calor reinante e certamente o peso do móvel, as faziam suar. Pacheco e um ou transeunte, trataram de ajudar e substituíram as jovens no transporte do móvel, por uns 100 metros.  
O solidário  e gentil Pachequinho

                Por meio de um motociclista, que colocara a sua moto no interior da praça, é que se soube que o evento de motos aconteceria mais para a parte da tarde. No quesito hotel na capital federal, sugeriu ele, o Hotel Los Alpes. Qualidade, preço e localização, foi o que justificou o parceiro, quando da indicação. 
Depois de algumas conversas, definiu o grupo de gaúchos tocar em frente, de modo a pernoitar na capital Asunción.
Assim, um pouco antes do meio dia, o grupo viageiro estava deixando a San Juan.



            Reiniciada a viagem, novamente a Ruta 1 foi o tapete de rodagem para os gaúchos. O sol forte, a ausência de vento e a proximidade do meio dia, pareciam aumentar a métrica quilométrica convencional. Pelas tantas, obras na estrada e pequenos trechos com necessidade de reparo asfáltico, deixaram a viagem muito lenta. Uma nova parada para reabastecimento e um pouco depois a parada em um restaurante, bastante acanhado, para se efetuar o almoço. Porém ao final, a simpatia da proprietária do restaurante familiar, bem como das atendentes, as conversas a respeito das viagens de motos, desfizeram muito a primeira impressão que se tivera do estabelecimento à beira da rodovia. 
    Ao final da tarde, o grupo foi sentindo a mudança de cenários, eis que a rodovia recebia em ambos os lados mais e, cada vez mais edificações, até que grandes centros populacionais era o que se estava cruzando. 
Uma grande placa sinalizadora, dava conta de que se estava a 18 km de Asunción. O trânsito ficou bastante intenso e o grupo adentrou a mais uma das capitais do Mercosul.
            De plano, e de olho no GPS, Afonso conduziu o grupo para o Hotel Los AlpesUma bela edificação, a beira do luxo, ótimo atendimento e instalações amplas. Este foi o hotel que o grupo encontrou. Depois de instalados, as motos ficaram estacionadas indo o grupo para os primeiros passeios, mais precisamente na região do hotel, pois farta era a existência de centros comerciais, shoppings e comércio em geral.
Hotel Los Alpes
            Estes passeios foram até ao anoitecer, quando o jantar de seu na praça de alimentação de um grande e moderno Shopping.

Avenida Santa Tereza - Área Central de Assunción
O domingo na Capital do Paraguaia, amanheceu bastante quente, com os termômetros marcando lá nas alturas. Bermudas, camisetas e calçados leves, foram os trajes utilizados pelos gaúchos para os deslocamentos. Na verdade, a grande maioria das roupas levadas, eram de porte e peso para inverno, eis que se está na estação fria do ano. No entanto, aquele verão atípico, estava sendo saudado de qualquer forma.
Dois táxis foram solicitados para levar os gaúchos para o centro da cidade, mais precisamente para o Centro Histórico. Um pouco, antes disso, Arli cevara um chimarrão o que foi sorvido em um banco de praça em frente ao hotel, porém do outro lado da via.
Arli e Pacheco no Chimarrão antes do passeio e da troca dos trajes

                    Chegados ao Centro Histórico da Capital, o primeiro passeio se deu na Praça da Democracia e Ponto dos Artesãos, na mesma praça. Imediatamente as primeiras compras de lembranças e souvenirs já foram efetuadas, muito em função de que se soube que uma boa quantidade desses profissionais não compareceriam a praça, eis que a Festa de São João, no dia anterior, fôra até muito tarde e muitos estariam descansando.
            O primeiro ponto turístico edificado visitado, foi o Panteão da Pátria, prédio construído em 1863, no governo Francisco Solano Lopes com finalidade religiosa. Atualmente a histórica edificação conserva um oratório em homenagem a Virgem de Assunção e o Mausoléu, abrigando os restos mortais de heróis paraguaios, dentre eles do próprio Solano

Afonso e Nelsi, chegando no Panteão

                Do Panteão, para a Catedral Metropolitana, de detém um bispado desde aos anos 1540.   A belíssima construção,  está situada na Praça Independência, tendo ao lado o Museu Sacro, com uma coleção belíssima de objetos e adornos que datam das épocas mais remotas Igreja paraguaia. Ambos os prédios e acervos foram
 objetos de visitação pelos gaúchos.

Pacheco, Nelsi, Afonso, Gilberto Cesar e o gremista Arli Figueira

          Com o forte calor, foi cogitada a possibilidade de se refugiar em algum bar, para um refresco e descanso, ao que lembrou o Gilberto Cesar de que em Asunción há um Bar Temático, tradicional e imperdível de visitação. Trata-se do Lido Bar, um ponto de encontro desde o ano 1953, ao que, quase que de imediato, disse a Nelsi: "serve aquele ali ?" ...     apontando  para um prédio quase em frente a Catedral Metropolitana.




Está escrito nas paredes:
quem esteve em Assunção e não visitou o Lido, não esteve na cidade.

          Refrescado o grupo, a direção foi a Orla da Praia, com passagem antes pelo mais importante prédio da capital: O Palácio de Los Lopes. O imponente e muito visitado prédio, abriga a sede do governo paraguaio. A grande obra, cujo formato lembra a letra "U" foi construído no governo Francisco Solano Lopez e a localização é muito privilegiada, eis que junto a Baía de Assunção.

Palácio  dos Lopes
    A caminhada continuou sob um sol escaldante, porém assim mesmo o grupo foi conhecer a Orla da Praia, Rio Paraguai, que recebia um bom número de pessoas em passeios dominicais. 
A hora, no entanto, já avançara em muito e os relógios marcavam uma hora além do meio dia. Almoçar passou a ser a questão de ordem, porém não havia restaurantes propriamente ditos, restando tão somente bancas de alimentação, ao que dado as altas temperaturas, a definição ficou na tomada de um táxi para a área mais central da cidade. Um táxi, cujo profissional se dispôs a levar os cinco gaúchos, ainda que bem apertados, logo se encontrava rodando rumo a um restaurante.
A caminho da orla

...   -    moça tem restaurante aqui?
- No, los restaurantes solo están más cerca del área central

     Em pouco o grupo se encontrava na área central e o próprio taxista indicou uma série de restaurantes. A grande maioria se encontrava com lotação máxima e por tal, se buscou um restaurante não tão lotado, o que logo se encontrou.
Almoço dos Gaúchos em Asunción
                Passado o demorado almoço, duas outras praças foram visitadas, eis que em termos de praças e arborização, a capital paraguaia é muito bem provida. A boa impressão que restou, foi que o verde, por meio de árvores está por todos os lugares. 
Por derradeiro, a visitação aconteceu a Estação de Trens, um excelente e grande museu, que outrora abrigara a Ferrocarriles Central.
No interior do grande prédio, encontram-se em exposições máquinas a vapor, antigos vagões de passageiros e vagão restaurante. Nas salas reservadas para o museu, com ingresso pago, viu-se uma grande variedade de objetos que serviram ao grande complexo ferroviário, tais como telégrafos, sinos de trens, bilhetes de passagens, bancos de vagões, luminárias à querosene, telefones, relógios de estações e uma infinidade de outros objetos, verdadeiras relíquias que contam a história dos trens paraguaios


     A tarde foi se esgotando, cedendo rapidamente espaços para noite, quando o grupo chegou ao hotel Los Alpes. Depois de um intervalo para banho e pequeno descanso, o quinteto se encontrou na área de piscinas do hotel, onde aconteceu o jantar.
                    A segunda-feira chegou, hora então da recolocação dos pertences retirados dos alforjes, com o começo do retorno para as origens. O dia amanhecera tal qual terminara, ou seja, com temperaturas bastante elevadas. 
    Passava um pouco das nove horas, quando o grupo deixou o hotel Los Alpes, rumando para a Ruta 2, a rodovia que levaria o quinteto para a Cidade Del Este, na tríplice fronteira Brasil, Argentina e Paraguai. Tão logo ingressados na rodovia, uma parada para os reabastecimentos, pequenos comentários eis que a rodovia se apresentara sem impecabilidade da Ruta 1 e, logo se retornou à jornada.
Na segunda parada para reabastecimento, hidratação e pequeno descanso o Arli precisou de um instrumento cortante mais pesado para abrir uma garrafa d'água, ao mesmo tempo em que um casal, motociclistas de Curitiba, Marcelo e Rosana, se identificaram e com eles foram trocadas impressões e endereços eletrônicos.
Arli, abrindo uma garrafinha d'água 

Nelsi, Afonso, Arli, Pacheco, Rosana, Marcelo e Gilberto  Cesar 

         A tarde ia em quase sua metade, quando a Cidade Del Este começou a ser avistada e aos poucos foi se agigantando dada a proximidade. O trânsito ficara intenso e bastante confuso e não mais do que de repente o grupo se encontrava no agitadíssimo ambiente fronteiriço. Veículos por todos os lados, pessoas apressadas, lojas, mercadorias, gritarias e tudo mais que esta fronteira proporciona. Na verdade, a ideia que a grande maioria das pessoas herda do vizinho Paraguai, é exatamente desta fronteira, desta cidade, cuja desorganização é por demais patente.
Uma das avenidas da cidade
    M
as foi-se para o hotel, antes reservado pelo Afonso e, quando do ingresso, a atendente sentenciou que o comércio, na sua grande maioria estaria fechando as portas a partir das 15h30min, restando os grandes centros comerciais  e shoppings com horário até as 20 horas.
        Devidamente instalados, aceleradamente foram buscadas lojas de vendas de produtos para motos e motociclistas e, na comparação tácita de preços a constatação da paridade dos custos encontrados no Brasil ou pela internet, fez desacelerar as preocupações. Restou outras  várias caminhadas, visitas a centros comerciais, onde em um deles, aconteceu o jantar.

                D
ia seguinte, tempo de reingresso no Brasil, via Foz do Iguaçu. Um pouco antes da arrumação final dos alforjes, Pacheco, Arli e Gilberto Cesar saíram para a troca dos guaranis restantes por reais, a moeda brasileira. Quase junto ao hotel, dois estabelecimentos de câmbio já se encontravam com as portas abertas, eis que o expediente começa às 7 horas. Também restou tempo para as últimas e rápidas compras, em uma das fervorosas avenidas de Cidade Del Este, para o que se utilizou a moeda brasileira.

         Reencontrou-se o grupo no estacionamento, bem próximo ao hotel e, como havia, eu, deixado a luz de emergência da motocicleta acionada por esquecimento, por algumas horas na tarde anterior, preciso seria fazer a moto pegar no tranco. Para tal, Afonso assumiu o guidom com Pacheco, Arli e Gilberto Cesar na força tração. Foi questão de segundos e a "Estrela" já estava roncando.
Tudo pronto, e foi o começo do deslocamento. Em dois minutos todo o trânsito se encontrava parado. Nada andava no sentido que levava para a Ponte Internacional. É sempre assim, disseram uns moto taxistas.
- Podem desligar as motos, disse um transeunte. 
Uns comerciantes até tentaram ajudar, indicando um outro caminho, que também se encontrava com trânsito parado. 
                Calor, irritação e muito barulho era o que se tinha. Depois de mais de hora e pouco, lentamente os sinais de deslocamento foram percebidos e no ritmo do anda e pára, chegou-se à aduana para então se proceder a saída formal do País. Como não havia local próximo para estacionamento das motos, a parceria dos moto taxistas paraguaios foi sensacional, eis que ofereceram espaços no reservado a eles destinado, para que estacionasse momentaneamente.
        Logrado o trâmite aduaneiro, logo se cruzou a ponte para, na sequência, se efetuar a etapa de reingresso no Brasil.
Cumpridas as burocracias, o grupo rodou 23 km parando na cidade de Santa Terezinha de Itaipu para reabastecimento e  lanche matinal.
Seguiu-se rodagem com bastante tranquilidade, com parada na região de Marmelândia para almoço, o que por consenso foi substituído por um lanche leve.
Já passava das 15 horas, quando se chegou em Capanema, ainda em território paranaense. Reabastecimento, águas, cafés  e descanso para o quinteto gaúcho. Nas conversas, a definição quanto ao local de pernoite, ficando elencada a cidade catarinense de São  Miguel do Oeste.
                Retomada a viagem, muitas obras na BR 163 e, um grave acidente envolvendo um carro de passeio frontalmente contra um caminhão, deixou tudo muito lento e por vezes tudo parado. O resultado deste acidente custou a vida da motorista do carro, o qual ficou bastante irreconhecível.
Mas chegou-se em São Miguel do Oeste na plena escuridão noturna, depois de se ter rodado os  últimos 35 km em um "ex-piso asfáltico", desprovido de qualquer sinalização.
        - Este trecho foi dureza, disse o Pacheco, quando se chegou na cidade.
         - Não vinha enxergando nada, disse o Arli.
Para este último trecho, realmente tenebroso e, por sugestão do Afonso o Arli e Pacheco ficaram em meio as outras duas motocicletas e em fila indiana. Sabe-se que ambos tem alguma dificuldade visual quanto a dirigibilidade noturna; então nada de correr riscos.
Em São  Miguel do Oeste, a direção foi o Hotel Solaris, antes reservado. Por ocasião  do ingresso, Afonso, Nelsi e Arli manifestaram alguma familiaridade com o ambiente.
        - Parece que eu já estive aqui, disse ao Afonso .
        - Olha aquela escada ali, disse o Arli.
Em pouco tempo, viu-se uma grande , ou melhor, duas grandes portas repletas de adesivos de moto grupos e similares e, lá  estavam estampados adesivos do Moto Casal Os Aliens, do Virando Rodas e dos Rapinas de Santa Maria
Tudo explicado e lembrado . Foi neste hotel que os parceiros do "Moto Amigos", ficaram hospedados  quando da viagem por Iguaçu.
    Foram também, naquele momento, colados os adesivos desta viagem dos gaúchos e o do Moto Grupo Com Destino.


            
            Belíssimo é o Hotel, como também as acomodações e, muito além, o serviço de restaurante, com comidas excelentes, atendimento esmerado e cordial. Foi tudo isso o que se teve ao longo do jantar e por ocasião da estada em São Miguel do Oeste
O grupo até tentara sair para uma caminhada, também na expectativa de encontrar um local para a refeição, porém acabou retornando para o bom Solaris.
                                                                             

                                                                                                                             Chegou a quarta feira, fez-se uma farta refeição matinal e começaram os preparativos para deixar o Solaris,  com recomeço da viagem . 
                               Bem em frente, um posto de combustíveis, serviu como base para os reabastecimentos e calibragens dos pneus. Neste sentido os frentistas foram Nota 10. Atendimento cordial e esmero foram amplamente demonstrados por aquela equipe matutina. Duas mulheres e um homem formavam este trio.

         Recomeçada a viagem, bem logo  BR 282 se apresentou com bastaste névoa, intercalando com sol forte, e de frente.      Uma combinação que exigiu bastante atenção.    Também trechos de serra estiveram compondo o cenário. 
Ainda restava um quarto de hora para o meio dia quando o grupo se encontrava um pouco disperso, tendo Afonso e Nelsi a frente, seguidos pelo Pacheco, depois o Gilberto Cesar e bem depois o Arli.  Os dois primeiros ingressaram em um posto de combustíveis no movimentado trevo na cidade  de  Frederico Westphalen,   ao que pude perceber e ingressei.   Arli não  conseguiu fazer  o mesmo  e passou direto. Minutos depois, dez ou quinze, o parceiro retornou e reclamou:             
          - Se forem ingressar, alguém tem que ficar junto a rodovia. 
Muito acertada a observação do Arli, ao que se prometeu corrigir. 
Neste local aconteceu o lanche  do meio dia. Fora do ambiente do posto, o tempo começava a dar sinais de mudanças.
     O grupo retornou para rodovia e, um pouco antes da  cidade  de Soledade, a chuva desabou. Rapidamente as roupas protetoras foram colocadas, oportunidade em que o  Afonso e a  Nelsi, se  despediam eis que mais adiante ingressariam na BR153 e o trio permaneceria na BR386.  A chuva continuou intensa. Fez-se um reabastecimento na região de Lajeado, e o lanche da tarde.     
                   Aos poucos a noite , bem escura foi se aprochegando e, por combinação com o Arli,   acertamos que  não  iríamos deixar o parceiro Pacheco solito na Capital,   eis   que passaria a noite no mesmo hotel onde o fomos encontrar, no inicio da viagem.
          Em Nova Santa Rita, até se tentou conseguir um hotel, o que segundo um taxista  não seria possível dada a inexistência de estabelecimentos do gênero.
 Rumou-se para Porto Alegre  onde o trio  pernoitou no hotel Umbu, nas proximidades da rodoviária. Muito embora Arli e Gilberto Cesar tenham   residências   em  Porto Alegre, é  o Pacheco  prefere   ficar hospedado em hotéis. 
        - Não gosto de incomodar,  justificou o bageense
                    Pela  proximidade, de onde se estava, a rodoviária  serviu como ponto  para o jantar  do trio.       
Nos televisores o S,C, Internacional vencia o Independente de Medelín por 3x1 em jogo valido pela Copa Libertadores da América. Neste interim, Afonso e Nelsi comunicaram que já se encontravam em casa.
            Esgotou-se a noite e o trio retornou para o hotel.  
            Na manhã seguinte aconteceram as despedidas dos amigos.   Arli rumou para a Zona Sul e eu conduzi o Pacheco até o início da Ponte Móvel do  Guaíba,  onde este rumou  para Bagé.     Peguei a  direção  da  Zona Leste  onde reencontrei o Cesar Oliveira,  meu filho.    Na parte  da tarde  rumei para a Praia de Capão  Novo.
Um pouco depois todos davam conta que já se encontravam bem, e em suas respectivas residências. 
                              Encerrou-se assim,  viagem a Asunción.



Amikoj estas du homoj kun unu animo. 
Ĝis la venonta vojaĝo.

Fotos: Todo  o   Grupo
Texto: Gilberto  Cesar