sábado, 22 de fevereiro de 2020

Prosseguindo

      Carnaval,


                      Excelente para rodar.
                                                           Ótimo para passear.
Aproveite a vida a sua  maneira e seja feliz.


quinta-feira, 20 de fevereiro de 2020

Bonito: A Viagem em Versos

Do Rio  Grande  do  Sul
para a Bonito
no Mato Grosso do Sul

Foi uma vontade reclusa 
visitar àquela terra distante
e mais do que uma saideira
foi a ânsia estradeira,
um sonho a menos
na contagem do meu tempo
e, com intento, foram juntos
os motociclistas
Afonso, Nelsi, Paulo, Gilda e Arli

Faceiros que nem guri
capacete ao vento
vestes pretas
e o bom ronco dos motores
em viagem de contemplação
com as motos estradeiras

Um pernoite em catarinas
o outro já foi no Mato Grosso do Sul, 
a instalação na pousada e também no acampamento
para tão logo começar a descobrir
as coisas lindas de Bonito

Primeiro os pássaros cantantes
que revoavam em bandos
as Araras, bem de perto
os periquitos e os seus parentes, os papagaios
até parecia um balaio
repleto de aves esplendorosas
que as câmeras e as memórias
tratavam logo de guardar

E num singular devaneio
tratávamos de nos olhar
admirar e comentar
abarrotados de deslumbramentos

E para marcar a estada
um churrasco suculento
foi o primeiro almoço
e como que num alvoroço
logo caiu a farta chuva
e para escapar dos gotejos 
serviu um abrigo em um canto
restando aos olhares de soslaio 
mirar o charco nos campos

Varou a noite sem chuvas
e depois de alguns passeios
pela Bonito central
a compra sempre eventual
de uma lembrança ou recuerdo
que se guarda como peça rara
no museu das existências

Se fez o ecoturismo:

O mergulho com os peixes coloridos
nas águas um pouco além de cristalinas
naquele Formoso Rio, que permitiu
olhar fundo na vasta flora multicor 
um verdadeiro esplendor
que o homem agradecido
chamou de  Aquário Natural

No caminho de retorno
uma ponte feitas em cordas
levou à outra margem do rio
quando então por meio da tirolesa
que os corpos saltaram em meio ao Rio Formoso 
para através do nado ,se retornar ao local
um salto muito legal que o vivente não afunda
eis que vestem os coletes destes tipo salva-vidas
que ali servem de suporte para que 
melhor se aprecie e se desfrute das grandezas
do Aquário Natural

O passeio na Caverna de um dito lago azul
um encanto de lugar
que só de se avistar o bocal
se tem uma ótima impressão
do trabalho milenar 
da nossa mãe natureza

São rochas sedimentares
que crescem na direção do chão
vindas do teto da caverna
e outras tantas 
que fazem o caminho inverso
fruto da ação das precipitações, para as sedimentações que descem 
e dos gotejamentos para as que sobem na caverna

E para encantar ainda mais
adentrando na caverna mal se avista o final
é o escuro, o úmido e as diversas formações
que os gotejos esculpiram na pedra opaca do local
e não foram todos os baguais que se arriscaram a descer a escadaria 
lá com os seus trezentos degraus
íngremes, mal desenhados e molhados pela névoa

Mas ao final do último degrau
o lago azul se encontra espreguiçado
num esplendor colossal
movimentado por vezes 
pelo gotejo insistente que não pára de cair
no silêncio profundo  da caverna
que somente a respiração 
passa a ser entonação descritiva do lugar

Depois, resta subir novamente
os degraus do descimento
e mesmo cansados os membros
continua o deslumbramento
pois o olhar incansado se volta
para os confins daquela Gruta penumbra 
silenciada nos milênios,
caprichos da natureza


Depois destes esplendores vieram
o nado, o descanso e o usufruir no  
Balneário do Sol
um excelente lugar para repouso e aproveitamento
e foi isso o que se fez

Até que chegou de vez uma chuva escancarada
que deixou tudo molhado quiçá um pouco embarrado
e tratou-se de voltar
mas para rodar na estrada, chão batido lamacento
nem todos lograram intento e um caiu no charco da lama
moto e tudo, um susto sem quebradeiras
o que não quebrou o encanto do passeio ao balneário 
mesmo com ausência do sol.

Hora de voltar para a querência
com pernoite em terras paranaenses
mais um outro em catarinas 
e começaram as despedidas
desfez-se o grupo estradeiro
e ligeiro cada qual para o seu canto
com encantos e os alforges repletos 
de aprendizados,  vivências e 
saudades da empreitada 
porém com ganas do próximo acontecimento
pois se sabe muito bem
que mal se desfaz as malas
e  a coisa que não se cala 
são as perguntas  que indagam
para quando e onde
será a jornada da vez?

Gilberto Cesar
                                                        Fotos: todo grupo 
  Texto de:   
       Gilberto Cesar

sábado, 8 de fevereiro de 2020

Como foi Bonito.

Encerrada a viagem para a cidade de Bonito, no Mato Grosso do Sul, o blog do Moto Grupo Com Destino, relata agora como foram os 10 dias da viagem de Gilberto Cesar, Arli Figueira, Afonso e Nelsi Schnaider e Paulo e Gilda Valdameri.                                 

1º Dia - 25/01/2020   
                                  Porto Alegre a Lajeado com os amigos.
                                  Pernoite em solo catarinense.                 
            Com data marcada para 25 de janeiro deste 2020, o início da viagem teve como ponto de encontro o Posto Laçador, em Porto Alegre, um tradicional ponto de encontro dos motociclistas da capital, nas proximidades do Aeroporto Internacional Salgado Filho.
     Para lá fui, conforme combinado, chegando pouco antes das 7 horas da bela manhã daquele sábado. No entanto, foi com enorme satisfação que constatei a presença de vários parceiros e amigos que foram ao ponto de encontro, para de lá seguirem viagem acompanhando o grupo viajador até a cidade de Lajeado, pouco mais de 100 km da capital.                              
             Lá se encontravam, Celso Guimarães, Jones e Igor, além de Arli, Paulo e Gilda. Pouco depois, a chegada dos também parceiros Angelino, Peterson e Elenice, sendo que este dois últimos, foram ao posto para desejar boa viagem, não indo portanto até Lajeado.          
Gelsomar, chegando ao Posto
Pouco antes da partida, a chegada de mais um parceiro, o Gelsomar Brasil, pilotando a sua nova Burgman 400, na cor azul. Gelso se propôs a rodar com grupo, por alguns quilômetros.                                                
                  Entre as animadas conversas e o chimarrão, que passava de mão em mão, o grupo foi tratando dos preparativos para o início da viagem.                                                                                                         Uma foto registro, marcou o início efetivo do deslocamento do grupo para os lados da Rodovia BR 448, com vistas a mais tarde ingressar na Br 386.                                                                          
Na cidade de Lajeado, estariam se encontrando com Afonso e Nelsi, o Moto Casal "Os Aliens", vindo de Riopardinho, o belo distrito de Santa Cruz do Sul.                            
Foto de Gelsomar Brasil
Na foto: Igor, Gilda, Elenice, Peterson, Celso Guimarães, Jones, Gilberto Cesar, Arll, Angelino e Paulo
Paulo e Gilda   /   Igor e Jones
Começou então o deslocamento. Gelso, rodou com o grupo até as proximidades do entroncamento que leva para cidade de Triunfo, de onde retornou. Os demais, chegaram em Lajeado por volta das 8 horas, onde em frente ao Shopping da cidade, já aguardavam o Afonso e a Nelsi.                   
Grupo de Porto Alegre, chegando
em Lajeado
Encontro com Afonso e Nelsi
Na chegada, em Lajeado, os efusivos cumprimentos, as devidas                apresentações, mais conversas e depois as despedidas do grupo que retornaria para a capital.                                                              Vale ressaltar, que o casal Valdameri, estava efetuando, pela primeira vez, uma viagem de longa distância. Quanto as apresentações, foram necessárias eis que ambos começaram a motocar, faz pouco tempo, estando ainda em fase de conhecimento e adaptação ao mundo motociclístico.                                                                         Seguiram então as quatro motocicletas pela BR 386, tendo como condutores Gilberto Cesar, Arli, Afonso e Paulo, com Nelsi e Gilda nas respectivas caronas.  O calor era bastante intenso, porém o vento produzido em função do deslocamento e o ímpeto festivo daquelas primeiras horas de viagem, deixavam tudo bastantemente amenizados e a cadência se fazia naquele pequeno comboio.                                                                                                                De congênere, no entanto, é que as quatro motocicletas em deslocamento pertencem a mesma categoria ou estilo de pilotagem. A composição do comboio girou em torno das motos "custom's".                                                                                          
                 ACustom's, são as motos estradeiras, preferidas por um público mais tradicional, que não prioriza a velocidade e se voltam para o conforto. A altura do banco é baixa, as pedaleiras avançadas, o piloto fica recostado e com os pés mais à frente e o carona geralmente se apoia em encostos chamados de "sissy bar".                É comum o uso abusado dos cromados e dos alforges em couro.   
Arli Figueira, Shadow 750; Gilberto Cesar, Midnight Star 950;
Paulo e Gilda, Vulcan 650 e Afonso e Nelsi, Shadow 750

         Chegada a hora do almoço, o grupo por combinação anterior,  ingressou na cidade de
Carazinho a procura de um bom local para a primeira refeição coletiva da viagem. Lentamente, as quatro motos se deixavam notar pela boa quantidade de pedestres que circulavam pelas ruas centrais e pela praça da cidade.    Esta movimentação, no entanto, certamente acontecia em função do comércio local que      começava a dar sinais do final do expediente.   
Não se logrou êxito quando ao local para almoço, naquela cruzada, quando Arli Figueira lembrou ter visto uma churrascaria a alguns quarteirões, restando o retorno pela avenida principal,          tendo-se resguardado as motocicletas sob uma imensa árvore, uma vez que o sol e o calor eram as combinações que reinavam              fortemente em Carazinho.                                                                   
        No interior da churrascaria São Diego, um bom público se encontrava muito silenciado, não tanto em função do almoço, mas no entanto, com os olhos grudados em um grande televisor, eis que estava acontecendo a finalíssima da Taça São Paulo de Futebol Júnior, o maior acontecimento futebolístico da categoria e, nada mais, nada menos que o Internacional e o Grêmio efetuavam a disputa das penalidades máximas. A esta, chegamos a assistir, quando o Inter levou a melhor, ganhou a taça e com muito sabor de vitória esmagadora em cima do principal rival.                                 
Arli, Gilberto, Paulo, Afonso e Nelsi
              Neste clima, concluímos o bom almoço, quando até em função das gozações com o gremista Arli Figueira, fiz cair um copo com água sobre a mesa, porém nada que um bom pano e o próprio calor efetuassem o trabalho de secagem.               
Nelsi, deixando a churrascaria
H
ora então de deixar o local, retornar para as motocicletas e tratar de retomar a viagem, cientes e acertados de que mesmo em se tratando de churrascarias, ou restaurantes com comidas mais pesadas, estas deveriam ser ingeridas com cautela, dando-se a preferência para as saladas, eis que todos sabedores de que no pós almoço, o organismo sempre prioriza a questão da digestão dos alimentos consumidos, e é claro que teríamos as tantas pilotagens ainda pela frente. E Carazinho foi ficando para trás.                                           

    Retomada a viagem, aos 42 km rodados uma parada técnica para água e suavização do calor. Isto aconteceu na cidade de Sarandi, quando o grupo ingressou na cidade, se refugiando também sob uma grande árvore, nas proximidades da praça central da cidade. O propósito desta parada, assim como também o almoço em Carazinho, se prendeu ao fato que tenho por costume o ingresso e visita, ainda que rápida, a municípios pelos quais ainda não estive. Isto visa  a atendimento pessoal de visita a todos os municípios do nosso Estado. De Sarandi para Trindade do Sul, outro município novo na minha listagem.                                                                                              
                Nesta pequeníssima cidade, aconteceu uma parada mais alongada, agora com a compra de água em um supermercado, sorvetes ou picolés.                                          Foi a sombra proporcionada por uma fina cobertura em acrílico na cor verde, do Supermercado Econômico,  a razão principal para a escolha do local como parada.                                                                              
Gilda,   ...  ao telefone
Aqui, um antigo telefone público, conhecido
como "orelhão" e de propriedade da antiga Companhia Riograndense  de Telecomunicações, a CRT, fez sucesso, até por estar em ótimas condições e com sinal para discagem.                                                   E o grupo voltou a rodar, agora com firme propósito de nova parada para o lanche da tarde, tendo como referência a cidade de Chapecó, em Santa Catarina.                          
            Em Chapecó, uma cruzada pela cidade, tendo como direção a área central. Foi no entanto, em um posto de combustível, que o grupo tratou do reabastecimento, bem como do lanche da tarde. Nesta parada um constatação não tão agradável, eis que o Arli Figueira ao retornar para a sua motocicleta, notou que o pneu dianteiro estava com baixíssima pressão e com a consequente ausência de ar. "Não pode!" ... disse o Arli. "Mais um pneu furado! ... é muito azar!" .., concluiu o parceiro.                                                                                                               - Te acalma, disse o Paulo.                                                                - Vamos buscar uma borracharia, falou o Afonso.            
Após a consulta, via telefone celular, mais precisamente ao "Google" dois estabelecimentos estavam sendo indicados. Um com funcionamento 24 horas, porém distante e um outro com fechamento previsto para as 18 horas. Quanto a isso, estávamos a poucos minutos da hora aprazada. Solução rápida: deu-se uma carga de ar no pneu e se rodou até a borracharia.                               
Borracharia do Gilberto
Lá chegando, o profissional de nome Gilberto, tratou logo de sacar a roda e começando o trabalho para a restauração da situação. Auxiliado por um outro profissional, Gilberto chegou a constatação de que não havia nenhum furo na câmara.                      

              Por precaução, disse-lhe o Arli;  vamos colocar uma outra câmara que estou trazendo como reserva, isto por garantia. Sem mais delongas, o aro recebeu novamente uma câmara e também o pneu, quando logo foi posto novamente na motocicleta. Quanto ao esvaziamento, disse o Gilberto que provavelmente quando da última calibração, o pino do ventil não tenha se trancado hermeticamente o que pode ter provocado o escapamento do ar. Ainda neste diálogo, ficou-se sabendo que o próprio Arli fizera, a pouco tempo, uma calibração naquele pneu.                                                                                                  Neste intermeio, a turma também aproveitou para tomar mais refrescos, eis que bem em frente a borracharia, um mercadinho oferecia estes produtos. Entre as conversas no grupo, o consenso de que "nada é por acaso", e que aquela parada, ainda que imprevista, se apresentava como fator também para algum aproveitamento.                                                                                                           Com praticamente o esgotamento do sábado, quanto a luz solar, foram ainda rodados pouco mais de 70 km quando o comboio adentrou na cidade de Formosa do Sul, ainda em Santa Catarina, na busca de um local para o primeiro pernoite.                  
Orientados por um casal de idosos, que mateavam em frente a residência, o grupo chegou ao Hotel dos Gaúchos, uma pequena edificação onde funciona na parte térrea, um bar e também um restaurante. 

Conversados e acertados,
as motos logo foram sendo colocadas na garagem,   com banho, descanso, e janta                          para os viajantes.         
Estava se esgotando assim o primeiro dia da viagem do grupo rumo a cidade de Bonito, no Mato Grosso do Sul, com marca dos 524 km rodados naquele sábado.                                                                    

                                               


Uma torre de batatas fritas grande e, depois mais uma outra constituíram o jantar do grupo.                                                                                                        


2º Dia - 26/01/2020       
                                  Placas trocadas
                                  O ingresso no Paraná.                

            Sem que o Hotel dos Gaúchos tivesse o café da manhã incluso na diária da hospedagem, optou o grupo em fazer a primeira refeição do dia em um outro local, ao longo do deslocamento da manhã. 
                
 Restou uma foto registro, ficando assim a cidade de Formosa do Sul tão somente como uma página virada na vida dos viajantes.
Foto Registro do reinício, no domingo, o segundo dia
Arli, Gilberto Cesar, Gilda, Paulo, Afonso e Nelsi


       O comboio, que já vinha sentindo algum desconforto com a quantidade e o excessivo tamanho dos "quebra molas" ou "lombadas" catarinenses, logo nos primeiros quilômetros da retomada da viagem, voltou a se defrontar com essas ondulações transversais. O problema, residia mais na altura desses dispositivos, que normalmente raspavam na parte de baixo das motocicletas, principalmente na região do carter. Isto gerava desconforto e apreensão.                                                                                          
                     Mas foi na região do município de São Lourenço do Oeste, muito próximo da divisa com o Paraná, que uma verdadeira "pegadinha de mau gosto" provocou um grande susto nas primeiras das motos que de se deslocavam.  Uma placa na cor amarela com traçados pretos, indicava a existência de passagem de pedestres, isto a uns 100 metros.             
A placa trocada
Logrados esses metros, uma outra placa, idêntica, apontava para a tal passagem. No entanto, o que realmente existia no solo, era um quebra molas, de tamanho também exagerado. Arli Figueira, que vinha a frente do comboio, passou em boa velocidade, por muito pouco não perdeu o controle da motocicleta, e por sorte, ficou no susto. Logo a seguir, as motocicletas do Paulo e a do Afonso, também lograram a lombada com velocidade considerada alta para o obstáculo. Restou susto, espanto e reclamações por parte das duas caroneiras, Gilda e Nelsi, que logo em seguida entenderam tratar-se de um equívoco grave por parte de quem ali colocou aquelas placas.                                                                                                
Café da Manhã dos viajeiros
 Prosseguiu a viagem quando aos 18 km rodados, a parada para o café da manhã e reabastecimento, o que se deu na cidade de Vitorino, agora já em solo paranaense.  Ao longo do lanche, as conversas foram centradas no equívoco quanto a colocação das placas sinalizadoras no lado catarinense.                                                                                         
Descanso em Ampére
               Já passavam das 10 horas e 45 minutos, quando a cidade de Ampére começou a ser avistada. Aqui uma nova parada, voltada mais para o descanso, porém com algum reabastecimento.   Neste posto, vários clientes em trânsito, assim como alguns frentistas, indagaram bastante a respeito da viagem, da suportabilidade do calor, ao que alertaram alguns para o calor mais acentuado que é sentido no Mato Grosso do Sul.                                                                                                 
De volta para a estrada e, com quase uma hora de rodagem, o grupo foi avistando ao longe uma série de bancas postadas ao longo da rodovia, ambos os lados, com venda de diversos produtos, com predomínio para panelas, churrasqueiras, chaleiras fabricados em alumínio batido.                                                                            
Motos à sombra.
Também se encontravam a venda, canecas, bules e panelas louçadas, queijo, frutas, sucos e um monte de outros produtos. Naturalmente os punhos foram se descerrando, e a motocicletas foram perdendo a velocidade para logo em seguida serem estacionadas, sob uma a sombra de duas árvores.                                                                   
Feira de Rodovias
 Aproveitaram os viajantes para percorrer por boa parte da feira e também para a compra de frutas e sucos. Uma churrasqueira desmontável, encantou ao Paulo, que foi logo incentivado por mim e pelo Arli para a aquisição, ao que atentou Paulo para a questão do peso. A ele, propomos dividir as partes da churrasqueira nas três motos, porém preferiu ele deixar para uma outra oportunidade. O comboio se encontrava parado na cidade de Lindoeste, PR.                                 
Posto de Combustível em Cascavel /PR
                           Retomada a jornada sob um intenso calor, pouco depois alguns gestos indicavam que o almoço seria o próximo acontecimento, uma vez que os relógios já estavam marcando pouco mais das 13 horas. Foi em Cascavel que o grupo parou para abastecimento. Junto ao estabelecimento de combustível um grande restaurante foi logo adentrado pelo grupo, que logo tratou de se servir das boas iguarias ali colocadas a disposição dos clientes. 
Almoço em Cascavel

Restaurante Aroma e Sabor

Parada em Guaíra
Devidamente alimentados, o grupo retomou a viagem, com mais uma parada para reabastecimento e descanso na cidade de Guaíra, sendo que esta interrupção foi rápida. Pelas proximidades com o Paraguay, diversos são os outodoors instalados ao longo da rodovia, convidando para a visitação e compras nos shoppings e lojas nas cidades fronteiriças. 
Ponte Aryton Senna - Rio Paraná
                         Na sequencia veio a divisa dos estados do Paraná com o Mato Grosso do Sul, com a travessia da Ponte Ayrton Senna, sobre o Rio Paraná. Tão logo o comboio ultrapassou a divisa, os relógios necessitaram de ajuste, em uma hora a menos, em função do fuso-horário entre as unidades federativas. Do lado do Mato Grosso do Sul, veio a cidade de Mundo Novo.                                                                                                                 final da tarde estava muito próximo quando o grupo já podia vislumbrar as edificações da cidade de Itaquiraí, MS, onde aconteceria o pernoite.                                                       
Casa do Artesão
Exposição e venda de artesanato
Na entrada da cidade, um prédio identificado como em sendo a "Casa do Artesão" foi o local que se chegou para a tomada de informações a respeito de hotel ou pousadas na cidade. Muito gentil, o locatário, disse se tratar de uma casa pública, porém com restaurante privado. Ofereceu espaços no fundos, uma espécie de mato, para a instalação das barracas bem como liberaria as instalações dos banheiro no interior do prédio. A ele, foi explicado que se não fosse encontrada outras instalações, ali estaríamos retornando, pois que éramos sabedores de que Afonso e Nelsi, além não efetuarem acampamentos, não haviam sequer levado barraca.                           
Quartos do Hotel Continental
Começou então a peregrinação por local para o pernoite. O primeiro hotel, Caiubi, era estrelado demais. O segundo, o Real, detinha poucas estrelas e o terceiro, detinha pouco mais de meia estrela. Afonso e Nelsi se hospedaram no Hotel Real.  Arli, euPaulo Gilda, no Continental.                
Jantar ao ar livre no calor de Itaquiraí
                                                    À noite, a tradicional saída para conhecer um pouco da cidade e após o jantar, o qual aconteceu em uma espécie de trailer com mesas ao ar livre, tem como prato principal o peixe.                                                                                                 
O grupo em Itaquiraí, após o jantar.
Arli, Paulo, Gilda, Nelsi, Afonso e Gilberto Cesar


 3º Dia - 27/01/2020       
                                  Em busca do Arli.
                                  As consequências da lombadas.     
                                  Uma chuva refrescante           

Reabastecimento matutino em Itaquiraí
novo dia surgira já com muito calor em Itaquiraí, quando bem cedo o quarteto que se hospedara no hotel Continental, tratou de tomar o café manhã, é claro que foi uma alimentação prá lá de simples. Pela combinação, e até por ser passagem, o encontro com Afonso e Nelsi seria nas proximidades do hotel Real, onde ambos haviam pernoitado.        No pós encontro, todos direto para o posto de combustível, para o reabastecimento e retomada da jornada.                                             
Grupo parado. Parou o GPS
De volta para a estrada, o grupo não rodou mais do que 20 minutos e, passado um entroncamento, o comboio parou atendendo a sinalização vinda da moto do Afonso.                                     - O GPS parou, disse ele, e acredito que estamos na estrada errada.     
Arli, indo a pé até o
entroncamento. 800 m de caminhada
     Devido a impossibilidade de se retornar pela rodovia, eis que duplicada e com canteiros dividindo as pistas, Arli Figueira se prontificou efetuar uma caminha, sob um sol  intenso, algo em torno de 800 metros até a cabeceira do entroncamento para a leitura das placas indicativas. Pouco depois, retornou o parceiro, bem cansado, porém com as coordenadas, as quais apontavam que o grupo se encontrava na direção correta.
Feito um novo acionamento no GPS seguiu-se em frente, tendo cruzado o comboio por algumas máquinas agrícolas com avantajados tamanhos, utilizando boa parte da rodovia. Ao longe, pareciam verdadeiros gafanhotos gigantes as tais máquinas. 
                               Disse a Gilda Valdameri:                               - até deu vontade de cruzar com a moto por debaixo daquelas máquinas, de tão grande e esquisitas que elas são.
           Foram 95 km de rodagem, quando se avistou a cidade de Naviraí, cujo portal é constituído por enormes Araras, ave símbolo de toda a região. A seguir veio a cidade de Juti e logo em seguida a cidade de Caarapó. 
Nesta última, uma parada super rápida e técnica, quando mesmo sem descerem das motos, todos confirmaram estar tudo bem e prontos para tocar em frente. Esta parada se deu muito em função do alto fluxo de caminhões na região. Verdadeiras filas se formavam na rodovia que já cortara as duas cidades anteriores ao meio, e agora também se repetia em Caarapó. O barulho era imenso, o calor a beira do infernal e o sol sem dar tréguas. 
     Pois foi nesta arrancada, que o Arli chegou lateralmente muito próximo da minha motocicleta, e em função da baixíssima velocidade, trocamos alguns monossílabos quando lhe falei:
           - que barulho é este na tua moto? 
           - não sei, mas já vem assim desde a pouco.
       - isto não é normal e devemos investigar. me parece ser na roda dianteira.
          - é um treck-treck
         - sim, eu estou escutando. temos que para ver. Esta roda pode travar e daí será tragédia.
   Antes de pararmos, e mesmo com as motos em movimento, solicitei ao Paulo que encostasse a sua moto junto a do Arli e tentasse escutar o tal "treck-treck"
Paulo escutou e confirmou que alguma coisa estava errada com a roda dianteira. Enquanto isso, o Afonso seguia em frente, no alto fluxo de caminhões.
            - Vamos procurar uma oficina, foi o que falei. Fiquem aqui!  Eu irei avisar ao Afonso para que todos fiquemos juntos. 
Estas minhas últimas palavras não foram bem entendidas, eis que o Arli continuou rodando muito devagar e o Paulo, ao invés de ficar junto ao Arli, imediatamente acelerou,  me seguindo. 
           Afonso, que bem a frente se encontrava, logo parou quando notou que os piscas-alertas das nossas motos se encontravam acionados. Parados, confabulamos e tratamos de esperar pelo Arli.


Em Caarapó, a procura do Arli
                Passados 15 minutos e depois mais 5, e como ele não havia chegado, resolvemos retornar ao ponto inicial. 
         Vagarosamente as três motos, começaram a procurar, chegando-se quase que ao ponto inicial onde se parara pela vez primeira. Paulo, chegou a ir em duas ou três oficinas de consertos de motos da cidade e nada do Arli.
Claro que bateu um pouco o pavor no grupo e logo começaram algumas indagações:
      - se o Arli desceu barranco a baixo;
    - e se a Moto travou a roda e um caminhão o obrigou a descer mato a dentro?
E por aí foram as mais variadas indagações e preocupações.
Quanto ao telefonema e mensagens, a Gilda fez tudo isso por mais de dez vezes e nada de respostas.
      - Vamos refazer todo o trajeto, mais lentamente, sugeriu o Paulo.
E assim foi feito.
           - Então ele está a nossa frente, disse o Afonso.
        - Mas como é que nós 5 não vimos o Arli cruzando? falou a Nelsi.
       - É muito estranho que ele não tenha visto as motos aqui paradas, foi o que disse a Gilda.
           - Vamos em frente. Esse baixinho cruzou direto por nós, foi o que falei.
            E prosseguimos, quando há pouco mais de 5 km um pedágio se apresentou, tendo como próxima cidade de Dourados.
        Na praça de pedágio, logo as indagações nossas para as atendentes:
      - passou uma moto aqui, igual a estas?
      - uma moto com placa de Porto Alegre?
      - um sujeito baixinho, com roupas pretas?
             Não!  ...  foi o que responderam duas das atendentes.
Passado o pedágio,
decidindo o que fazer 
Pagamos o pedágio e cruzamos, parando logo a uns 100 metros.
- E agora gurizada? foi a pergunta do Afonso.
- Penso que deveremos retornar, foi a minha alocução.
- Eu vou lá no pedágio, disse o Paulo, perguntar se podemos retornar por aqui, porque o próximo retorno deve ser em mais de 5 km.
           Com isso Paulo foi retornando, a pé, em direção do pedágio. Enquanto caminhava, sob aquele sol intenso, uma atendente também caminhava em sua direção e quando se aproximaram falou era:
          - fui eu quem efetuou a cobrança do amigo de vocês. Sim ele passou por aqui sozinho, mas já faz um tempo. Acontece que eu estava no meu intervalo e as minhas colegas me falaram da preocupação de vocês. Mas ele já cruzou e deve estar chegando em Dourados.
           Paulo começou a retornar, gesticulando por vezes, ao que não dava para entender perfeitamente. Quando bem próximo, gritou então: ele já passou ....  foi aquela atendente que fez a cobrança ... 
             Quase todos deram "Graças à Deus"
            Uma garrafa com água foi entregue ao Paulo, que ainda que extenuado, disse estar muito feliz pelo Arli estar a frente do comboio.
             A rodovia 163, nos seus 56 km que separam Caarapó de Dourados, foi lograda rapidamente por nós, e logo a cidade começou a se agigantar sob os nosso olhos. Pois foi bem na complicada rotatória de ingresso na cidade, que duas mãos estavam se cruzando, em forma de acenos. Era o Arli, gesticulando e gritando: 
    - Por aqui!
  - Aqui! Estou estacionado ali naquele supermercado. Dêem a volta!
             Em pouco tempo, estávamos juntos e logo vieram as explicações do parceiro:
      - o trânsito lá naquela cidade estava demais.
    - eu vi que vocês iriam parar a frente e resolvi ultrapassar um caminhão. Acho que foi bem na curva onde vocês poderiam estar. Eu não vi...   passei ao lado de um e depois de um outro caminhão!
     - Mas Arli, disse o Afonso, no pedágio, tu deverias perguntar se as três motos já haviam passado ou não?
      - sim, eu esqueci disso também. Mas eu rodei bem devagar até aqui.
     - Mas o bom de tudo isso, disse o Paulo, é que estamos todos juntos e sem problemas maiores. É claro que temos que ver a questão dessa roda aqui em Dourados.
      - Deixa eu apresentar para vocês o Erley. Ele é do Moto Grupo Águias do Brasil e já conversamos. Ele vai nos levar a uma oficina onde o pessoal do moto grupo dele leva as motos para revisão e consertos.
Seguindo o Erley em direção a
oficina de motos

Feitas as apresentações e depois de alguns diálogos, seguimos o Erley indo em direção a Oficina do Perna, para verificação do  "treck-treck".
    

Parte do grupo, à sombra em frente
a oficina do Perna


Na oficina, logo após uma rápida inspeção, disse o "Perna":  - é o rolamento que está danificado. Vejam a pequena folga. 


A inspeção na moto pelo Perna, sob
o olhar do motociclista Erley
Deve ter levado uma pancada em algum buraco ou coisa assim.
  Imediatamente, ao quebra molas catarinense foi lembrado por todos e, feito o relato para o mecânico, o mesmo disse então da necessidade da colocação de um novo rolamento na moto.
Registro fotográfico dos viajantes com o motociclista Erley (camiseta clara)
que efetuou apoio motociclístico na cidade de Dourados, MS.
         Façamos assim, disse o Perna:  - enquanto vocês almoçam, eu vou efetuando a troca. Em questão de trinta a quarenta minutos tudo está resolvido.

Arli, na carona
          Frente a isso, voltamos e a seguir o Erley, agora com o Arli na minha carona, indo para o restaurante, um pouco distante da oficina.

Restaurante em Dourados


O parceiro Erley se despediu, eis que iria para o trabalho, e ficamos nós no restaurante.
Moto pronta

Bem depois, retornamos a oficina do Perna, onde a moto já estava pronta para seguir viagem. Nos despedimos e começamos a nos direcionar para a rodovia.  
Moto pronta. Arli se preparando para retomar a viagem

Arli então efetuou o acerto de contas com o Perna, muito agradeceu ao jovem mecânico, o que fizeram também todos os demais. Perna, deixou a oficina ao inteiro dispor do grupo, principalmente a geladeira, no tangente a água gelada, frente é claro, ao imenso calor na cidade.
               Neste deslocamento, a praticamente 8 ou 10 quarteirões percorridos, novamente a moto do Arli apresentou problemas. Agora era um barulho mais estridente. 
Novo problema na moto
Nova parada, agora em plena via na cidade de Dourados.
           Desligada a moto, o tal barulho continuou.
         - É a ventoinha do radiador que está solta, foi o que disse o Paulo, depois de uma rápida verificação. 
Isto ficou confirmado, pois que, se deu um tempo para que o motor se refrigerasse, voltando a acioná-lo depois. Como o calor na cidade era intenso, logo a ventoinha foi acionada e o novo barulho se fez estridente.
            Voltar para a oficina do Perna, foi a solução.


De volta a oficina
Lá chegando, o mecânico foi informado e após uma vistoria, que contou com o auxílio do Paulo e também do próprio Arli, foi constatado que o suporte que segura a ventoinha estava quebrado e quando acionada, esta se soltava chegando a encostar no radiador, daí a tal vibração que virava um ruído muito forte. 
Esta quebra do suporte da ventoinha, também foi atribuída a lombada catarinense, aqui já relatada.
           Perna disse não ter em estoque  e nem como conseguir o tal suporte. Também as consultas feitas via celular, davam conta que somente por encomenda, inclusive na própria concessionária da Honda. Então, uma gambiarra seria necessário fazer.
Sem perda de mais tempo, Perna foi a uma loja em busca de cinta-presílias, de plástico, na cor preta, e com várias delas tentar fixar a ventoinha.
                 Foi uma operação difícel, que exigiu muito paciência dos dois artífices ali naquele intento, no caso o Pena e o Paulo
Por vezes, o Afonso opinava, o Arli falava e eu registrava. 
         Mas ao cabo de uns quarenta minutos, tudo deu muito certo, e novamente nos despedimos do Perna e continuamos com a viagem.
Lanchonete em Maracajú
Retomada então a viagem, foram rodados mais 95 km, e o grupo chegou à cidade de Maracajútendo como destaque o acentuado calor, o sol forte e o abafamento, quando os relógios marcavam 15 horas no Mato Grosso do Sul. 
EMaracajú, vários picolés, alguns sorvetes foram consumidos, e ainda muita água gelada, isto em uma lanchonete a beira da estrada.
                  Quase meia hora depois, o grupo retomou a viagem, quando algumas nuvens ao longe e muito carregadas, prenunciavam chuvas, exatamente para os lados para onde se dirigiam os viajeiros. Frente a isto, e perguntados, todos os parceiros responderam que não iriam colocar as roupas apropriadas contra as chuvas. 
Está muito calor ...  que venha a chuva, foi o que disse o Afonso.
     Em questão de 10 minutos, o grupo ingressou em uma área onde a chuva era torrencial. Muita água, com pingos enormes, os quais imediatamente aliviaram as tensões calorescas. Foram bem mais do que 10 minutos sob intensa chuvarada, voltando em seguida o asfalto muito seco e com a volta do abafamento. 
        A essa chuva foi o Afonso que disse:  - depois da chuva, eu parecia que estava em frente a um condicionador de ar, e com a roupa toda fresquinha. Em nenhum momento a chuva incomodou, pelo contrário, apesar de ficar todo molhado a sensação de frescor durou por quase meia hora depois.
Na verdade, todos com componentes do grupo ficaram literalmente molhados, eis que optaram não usar as roupas de borracha.
            Era quase o final da tarde, quando o comboio se aproximou da cidade de Guia Lopes da Laguna. Uma parada e aconteceram as conversações para o consenso em por ali pernoitar ou continuar a viagem e chegar a Bonito ainda naquela tarde/noite. 
Em Guia Lopes da Laguna,
conversa com caminhoneiros e frentistas
 - Bonito está pertinho, disse um senhor;  ... com essa motos de vocês, é num piscar de olhos e logo chegarão.
Realmente faltavam tão somente 65 km, porém o grupo definiu pelo pernoite em Guia Lopes da Laguna, até para evitar ter que rodar a noite.
A beira da própria rodovia, o Hotel Reis era identificado por um grande letreiro, e foi nele que o pessoal ingressou e logo começaram os procedimentos de Check-in.  
            O hotel, que atualmente é de  propriedade de uma descendente de japoneses, foi uma das primeiras edificações da cidade e desde então ainda é o maior hotel da cidade, com 47 quartos. Foi uma construção encomendada pelo meu pai, disse-nos a proprietária, mas que porém esta colocando o empreendimento a venda, porque pretende ir morar para o Sul, com preferência pela praia de Garopaba

Um quadro verde junto a parede, passa a informação aos clientes, de que para manter bons preços, o café da manhã é dos mais simples.

            Depois de instalados, o grupo foi efetuar a refeição da noite, quando por consenso ficou acertado que o "peixe" seria o prato da noite. Sem dificuldades quanto a isso, eis que três estabelecimentos, bem próximos e, ao estilo lanchonetes, ofertavam por meio de placas de propagandas, peixes de toda a espécie e as mais variadas formas.

     Esgotou-se assim a noite do grupo viajeiro, quando ficou acertado que por volta das 7 horas da manhã aconteceria o café simples e tão logo a isso a viagem para o ápice da empreitada, qual seja a cidade de Bonito.

4º Dia - 28/01/2020       
                                  Bonito, a cidade.
                                  O camping.   
                                  Chuva e passeios.                      

Arli e Paulo no café simples do
Hotel Reis
manhã daquela terça-feira, havia amanhecido com sol radiante, porém uma leve brisa soprava pelos campos, quando após o café da manhã,  o grupo foi deixando a cidade de Guia Lopes da Laguna.     
Com pouco mais de 20 minutos de rodagem, foram se intensificando os outdoors os quais chamavam a atenção dos viajantes para os hotéis, as pousadas e as demais atrações da cidade de Bonito

Portal da cidade de Bonito - MS
Gilda, Nelsi, Afonso, Arli, Gilberto Cesar e Paulo


Foi no portal, com informações e boas vindas, que o grupo parou para o registro fotográfico da chegada na principal cidade do ecoturismo brasileiro. 


Na sequência, o ingresso na cidade e de plano o reabastecimento das motocicletas. 
                  No posto, de bandeira Petrobrás, um cidadão que indagara da procedência o grupo, fez comentários de  que os proprietários do posto também eram gaúchos, porém da cidade de Butiá. Foi o que bastou para que o Arli, que também é de origem desta cidade, se encontrasse com o Alexandre, filho do proprietário. 
            As conversas foram longas e saudosistas, eis que o Arli conhecia o pai do Alexandre. Aproveitou este para passar algumas informações, e como já tínhamos a indicação para os pernoites, em pouco tempo estávamos rodando pela área central de Bonito.
Avenida principal de Bonito
Concluído o reabastecimento, seguiu o comboio lentamente pela avenida principal da cidade, tendo como destino a Pousada e Camping do Peralta, esta era indicação que o Arli obtivera com um outro motociclista que estivera em Bonito poucos dias antes. 

Preparado o acampamento
Na pousada, a opção foi pelo camping; Arli, eu, Gilda e Paulo.  
Afonso e Nelsi, precisaram procurar por uma outra pousada, eis que o Peralta somente disporia de um quarto somente para o dia  seguinte. 
Não foi problema para que Afonso e Nelsi encontrassem, uma outra pousada para um pernoite, devendo ambos voltar ao Peralta já no dia seguinte.
                   O Peralta, possui diversos quartos, todos térreos, em uma imensa área, com muito verde. Tem também uma piscina, área para descanso e lazer assim como dois quiosques para a preparação de churrascos outro tipo de refeições, 
Foi próximo a um destes quiosques que  quarteto tratou da instalação das barracas. Não havia ninguém acampado na área reservada para tal.
        Era pouco mais da meia manhã, quando ficou acertado que o primeiro almoço seria um churrasco, e para tal, tão logo montadas as barracas, o grupo efetuou uma bela caminhada pela rua principal da cidade com parada em dois supermercados para a compra dos gêneros.         
Churrasco do grupo em Bonito
      
              Quase uma hora depois, estavam todos de retorno à pousada, quando Paulo, se voluntariou para o preparo do churrasco, aliás um belo e farto almoço foi o que se teve como resultado.
                 No pós almoço, o calor foi ficando bem mais ameno, um vento foi logo sendo soprado e as nuvens carregadas, em pouco tempo começaram a mudar o cenário da cidade. 
           Aviso que vai chover, disse o Paulo. Por precaução, irei recolher a barraca de colocar os objetos na área coberta, disse ele, se referindo a um espaço coberto nas proximidades dos quiosques. Arli e eu, não levamos tão a sério assim a história.

Porém em questão de vinte minutos, uma chuvarada intensa começou a cair. Praticamente tudo ficou alagado no entorno, inclusive as nossas barracas. 
Foi quase uma hora de muita chuva e o jeito foi recolher as barracas e colocá-las sob a cobertura dos quiosques, muito embora o estrago já estivesse acontecido. 
Secando as roupas 

A boa consolação, foi que em Mato Grosso do Sul, pelo que se soube, estas pancadas de chuvas são frequentes, quando volta logo o calor e tudo fica muito seco rapidamente. 
Gilda, na carona do Paulo para não
embarrar a sapatilha
Pois tudo ficou quase seco mesmo, isto em questão de 50 minutos, quando então grupo o efetuou caminhada até o centro da cidade. Objetivou o deslocamento, conhecer a cidade, efetuar compras de lembranças e souvenirs, como também efetuar as compras para o jantar, o qual seria com o reaproveitamento do que sobrara do almoço, com algum incremento a mais. 
          Pilad Rebuá, é uma extensa avenida e é também a principal via da cidade de Bonito. Mais para a parte central, composta por sete quadras, em ambos os lados o comércio é farto, com venda de produtos da região, lembranças, objetos ligados ao ecoturismo, sorveterias, agencias de turismo, bares e restaurantes. Marcos em madeira, extensos canteiros e muita simbologia pantaneira, dão um charme muito especial para esta avenida. Foi um belo passeio, o que se fez.
            O grupo, optou caminhar de ida por um dos lados, com a volta pelo lado oposto, o que proporcionou praticamente a ingressar em quase todas as lojas. 
Encerrou-se assim o primeiro do grupo em Bonito.

5º Dia - 29/01/2020       
                                  O encanto na pousada.  
                                  Os passeios ecoturísticos.   

As primeiras araras vistas, no pátio da Pousada Peralta
Mal clareara a quarta-feira, quando ainda no interior da barraca o despertar se fez pelo canto dos pássaros, também muito notadamente pelo som forte emitido pelas araras.
          Saindo da cabana, e mirando uma palmeira próxima deu para notar a presença de uma casal destes animais, com aparência de felizes, eis que cantarolavam e por vezes se bicavam, numa espécie de beijo animal. Foram estes os primeiros animais que avistamos e que logo compartilhamos com o Arli, Paulo e Gilda, quando saímos com as máquinas fotográficas e dispositivos celulares para os devidos registros. A isso, já estávamos maravilhados.
Periquitos e Papagaios
Pouco depois, uma revoada de barulhentos periquitos e também uma espécie de papagaios, começaram a se colocar próximo a um comedouro, criado pelos proprietários da pousada, para a colocação de sementes, que servem de alimentos para os animais. E cada vez mais chegavam estas espécies. 
O comedouro, consiste em uma taquara partida ao meio, suspensa sobre outras duas taquaras em forma de "x". Bem bolado e bem legal esta história.
As Araras, ... .. .. chegando
                    Nos falou o Wiliam, atendente da pousada, que a alimentação primeira é para os pequenos papagaios e periquitos. Num segundo momento, é a vez das araras. Obviamente que o tipo de semente é que os coloca ordeiramente a esperarem a sua vez.
A vez das Araras
Depois dos periquitos, papagaios e outros pequenos animais, são as Araras que dão um colorido todo especial, que encantam a todos os turistas hospedados na Pousada do Peralta.

O espetáculo é lindo demais, e quase que faltam câmeras e fôlego para o show naturalmente orquestrado pelos pássaros. Isto tudo volta a se repetir no cair da tarde, numa espécie de ritual que quebra todos os silêncios daquelas matas.
    Neste intermeio, chegaram a pousada os nossos parceiros Afonso e Nelsi, que também se maravilharam muito com o espetáculo dos pássaros e, logo começamos a tratar a respeito do passeio marcado para aquela manhã.                            
            Em Bonito, você não consegue visitar nenhum ponto turístico, dos relacionados como de interesse e por tal que haja cobrança de ingresso, sem que seja efetuada antecipadamente a compra do ingresso em uma agência de turismo. Isto se explica, porque todos os locais que recebem turistas, tem limitação de pessoas e os horários são específicos. Ao comprar o ingresso, antes disso, o agente se assevera da disponibilidade de vagas e em quais horários isto será possível. A presença do guia, também é outro ponto fundamental. 
Orgulham-se os bonitenses, de possuir o turismo mais organizado do Brasil. São mais de trinta pontos turísticos disponíveis. Nós, optamos pela compra de ingressos para 3 pontos, a saber: Aquário Natural; Gruta do Lago Azul e o Balneário do Sol.
Para os deslocamentos até os pontos escolhidos, optamos pelo uso das próprias motocicletas.

AQUÁRIO NATURAL
                              O Aquário Natural, foi o nosso primeiro passeio, para onde começamos o deslocamento pouco depois das 7h e 30 min. A estrada que leva até o local, é um chão batido, como de resto para todos os locais turísticos da cidade. 
Foram 9 km, rodando com as custom's e, como se sabe, este tipo de motocicleta não se presta em nada para este tipo de solo. No entanto, foi tudo muito tranquilo no deslocamento.
            O Aquário Natural, é passeio de flutuação, localizado na Baía Bonita, sendo considerado um das principais atrações de Bonito. A flutuação permite o contato quase que direto com a fauna e a flora subaquática muito coloridas, no local.
   Na chegada, é necessário entregar o "voucher" na recepção, onde  são repassadas as primeiras informações, bem como a divisão das pessoas em grupos de 9. 
A apresentação da nossa guia
              Há a apresentação do guia, a distribuição das roupas e dos equipamentos de mergulho. Colocadas as vestes de mergulho, uma ducha fria é necessária antes de qualquer outra coisa. 
       Na sequencia, um banho de piscina, em conjunto, que serve para familiarização das roupas e equipamentos, bem como para as orientações práticas por parte do guia. 


Escolha das roupas e sapatilhas
A piscina para familiarização com
as roupas e equipamentos
O treinamento prático na piscina
antes do mergulho no rio

        Todos prontos e treinados, hora de ir para o local do mergulho. Para chegar ao ponto, uma bela caminhada entre a mata acontece, a qual dura não mais do que 20 minutos, até as nascentes. Nestas é que começa o passeio de flutuação que se estende por quase 1 km. O guia, está sempre presente e a todo o instante orienta quanto aos mergulhos. Uma pulseira, com cores diversas, identificam os pertencentes de cada grupo. Nosso grupo, motociclistas, detinha pulseiras na cor azul.
                É um espetáculo este passeio, pois que já na chegada na nascente e mesmo antes do ingresso nas águas, o colorido e vastidão de peixes de diversas espécies, nadam tranquilamente pelo entorno. Dada a limpidez e pureza das águas, as plantas aquáticas também formam um lindo panorama. 
As últimas instruções da guia
Este foi o nosso grupo, composto por nove turistas, mais a guia. No caso das outras pessoas, se tratavam de três paulistas, da mesma família.

E começaram os mergulhos:
Gilberto Cesar

Afonso

Nelsi
Gilberto Cesar e Arli
            
Gilda com a Instrutora
                     




 O mergulho se divide em duas etapas, sendo que todos participam da primeiro mergulho. Para a segunda etapa, não há a obrigação de fazê-lo, e para tal um pequeno barco fica a disposição para os que não desejarem efetuar a parte final do mergulho.
                           Como última atração, e opcional é claro, consistia em passar para o outro lado rio por meio de uma ponte, feita em cordas, tipo "bam-bam", com retorno para a margem original por meio do uso de uma espécie de  tirolesa
        Cada um deveria se soltar em, meio ao rio, e se utilizar do nado para chegar a travessia. A isso, praticamente todo o grupo aderiu.
Parte do grupo, na fila para o salto

Gilda, pronta para cair nas águas

                              E
ste passeio teve a duração de 2 horas e 20 minutos, horas estas que parecerão nem existir, pois que são preenchidas totalmente pelo encanto, pela maravilha e deslumbramentos. 
                Mais do que recomendável, é imperdível este passeio.
Aspecto do local onde se realizam os mergulhos
                            Foi este o passeio que o grupo realizou pela parte da manhã. De volta as motocicletas, novamente a estrada de chão batido e logo em seguida o centro de Bonito
            Afonso e Nelsi aproveitaram a oportunidade para a troca de local para pernoite, tratando de pegar os seus pertences no hotel onde pernoitaram, para se instalarem de vez na Pousada do Peralta, junto com os demais. 
Os moto-mergulhadores do pampa gaúcho
Nelsi, Arli, Gilda, Paulo, Gilberto Cesar e Afonso

GRUTA DO LAGO AZUL

         Após um  lanche rápido que o grupo efetuou, na lancheria do Ipê Supermercados foram direto para a Gruta do Lago Azul, o segundo passeio do dia, agora na parte da tarde.
                 A Gruta do Lago Azul, pelo que soubemos, também é um dos atrativos turísticos contemplativos de passagem obrigatória pelos turistas que vão a Bonito. Ela dista 21 km do centro da cidade, estrada de chão batido, e se trata de uma caverna que é uma das maiores cavidades inundadas do planeta.
Recepção da Gruta do Lago Azul
Na recepção do local, são dadas as boas vindas aos turistas, oportunidade em que é possível ler por meio de informativos e poster's um pouco da história da Gruta do Lago Azul
Aqui, também são solicitados os "voucher" de cada um dos visitantes.

A entrega dos capacetes
Entrega das toucas
A seguir, acontece a entrega de uma touca e de um capacete para cada pessoa, onde a cor do casco indica a que grupo ele pertence bem como qual guia estará ele vinculado durante o passeio pela caverna. Nosso grupo foi contemplado com capacetes verdes. 
Há a apresentação do guia quando são traçados os primeiros comentários e repasse de algumas informações. 
Todos prontos e capacitados
Paulo e uma árvores gigante
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O início da trilha de 200 metros
A pessoa com capacete branco,
é o guia.

Começa então uma caminhada por uma trilha de 200 m até a entrada da cavidade. 


O caminho rochoso
O caminho é todo rochoso e para descer para a Gruta do Lago Azul, é necessário descer uma escadaria íngreme composta por 300 degraus, o equivalente a um prédio de 12 andares. 

Descendo para Gruta
Ao longo da descida, o guia pára várias vezes, dá explicações, fala dos melhores ângulos para as fotografias, onde também é possível se descansar. 
É surpreendente a contemplação das águas que se infiltram pelas rochas, formações geológicas de variadas formas e tamanhos, com milhares de anos. 
Em cada rocha, é possível identificar, por associação, várias formas que passam por animais, pessoas, caveiras e outros.
                 Quanto ao lago propriamente dito, acredita-se que um rio subterrâneo é que o alimenta e também as águas da chuva. O certo, é que permanentemente pingos de água caem das rochas no lago. 
               Foi feito bastante silêncio, por solicitação do guia, foi possível perfeitamente escutar uma séries de pingos na imensidão escura da cratera, como se uma orquestra fazendo ecoar o seu som. Muito lindo foi este momento.
                      Com relação a cor da água, ela é cristalina e a cor azulada, é fruto da incidência do sol combinado com presença de diversos minerais. 
Os estalactites
Mas tudo na gruta impressiona muito, principalmente a perfeição da natureza na construção dos estalactites, que que pendem do teto verticalmente  e as estalagmites, que crescem no chão em direção ao teto. 
           
A escadaria que é composta
por 300 degraus
Ao final do passeio, é necessário subir os 300 degraus, uma subida lenta e bastante cansativa, porém de muita grandeza, eis que a visual no retorno, parece ser bem diferente quando da descida.
 
             Foi realmente um grande passeio, que nos proporcionou belas reflexões a respeito do poderio da natureza, dos seus segredos e da sua capacidade harmônica para que, naquela profundeza, ainda hoje exista vida animal que o homem ainda tenta identificar e também catalogar. 

* Por aversão a subidas ou descidas íngremes em demasia, a nossa amiga Nelsi preferiu ficar no topo da Gruta, razão pela qual a mesma não constou na foto registro.

Um verdadeiro encanto é esta Gruta do Lago Azul.

Fundo da Gruta Azul
Foto Registro do passeio dos moto-aventureiros
Gilda, Paulo, Arli, Gilberto Cesar e Afonso.


       Encerrado o passeio e de volta à Pousado do Peralta, o grupo tratou de descansar. Paulo, Gilda e eu, fomos para a piscina para um nado e mergulho. Afonso e Nelsi se refugiaram no quarto para descanso, o mesmo que fez o Arli, em sua barraca.
          À noite, todos para o centro da cidade, caminhadas, compras e depois a janta, com filé de peixe à parmegiana para uns e  x-burger para outros. 

6º Dia - 30/01/2020       
                                  O Lago do Sol.  
                                  A chuva e lama.  



 terceiro dia do grupo em Bonito, começou também muito cedo e com a mesma sinfonia dos periquitos, dos papagaios e das araras. De diferente, foi que o Arli Figueira se prontificou  ir    ao 
supermercado para a compra de gêneros para o café da manhã, no próprio acampamento. 
          Como o despertar acontecera por volta das 6h 30 min, o chimarrão e algumas músicas gaúchas, fizeram parte do ambiente, o que aliás já vinha acontecendo, nas primeiras horas da manhã dos outros dias.

     BALNEÁRIO    DO    SOL    
No pós café, a preparação para a última atração turística para o grupo: O Balneário do Sol.
Começou então o deslocamento para o balneário, que dista 12 km da cidade de Bonito, é novamente um chão batido pela frente.
       O deslocamento foi tranquilo, por vezes com muita poeria, eis que uma enormidade de automóveis também seguiam para o mesmo destino do nosso grupo.
          De inusitado no entanto, é que o grupo trafegava por uma estrada que ia de ruim à pior. Ao lado desta, uma outra estrada, bem melhorada, porém sem indícios de uso. A um motorista que trafegava em sentido contrário foi feito o questionamento a respeito se poderíamos utilizar ao que ele respondeu: podem sim ...  ela ainda está em vias de construção .. ela vai até quase próximo ao Balneário do Sol. .... mas tenham cuidados, há muitos buracos .....
         


            I
mediatamente e por meio de um atalho, as motos começaram a trocar de rodovia, porém o terreno era danado e para a transposição, por solicitação, Afonso foi quem pilotou a moto do Arli.

     Na chegada, o mesmo ritual: apresentação dos "voucher's" e por ser balneário para lazer,  nada de explicações por parte dos recepcionistas.
     O Balneário do Sol, é uma grande área de lazer com inúmeras atividades para se passar um dia inteiro em meio a natureza. São várias as opções que são colocadas a disposição dos turistas, dente elas, mergulhar livremente no Rio Formoso, onde  presença de peixes é enorme. 
 Aproveitar o sol, e também fazer churrascos ou ainda aproveitar da excelente infraestrutura do local, que possui dois restaurantes, uma lancheria e uma loja para a compra de lembranças do local.
É permitido aos visitantes, levar a sua própria bebida ou comida, o que aliás foi o que fizemos nós, levando a água e o lanche para o meio dia.
              Mas o local é muito mágico, pois que é muito exuberante a fauna e a flora com a existência de várias cachoeiras, uma tirolesa e banho junto aos peixes.
 E ao balneário chegamos, com bastante sol e um calor bastante acentuado. Estacionadas as motocicletas, logo todos estavam instalados em uma mesa, gentilmente apontada por um dos atendentes. 




Ambientados, pouco depois aconteceu, o banho nas límpidas águas do Rio Formoso, e junto a uma infinidade de peixes de todas as espécies e tamanhos. 

O banho durou um bom tempo, quando por volta das 13 horas, o tempo se fechou e, num piscar de olhos alguns pingos de chuva começaram a cair sobre todos.  A saída, foi trocar o guarda-sol por um gazebo o qual abrigaria o grupo da chuva que começava.




A turma se banhando junto a diversas espécies de peixes, nas claras águas do Rio Formoso.





                  E chegou, prá valer, a chuva. 
      Com isto, a turma se viu obrigada a deixar as águas do rio em função das águas da chuva que caiam, quase ao nível do torrencial.

Abrigados, e por encomenda do Arli, o grupo saboreou duas porções de mandiocas fritas, mas sempre com os olhos voltados para a intempérie. Em pouco tempo, começaram as conversas no sentido do retorno.
       Disse a Nelsi: - gente, o melhor é começarmos o retorno. Esta chuva vai deixar a estrada intransitável.
       Também concordo disse o Paulo; - se sairmos agora, estaremos a frente de todos estes carros que estão aqui. Melhor será para nós.
        - Vamos deixar o nosso lanche para mais tarde, lá na pousada, foi a lembrança feita pela Gilda.
                  Sem argumentos contrários e mesmo com a chuva, o grupo se direcionou para os vestiários para a colocação das roupas apropriadas para enfrentar as chuvas. 
      Todos prontos, começou o deslocamento. Nos primeiros metros percorridos, a certeza de que o chão batido da manhã, virara uma verdadeira lama e a ela teríamos que lograr.
      As dificuldades na pilotagem começaram muito cedo. Ou a roda dianteira dançava ou a traseira bailava. Era um verdadeiro balé na lama  o que se tinha.
       Aos 2 km rodados, ...  o Arli derrapou no barro e caiu com moto e tudo na lama. Uma corrida rápida e estava eu a ajudá-lo a erguer a motocicleta.  Foi tudo muito rápido, que nem deu tempo para efetuar o registro fotográfico.
Disse eu a ele:  - tu estás rodando muito na lateral da estrada e isto está te levando para o barranco lateral. Roda no meio da estrada que não terás problema.
Arli fez  isso e não tivemos mais quedas.
Mas aos 6 km rodados, em uma subida lamacenta e por demais íngreme, um caminhão carregado com gado bovino, teve quebrado o eixo cardã e parou muito atravessado na pista. 


              Vindo do lado contrário, um carro popular e por tentativa e esperteza do seu condutor, tentou passar na contra mão, pelo dito caminhão,  pelo lado direito, o que lhe deve ter parecido mais largo. Porém não logou sucesso e acabou derrapando e batendo a lateral no barranco. Com isso, a única e estreita passagem que restou, foi o lado esquerdo do caminhão o que permitia, ainda que muito mal, somente a passagem motocicletas ou bicicletas.
                                                                                     
À esquerda, o veículo na contra-mão que tentou passar pelo caminhão que já se encontrava quebrado bem ao meio da estrada. O carro branco deslisou no barranco, ficando trancado entre este e o caminhão.  


                    Ali, uma fila enorme de automóveis e, também nós. 
         Sem muito pestanear, Paulo prosseguiu, derrapou, desacelerou, apoiou a moto com os pés na lama e cruzou pelo caminhão estragado, tendo a Gilda sempre na carona.
Paulo retornou e, por acerto, logo pegou a moto do Arli e fez o mesmo, com muita galhardia.  
     
      Retornou o parceiro ao local onde eu me encontravam e sem delongas a ele também entreguei a minha motocicleta.  Seria a 3ª moto que o Paulo conduziria na lama.





A 950 parecia um cavalo assustado: pulava para todos os lados, patinava na lama e o Paulo, concentradíssimo, foi subindo a lomba sempre com os pés no chão e em pouco tempo estava em lugar plano, onde colocara a sua moto como também a do Arli.
           
   Em questão de quinze minutos, surgiu um trator, que esticado um cabo de aço o atrelou ao caminhão, o foi puxando como se no seco ou no asfalto estivesse. Foi menos de dois minutos e o trator livrou o caminhão para um lugar plano.

 
Ainda faltava o Afonso subir. As caroneiras Nelsi e Gilda, já se encontravam em lugar seguro, confessaram depois que travaram o seguinte diálogo:
- tu acha que o Afonso irá conduzir a moto até aqui em cima? foi a pergunta da Gilda.
- eu acho que não, respondeu a NelsiAcho que o Paulo terá que descer novamente e trazer a moto! 
   Mas não precisou. 
Afonso acelerou a moto, que simplesmente  deslisava a roda traseira na lama. Não ia e nem vinha. Arli e eu, então começamos ajudar a empurrar e também a manter a moto em um trilho, e em pé. A lama era muita, principalmente porque o trator que viera em socorro do caminhão e este, também, haviam deixado o solo impraticável para qualquer rodagem. 
Mas ao final deu tudo certo. Nos livramos da lama e, logo em seguida nos encontrávamos na Pousada do Peralta
             Chegamos na pousada, onde a situação no camping não era tão diferente. Havia chovido muito. Porém, como já dissemos, o bom no Mato Grosso do Sul, é que tudo seca muito rápido e ainda em meia tarde, o sol voltara a brilha e o calor se fazia muito presente.
Quando os pássaros começavam a chegar na Pousada para a refeição, no entardecer de Bonito, por sugestão da Gilda e do Arli, deveríamos sair para compra de um baralho para jogar canastra. A isso, fomos eu e o Paulo, juntos com os proponentes em busca do tal baralho. Foram 5 os estabelecimentos visitados, e a medida em que nos distanciávamos da Pousada, o preço  da caixinha de cartas ia diminuindo consideravelmente. 
     De volta à Pousada, a canastra começou a acontecer e a chuva retornou a Bonito. Pelas tantas, Afonso e Nelsi informaram que estariam saindo para a compra do lanche noturno. 
       - Iremos mais tarde, informou informou o Arli.
         Bem mais tarde Afonso e Nelsi retornaram, quando bem depois, saímos nós para o lanche. E foi lanche mesmo, ao estilo churrasquinho no palito com mandioca frita, eis que o comércio alimentício já se encontrava com as portas cerradas.
              Foi o fim da última noite do grupo em Bonito.


7º Dia - 31/01/2020       

                                  O começo do retorno.  
                                  Um barulho estranho.
                                  O encontro com o Italiano.  
 A sexta-feira amanheceu um pouco nublada e por vezes com ralo chuvisqueiro. Bem cedo o café da manhã bem enfraquecido,  com alguns reaproveitamentos do café anterior, e em seguida começou o desmonte do acampamento. 
                 Hora de começar a voltar para casa.

             Depois dos acerto de conta e das despedidas com atendente da Pousada, hora de pegar a estrada, porém com parada logo na entrada da cidade para reabastecimento das motocicletas, o mesmo posto quando da chegada, inclusive para a despedida do Alexandre, o gaúcho da cidade de Butiá.
         Feito isso o grupo começou a rodar e, a cidade de Bonito foi ficando cada vez menor e se distanciando, vista tão somente pelos retrovisores.                
                          
             Interessante dizer que a cidade em si, não chega a ser uma das grandes beldades, pelo contrário, é muito simples, e tudo gira em toro da rua principal . 

        Noutro tanto, chamou muito a nossa atenção, o uso das bicicletas elétricas que é muito comum por lá. Deu para enender que a população se utilizada desses veículos para o trabalho, lazer e também para outros deslocamentos. As silenciosas bicicletas, circulam por todos os lados em Bonito
Saiba que; são os atrativos de Bonito que a deixam Bonita! 

 E prosseguimos a viagem com rodagem de pouco mais de uma hora, quando em meio a quase nada,, surgiu um posto de combustível desativado, porém com uma lancheria próxima. Nela, duas solitárias senhoras se encontravam concentradas fazendo palavras cruzadas. Com o barulho das motos, uma correu para a cozinha e a outra para trás do balcão. 
         A oferta de comestíveis era irrisória e assim como o café preto servido, não chegou a lá ser uma boa coisa. 
       Mas era o que se tinha para aquele momento. 
                        Por intermédio de uma delas, ficamos sabendo que o Posto  Papagaio em breve estaria sendo reativado e com nova direção. 
- Para nós, será um alivio disse uma delas. Isto aqui é tudo muito deserto e sem o posto, ninguém pára aqui! 
      

Nesta parada e descanso, o canto de um pássaro chamou muito a atenção do grupo, que logo começou a procurá-lo em meio as árvores próximas. Dois pássaros, diferentes e pequenos foram encontrados nas árvores, porém não se chegou a identificar de quem era o tal belo canto.  E prosseguiu a viagem.              

              A próxima parada aconteceu na localidade de Rio Brilhante, MS, quando os relógios marcavam 11h e 40 min. Também foi uma breve interrupção, tão somente para reabastecimento e a reposição de águas nas garrafas dos viajeiros. 
          Logo, todos novamente estavam na estrada, quando o Afonso, que bem a frente do comboio seguia, sinalizou que estaria parando, diminuindo assim a velocidade. Acompanharam todos e em questão de segundos todos estavam em solo.
    - Tem um chiado e alguma coisa está roçando no pneu dianteiro, disse o Afonso.

Imediatamente o Paulo e o Arli o auxiliaram a verificar o que estava acontecendo. Sugeriu o primeiro, que fosse erguida a suspensão da moto de modo a deixar a roda livre para ver o que estava acontecendo. Ergueram a moto eu e o Arli, um de cada lado, quando então Paulo falou do diagnóstico:
        - É barro que esta grudado no para-lama e está roçando no pneu. 
           - Como pode isso? indagou o Afonso.
         - Aquele lamaçal de ontem, apesar de todos nós termos lavados as motos, alguma coisa ficou grudado e somando ao barro que pegamos hoje, ainda que pouco, serviu para acumular. Como o pneu quente e roçando,  o barro cozinhou e virou quase um tijolo. Veja isso, disse o Paulo, sacando partes do barro acumulado.
            Realmente, parecia pedaços de tijolos se desgrudando do para-lama.

- Olhem o estado do pneu, voltou a falar o Afonso. - Ele está todo marcado na lateral, por causa desse barro.
            

Retirado o barro, totalmente cozido, o grupo continuou a viagem.        
               Mas foi em Nova Alvorada do Sul que o comboio ingressou no Restaurante e Lancheria KM 210. Hora de almoçar e também descansar pois que já passavam das 13 horas.
    Em quanto as motos eram estacionadas, um outro motociclista também fazia o mesmo. Foram rápidos os cumprimentos e seguiu-se algumas conversas. Se apresentou o motociclista, como em sendo o "Italiano". Na verdade tratava-se de um paranaense de Maringá, que atualmente reside em Machadinho do Oeste em Rondônia

O Italiano, estava de retorno de viagem pela Argentina e Uruguay, quando em Maringá ficou a sua esposa, com familiares. Por problemas de trabalho ele estava retornando sozinho para o Norte.
O italiano efetuou o almoço junto com o nosso grupo.
             Com pouco mais de 263 km de rodagem, o grupo foi chegando em Bataguassu, muito próximo da divisa com o Estado de São Paulo. Aqui um bom descanso, pois que a puxada fora alongada, com reabastecimento e a vontade de uns para ali mesmo efetuar para o pernoite.
Uma argumentação, da minha parte, apontava que para a cidade de Presidente Epitácio, faltava pouco mais de 30 km e, seguindo a programação traçada para o dia, poderíamos perfeitamente cumprir o cronograma, o que foi logo aceito.
            Retomada a viagem, os ânimos renovados e tal, o grupo acelerou forte e aos poucos o Rio Paraná foi se deixando ver e, ao longe, e mais a frente a Ponte que divisa os Estados do MS com SP.

             
  Era bem o final da tarde, e o por-do-sol era simplesmente interessante, quando os raios do sol davam um colorido todo especial sobre as águas que cruzavam sob a ponte. 

Ao longe, eram as nuvens que formavam as mais diversas formas, enquanto que o comboio cruzava a divisa passando a avistar a cidade paulista de Presidente Epitácio


  Presidente Epitácio é uma cidade turística de São Paulo, e tem como alcunha, possuir o mais bonito por-do-sol do Brasil. É claro que isto rivaliza muito com a nossa Porto Alegre, que disso se orgulha muito.
         Na cidade, tratamos de buscar um local para o pernoite. Depois de algumas perguntas a transeuntes, chegamos ao Hotel Maanaim, a uns cinco quarteirões do centro da cidade.  A combinação do grupo foi banho rápido e saída para o jantar. 
         Interessante foi notar, que na região onde se localizam os bares, restaurantes e pizzarias, a disputa pelos clientes é enorme. Principalmente cada bar, tem som ao vivo  e na rua. Como ficam próximos, a guerra do som estava instalada. Outra curiosidade, é que as mesas se estendem ao longo das calçadas, por vezes a distancias consideráveis do bar de origem, como foi o nosso caso, que ficamos em frente a uma residência particular. 
- É bem assim aqui, nos falou o atendente. As vezes a prefeitura dá bronca, mas ao final tudo fica certo ...
  
Como prêmio de final de jornada para aquele dia, um peixe especial foi o prato que encerrou a noite dos viajeiros, que retornaram para o hotel pouco depois das 23 horas.
             
              
8º Dia - 01/02/2020       

                                  Cadê os postos de combustíveis?  
                                  Um novo barulho estranho.
                                  Uma queda rápida.  
  
         O despertar no Hotel Maanaim, foi logo na virada das 6h30, quando saí para à rua para alguns registros fotográficos. 
Por ocasião do café, quase todos estavam juntos e o bom comentário foi a respeito da qualidade e da variedade dos produtos colocados a disposição dos clientes para a primeira refeição do dia. Vieram os acertos de contas com o hotel e todos estavam liberados.

Alforges remontados, um novo registro fotográfico do grupo, quando também se colou na vidraça do estabelecimento, como de resto se vinha fazendo, os adesivos das nossas identificações motociclísticas.

  Registro fotográfico em Presidente Epitácio


         Antes porém da retomada da jornada, e até por lembrança e recomendação do Paulo, todos deveria passar no posto de combustível para a calibração dos pneus. Segundo o recomendante, estava na hora de fazer a aferição da pressão dos pneus pois que o fizéramos quando do início da viagem. 
         A recomendação foi aceita e todos compareceram ao posto para a calibração.       
    No entanto, quando chegou a vez do Arli, alegou ele para a atendente, que não sabia efetuar calibragem, ao que ela gentilmente respondeu: nunca é tarde para se aprender alguma coisa na vida. Chegou a hora do seu aprendizado. Copie o que os seus colegas estão fazendo .....  ...  ...     e o próprio Arli foi a luta.
                      Recomeçada a viagem, a direção referência do grupo era a cidade de Londrina, no Paraná
Até Presidente Prudente, passando por Presidente Wenceslau, a rodovia BR 274, foi o destaque. Ótimas pistas duplicadas para a rodagem, farta sinalização porém em contra-partida, o exagerado número de pedágios assim como os preços, oscilando entre R$ 4,20 à 5,10 se destacaram como fator de reclamações entre nós. 
           Foram 105 km com ótima velocidade, até se ingressar na rodovia SP 243, alguma coisa além do ruim o estado da rodovia
Nesta, aconteceu uma parada para água, pequenos comentários e checagem do GPS. Em algum momento, o grupo pensara que estivera em sentido errado na rodagem. 
Outro fator que começou a preocupar e também foi assunto, foi a questão do combustível.  
       
Nesta rodovia estadual, foram rodados mais 34 km restando a rodovia PR 170, com mais 30 km quando o grupo foi chegando a cidade de Porecatu, agora no Estado do Paraná, praticamente sem combustível em algumas algumas das motos.
Mas deu tudo muito certo e chegou-se ao posto de combustível, havendo a reposição do líquido que dá força e impulsiona os motores; almoço e algumas conversas com viajantes que por ali se encontravam.
               

                  Na plataforma deste posto de combustível, em Porecatu, alguns veículos e tratores antigos, ao estilo relíquias, estavam em exposição, o que ensejou algumas fotografias.
A parada foi bem alongada, quando por voltas das 13h começaram os inter-convites para todos voltarem para a estada.  
   O tempo que já vinha nublado desde a parte da manhã, em muito ajudou para que fossem esticados os quilômetros. 
                    
 ELondrina, no Posto Filho, aconteceu o reabastecimento e descanso, tendo por local  uma espécie de abrigo, quase a beira da estrada. Optou o grupo por não adentrarem na sala de Conveniências, de modo a não se retardarem em demasia, pois todos estavam cientes de que a parada para o almoço fora alongada demais.
         E continuou a viagem, havendo a pouco mais de 20 de rodagem, uma nova parada técnica. 
Sinalizara o Arli, que a sua moto estava apresentando um  chiado, apontando para a parte dianteira da motocicleta.
          Todos parados na estrada, quando então começaram uma série de perguntas ao condutor, do tipo: descreve o barulho; em que parte da moto; é contínuo ou acontece de vem em quando? 
                  Foram AfonsoPaulo, que com as respostas chegaram esse diagnóstico: 
    - é o protetor do velocímetro que está vibrando. Vamos reapertá-lo e estará solucionado;
     - é isto que está provocando o chiado.



E o Paulo, auxiliado por vários olhos, foi retirando a peça metálica que fica na parte de cima do tanque de combustível  e foi logo falando: - aqui está o problema: a borracha que amortece esta peça, está fora do lugar. Vou colocar no devido local estará tudo em ordem. E assim fez e em pouco tempo estava sendo recomeçada a viagem.


       Tudo novamente correto com a moto do Arli, a viagem teve prosseguimento, sem ocorrências a considerar, quando às 16 horas o grupo começou a avistar a cidade de Ortigueira, PR
Na entrada do município e, portanto, na esteira da rodovia, o grupo ingressou em um posto de combustível para os reabastecimentos tanto das motocicletas quanto dos motociclistas


           Em Ortigueira, demorar um pouco mais, estave no script do grupo, posto que vários sinalizaram a respeito da fome e de necessidade de um descanso mais alongado. Por outro lado a farta variedade de produtos colocados a disposição e aos olhos dos viajantes, contribuíram em muito para essa retenção. 
           Mas foi por ocasião da retomada da jornada, quando todos já se encontravam devidamente montados nas motocicletas, que o Afonso, ao dar a partida, acabou indo direto ao solo. Foi num relance, que calcei a minha motocicleta e saí na corrida para ajudar a levantar a Nelsi e na sequência a motocicleta. 
- Afonso!, disse a Nelsi  ...  ...   por quê virar assim esse guidom?
          Calma  ... calma disseram vários da turma, quando também o frentista apontou para um punhado de terra, que certamente se desprendera do pneu de algum veículo e estava ali no solo fazendo com que o pneu dianteiro viesse a derrapar.
Foi um lance muito rápido, que até por ter corrido para auxilar os parceiros, escapou-me o registro fotográfico.
De volta a estrada, Afonso que se encontrava a frente, acelerou forte, o que foi entendido por todos, pois ainda restavam 140 km para o destino final programado para aquele dia, qual fosse chegar a cidade de Ponta Grossa

     A única parada que se teve, foi por ocasião de obras na rodovia, quando deu tempo inclusive para descer da motocicleta. 
                     Liberado o trânsito, manteve-se a cadência acelerada, até porque a noite começava a dar sinais da sua chegada. 
     Ponta Grossa foi se deixando ver, quando o lusco-fusco da tarde / noite  notadamente se encontrava com o predomínio do escuro.
        O grupo adentrou à cidade, sem ter consultado os aparelhos eletrônicos quanto aos hotéis ou a região destes, no perímetro urbano. Como resultado, e por indicação do Arli, rumou-se para os lados da rodoviária, pois sempre há hotéis próximos a estas estações. No entanto, segundo um motociclista, que fora interpelado, disse não haver nada no entorno. 
        - Me sigam ... eu levo vocês até um hotel. disse ele.
E o seguimos, quando então paramos em frente a um hotel com muitas estrelas além da 5ª, ou seja, bem acima do motociclismo ali praticado.
          Efetuamos mais perguntas e, paramos na praça central da cidade, com a noite já presente há algum tempo.
       Consultas aos celulares e telefonemas para os hotéis, foi o que mais aconteceu. Uns não havia vagas; outros o preço estava demasiadamente alto. Neste intermeio, um cidadão um tanto embriagado e um pouco ensanguentado no nariz, perguntou como poderíamos ajudar para levá-lo ao pronto socorro. A isto, Arli e Gilda foram a um taxista próximo, e de lá saíram com duas respostas: o pronto socorro era descendo a praça e para lá foi o tal cidadão. Ali da praça, a duas quadras, havia um hotel e para lá foi, caminhando,  o Arli
       A temperatura na cidade estava alta, e o clima no grupo era delicado. Todos queiram ajudar, e quando muitos tentam fazer a mesma coisa, sempre acontecem os descompassos. 
           Em meio as tentativas de um hotel, um outro cidadão interrompeu a todos, efetuando uma solene solicitação: uma ajuda para a compra de gasolina ....    daí algumas respostas a ele não foram as mais delicadas não .....
         Voltou o Arli sem sucesso quanto ao hotel, e quase que junto, o cidadão ensanguentado, dizendo que não encontrara o pronto socorro. Por ali ele ficou. Deu explicações da briga que se metera, do soco de levara e tal. 
             Para nossa sorte, o Afonso encontrou vagas, por meio de um site onde é possível efetuar reservas em hotéis, pousadas etc...  em qualquer lugar do mundo.
- O estranho, disse o Afonso, que há pouco liguei para este mesmo hotel e o atendente disse que não havia vagas.  
            - Vamos lá, foi o que disseram todos, quase que em coro.
Mas a preocupação agora se voltara  para um outro procedimento que estava acontecendo: Irrefletidamente o Arli mandou o cidadão, bêbado e ensanguentado, deitar no asfalto, em frente a praça, para "chamar a atenção" que assim alguém olharia para ele.
O cidadão se deitou, os carros chegavam em cima e desviavam, outros tantos nos xingavam porque estávamos ali e nada fazíamos.
Um outro, desceu do carro e tentou levantar o tal cidadão, que insistia em ficar deitado, até que outros dois o carregaram para dentro do passeio na praça.
         Nós acabamos arrancando as motocicletas e chegando com isso ao hotel Pax.      Ali, o atendente com pouca gana em nos atender, dificultou ao máximo a hospedagem, cujas reservas tiveram que ser feitas pelo site especializado quando então sem mais argumentos, começou ele a nos passar as chaves dos quartos.
          Banho para todos e uma saída para descansar as cabeças e tratar da alimentação. Todos para uma rua, a quatro quarteirões, onde se encontravam instalados vários quiosques para lanches. 
Em um deles, chegamos a nos sentar, quando alguém sugeriu atravessarmos a rua e ir para um estabelecimento que recebia um grande número de pessoas. Em uma placa, dizia que ali poderiam ser recebidas 520 pessoas. 
Ali adentramos, a exceção do Paulo e da Gilda que prefiram um lanche ao estilo X-buguer.
Na verdade estávamos ingressando Lanchonete Temática Mundo Animal, cuja ênfase é voltada para o mundo das selvas, com show do Leão Leonel, o mascote do empreendimento, que entra em cena duas a três vezes e faz a festa da criançada. 
Ali nos abancamos e comemos uma excelente torre de batatas e um prato feito a base de peixe. 
             Foi bem legal e muito alegre a estada na Lanchonete Mundo Animal, que aliás tem como gerente um gaúcho, que muito bem nos recebeu no ambiente.
               Começou um chuva fina na cidade, quando nos retiramos indo em direção ao Hotel Pax.


9º Dia - 02/02/2020       

                                  Chuvas impedem ida ao Parque.  
                                  Desencontros.
                                  Um hotel muito ruim.  

            
 O domingo, amanheceu com muitas chuvas na cidade de Ponta Grossa, quando o grupo começou a se encontrar no salão destinado para os cafés do Hotel Pax

                            Surpreendente, e até um pouco mais do que isso, foi  a apresentação do café matutino. Um baita café. As variedades e as quantidades eram a "perder de vistas" e a saber, que na noite anterior havia uma preocupação para com a qualidade do estabelecimento.
                  Todos alimentados, começou então a descida para a garagem e a certeza de que seria necessário a colocação das roupas apropriadas para as chuvas,
 Feito isso, a primeira para, ainda na cidade para os reabastecimentos. No posto, o encontro com o motociclista Jean, que disse apoiador dos motociclistas que cruzam pela cidade.  Manifestou o seu desejo em conhecer a capital dos gaúchos.  A isto, nos colocamos a disposição para recebê-lo parceiro em nossa Porto Alegre.
               E Ponta Grossa foi ficando para trás, e também o Parque Estadual de Vila Velha, local que seria visitado pelo grupo, porém em função das chuvas, teve que ficar para uma outra oportunidade.     

            Na região de Campo Largo, PR, uma parada para reabastecimento e todos voltaram rapidamente para estrada. Continuava a chuva, agora a beira do torrencial o que obrigou moderação na velocidade a atenção redobrada.


O grupo, depois de mais 130 km rodados, cruzou a divisa entre o Paraná com Santa Catarina, quando a chuva cessou e o horário do almoço se avizinhava. O local de parada aconteceu em um grande estabelecimento com vendas de produtos diversos, principalmente artigos em couro, e com um bom restaurante. Garuva Acima, era a localidade  onde o grupo parou. Hora de se desfazer das roupas protetoras contra as chuvas. Com o ambiente um pouco lotado, o grupo ficou divido em mesas separadas, quando todos trataram do fator alimentação. 
                        Recomeçado o deslocamento é interessante dizer que a cada pedágio cruzado, estava tendo como hábito o grupo, de uma parada logo a seguir, onde todos se informavam de que tudo estava ocorrendo bem e tal, e até também para o reaperto de capacetes, luvas ou guarda de algum pertence que fora utilizado para pagamento do pedágio. 
       Quando da praça entre Joinvile e a região de Araquari, a ordem das motos paradas era esta: Afonso, Gilberto Cesar, Arli e Paulo. Um recado do Afonso dava conta que iríamos para no primeiro restaurante para uma café e descanso. A isto e na sequencia, falei para o Arli, que não falou para o Paulo.
Resultado: o Paulo que arrancou na frente, cruzou reto pelo primeiro restaurante, e nós ingressamos neste. Coube a mim e por combinação, ir em busca do Paulo, para então efetuarmos o descanso e café no primeiro restaurante que aparecesse, onde chegariam depois as outras duas moto que haviam parado antes.
           
      
                 Encontrado o Paulo e Gilda, tratamos do nosso café, com pastel de campanha ficando após a espera de Afonso, Nelsi e Arli.
                               Novamente juntos, agora era a contemplação do belo litoral catarinense, passando por Balneário Camboriú, Itapema, Meia Praia e um pouco mais longe, porém no visual, a bela Florianópolis
                      O grupo já havia rodado pouco mais de 200 km quando os sinais da noite começaram a aparecer no horizonte. Então tratar do pernoite, estava mais do que na hora. Uma tentativa para tal, aconteceu na localidade de Paulo Lopes, porém sem sucesso, eis que o pequeno hotel, tinha lá os seus preços avantajados demais. Uma preocupação foi corrente quando alguém falou: gente, nós estamos em área de veraneio e, os preços por aqui devem ser nesta média .....
     - vamos em frente disse um outro, deve ter outros logo aí ...
                   E voltou-se para estrada, quando uma leve chuva começou a cair, dando a impressão de que a noite chegara de vez.
Foi em Imbituba, à beira da estrada, que uma grande placa atentava para um Hotel e Restaurante, porém do lado inverso da rodovia por onde rodávamos. Parados, foi o Afonso que telefonou e do outro lado, a atendente que com ele conversava disse estar nos vendo. 
   - Façam o retorno logo adiante e venham, disse ela. Temos vagas sim.
E assim o fizemos.
O hotel era de médio para menor, sem café da manhã e com o preço de algumas estrelas. Porém, era o que se tinha para aquele momento.
              Dado o adiantado da hora e por ser final de domingo e com pouca clientela o restaurante, logo fechou as portas, restando para nós um lanche em um pequeno trailer de cachorro quente
Feita a pequena refeição, Afonso e Nelsi se recolheram, Paulo, Arli, Gilda e eu, aproveitamos para uma segunda canastra, em frente ao restaurante, eis que por ali haviam algumas mesas. 
E foi assim o penúltimo dia da viagem.


10º Dia - 03/02/2020       


                                  O último dia da viagem.  
                                  As despedidas.

Com a combinação de às 7 horas todos estarem nas motos para o começo do último dia da jornada e, até não estar incluso o café da manhã na diária do hotel, bem antes disso e voluntariamente, todos já se encontravam a postos.
   
Rodou o grupo até a cidade de Içara, para descanso e café, quando ali mesmo aconteceu as despedidas para com o Afonso e a Nelsi, eis que os demais estariam ingressando na rodovia Estrada do Mar, via a cidade de Torres
A dupla, iria direto para Santa Cruz do Sul.

Em Içara a foto derradeira do Grupo


                         Mais tarde, os que rodavam juntos, Gilberto Cesar, Arli, Paulo e Gilda, ainda efetuaram uma parada na cidade de Sombrio, para mais tarde se despedirem estes.
Já na Estrada do Mar, altura de Arroio do Sal, e sem nada de aviso, o Arli ingressou em um posto de combustível, o que me obrigou a um retorno. Paulo que vinha atrás o acompanhou. Já eram sabedores os parceiros de que eu iria ficar na Praia de Capão Novo.
          Na arrancada deste posto e tendo o Paulo como a última moto, foi que voltamos a rodar, porém por pouco menos do que 5 minutos. Paulo acelerou, Gilda sinalizou e gritou: alguém de vocês perdeu o celular ....  ele caiu na rodovia ....
Imediatamente todos parados na rodovia que não possui acostamento.  Pela rápida constatação, fora o Arli que perdera o dispositivo.
Voltamos eu e o Arli, rodando muito devagar à cata do tal celular, indo novamente até o posto onde paráramos a pouco. Recomeçamos o caminho de volta até onde os parceiros haviam ficados parados. 
Ao chegar, Paulo e Gilda sinalizavam que eles já haviam encontrado o celular.
- Estava logo ali e vocês passaram, disse ela. Ele estava todo aberto na faixa. A capinha estava bem no meio da rodovia e o celular mais para um canto. 
            Por sorte, o celular foi encontrado e somente alguns arranhões foi o que sofreu o aparelho.
      
   Tocamos em frente e em Capão Novo me despedi dos amigos que seguiram em frente. Arli para a praia do Pinhal e Paulo e Gilda para Porto Alegre.
    

     Por volta das 15 horas, começaram a chegar as mensagens de que todos já se encontravam em suas respectivas casas.
     Foi isso dessa excelente viagem que efetuamos até a cidade de Bonito.

                Considerações da viagem
     Por ser a primeira viagem de longa duração para o Paulo e para a Gilda, temos que parabenizá-los pelo intento e coragem. Foram dois grande parceiros. Ele, sempre pronto para tudo. Entende de tudo e não mede esforços para servir. Ela, muito parceira e com bom clik fotográfico. Se tiver um instrumento fotográfico mais adequando em mãos, certamente teremos uma centena de excelentes fotografias. 
     Quanto aos demais parceiros, já somos velhos estradeiros, de muitas outras tantas jornadas. Mas destaque para o Afonso que praticamente liderou o grupo ao longo dos dez dias. Com o GPS instalado na motocicleta, serviu de bússola e norte para a gurizada. A Nelsi, sempre parceira e, de uma ótima memorização dos locais, direção, fatos e acontecimentos. Também foi muito importante.
       O Arli, grande amigo e parceiro, sempre disposto, brincalhão e sem esquentar a cabeça para nada.
           No geral, foi uma turma prá lá de muito boa e especial
Dá para dizer que foi o passeio das motos custom's. Portanto, passeio de contemplação, sem nada de correrias ou atropelos.

             Foi isso o que registrei.
            Abraços em todos e até uma outra.

Fotos:   Afonso, Arli, Gilberto Cesar, Gilda, Nelsi e Paulo.
Textos: Gilberto Cesar 
Moto Grupo Com Destino