quinta-feira, 20 de fevereiro de 2020

Bonito: A Viagem em Versos

Do Rio  Grande  do  Sul
para a Bonito
no Mato Grosso do Sul

Foi uma vontade reclusa 
visitar àquela terra distante
e mais do que uma saideira
foi a ânsia estradeira,
um sonho a menos
na contagem do meu tempo
e, com intento, foram juntos
os motociclistas
Afonso, Nelsi, Paulo, Gilda e Arli

Faceiros que nem guri
capacete ao vento
vestes pretas
e o bom ronco dos motores
em viagem de contemplação
com as motos estradeiras

Um pernoite em catarinas
o outro já foi no Mato Grosso do Sul, 
a instalação na pousada e também no acampamento
para tão logo começar a descobrir
as coisas lindas de Bonito

Primeiro os pássaros cantantes
que revoavam em bandos
as Araras, bem de perto
os periquitos e os seus parentes, os papagaios
até parecia um balaio
repleto de aves esplendorosas
que as câmeras e as memórias
tratavam logo de guardar

E num singular devaneio
tratávamos de nos olhar
admirar e comentar
abarrotados de deslumbramentos

E para marcar a estada
um churrasco suculento
foi o primeiro almoço
e como que num alvoroço
logo caiu a farta chuva
e para escapar dos gotejos 
serviu um abrigo em um canto
restando aos olhares de soslaio 
mirar o charco nos campos

Varou a noite sem chuvas
e depois de alguns passeios
pela Bonito central
a compra sempre eventual
de uma lembrança ou recuerdo
que se guarda como peça rara
no museu das existências

Se fez o ecoturismo:

O mergulho com os peixes coloridos
nas águas um pouco além de cristalinas
naquele Formoso Rio, que permitiu
olhar fundo na vasta flora multicor 
um verdadeiro esplendor
que o homem agradecido
chamou de  Aquário Natural

No caminho de retorno
uma ponte feitas em cordas
levou à outra margem do rio
quando então por meio da tirolesa
que os corpos saltaram em meio ao Rio Formoso 
para através do nado ,se retornar ao local
um salto muito legal que o vivente não afunda
eis que vestem os coletes destes tipo salva-vidas
que ali servem de suporte para que 
melhor se aprecie e se desfrute das grandezas
do Aquário Natural

O passeio na Caverna de um dito lago azul
um encanto de lugar
que só de se avistar o bocal
se tem uma ótima impressão
do trabalho milenar 
da nossa mãe natureza

São rochas sedimentares
que crescem na direção do chão
vindas do teto da caverna
e outras tantas 
que fazem o caminho inverso
fruto da ação das precipitações, para as sedimentações que descem 
e dos gotejamentos para as que sobem na caverna

E para encantar ainda mais
adentrando na caverna mal se avista o final
é o escuro, o úmido e as diversas formações
que os gotejos esculpiram na pedra opaca do local
e não foram todos os baguais que se arriscaram a descer a escadaria 
lá com os seus trezentos degraus
íngremes, mal desenhados e molhados pela névoa

Mas ao final do último degrau
o lago azul se encontra espreguiçado
num esplendor colossal
movimentado por vezes 
pelo gotejo insistente que não pára de cair
no silêncio profundo  da caverna
que somente a respiração 
passa a ser entonação descritiva do lugar

Depois, resta subir novamente
os degraus do descimento
e mesmo cansados os membros
continua o deslumbramento
pois o olhar incansado se volta
para os confins daquela Gruta penumbra 
silenciada nos milênios,
caprichos da natureza


Depois destes esplendores vieram
o nado, o descanso e o usufruir no  
Balneário do Sol
um excelente lugar para repouso e aproveitamento
e foi isso o que se fez

Até que chegou de vez uma chuva escancarada
que deixou tudo molhado quiçá um pouco embarrado
e tratou-se de voltar
mas para rodar na estrada, chão batido lamacento
nem todos lograram intento e um caiu no charco da lama
moto e tudo, um susto sem quebradeiras
o que não quebrou o encanto do passeio ao balneário 
mesmo com ausência do sol.

Hora de voltar para a querência
com pernoite em terras paranaenses
mais um outro em catarinas 
e começaram as despedidas
desfez-se o grupo estradeiro
e ligeiro cada qual para o seu canto
com encantos e os alforges repletos 
de aprendizados,  vivências e 
saudades da empreitada 
porém com ganas do próximo acontecimento
pois se sabe muito bem
que mal se desfaz as malas
e  a coisa que não se cala 
são as perguntas  que indagam
para quando e onde
será a jornada da vez?

Gilberto Cesar
                                                        Fotos: todo grupo 
  Texto de:   
       Gilberto Cesar

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