quinta-feira, 21 de dezembro de 2017

Ushuaia: A Aventura do Moto Amigos RS - Parte 10

Ushuaia 
                                
17º dia            25/11/2017                            
O começo
do fim
              



                      
Último dia de Argentina
Último dia de Uruguay
Local onde passamos a noite, em acampamento
 barulhada que faziam os caminhões na rodovia,  em frente ao nosso acampamento, nos fez despertar muito cedo. Estávamos precisando mesmo, pois Rosário do Sul nos esperava.                

O tempo estava bastante nublado, porém sem chuvas e com leve vento gelado soprando e balançando as barracas.    A água depositada no chão escorrera,  o que facilitou bastante na hora de desmontar o acampamento.      

 
 E logo, o acampamento já era somente uma boa lembrança da noite tensa que tivéramos, quando do deslocamento, da chuvarada e da escuridão.             


 Passamos no El Resorte para agradecer ao proprietário pela gentileza e camaradagem a nós dispensadas.    O bar e armazém estava abrindo as portas. Nos despedimos e tratamos de rumar para fronteira.  

As aduanas                                                             Começamos a rodar, lentos até demais.                  Por duas vezes, precisei esperar pelos parceiros que não conseguiam, ou não queriam, lograr mais do que 80 km. Na terceira, paramos, e uma reprimenda: ... o que está havendo ? vocês não andam?  ... vamos rodar !        E conseguimos melhorar o desempenho.            
                                      
Gilberto Cesar, Arli, Fernando e Geomário
Assim, antes das 9 horas já estávamos cruzando a ponte internacional que liga os dois países.        Feito os trâmites aduaneiros, uma gentil lembrança de um jovem fiscal:  cuidado, la Ruta 26 está precária. Buracos, terra, pedras e tudo mais.  Tranquilo,  já utilizamos esta estrada quando da vinda, foi o que dissemos.                                                                                       Foi uma mini festa. Estávamos em solo uruguayo, a um pulinho do Brasil.                                         Este pensamento, nos foi permitido ter, em razão da distância d'antes.  Na verdade ainda estávamos a 350 da fronteira com o nosso País.                                                                  Junto a aduana, um pedágio onde as motocicletas pagam para cruzar.  Por sorte, ainda tínhamos alguns  pesos uruguayos, o que deu para efetuar o pagamento para as quatro motocicletas. O custo foi muito acessível.                                                    
  Em Paysandú, paramos para café e reabastecimento das motocicletas, uma vez  que o próximo posto era somente a uns 240 km em frente, na cidade de Tacuarembó.  

Tanto no posto de combustível, quanto na loja de conveniências, aproveitamos para gastar todos os pesos argentinos existentes pelos bolsos: moedas e papel moeda, de modo a não sobrar nada.                Na fronteira, as quatro moedas transitam numa boa: peso uruguayo, argentino, o real e o dólar, disse-nos a simpática e gentil atendente.                      Aproveitamos para um reforçado lanche matinal, bem como para a colocação dos adesivos dos moto grupos nas vidraças.


 S'imbóra então encarar, mais uma vez, a Ruta 26.        E lá fomos nós. Na verdade, depois rodar uns bons quilômetros pela Ruta 03 é que vem a danada da Ruta 26.                                                         Bem cedo, começaram os problemas. Falta asfalto, os buracos disputam beleza de quem é o maior, a terra fica fofa e o pedregulho não deixa de comparecer para a festa do "péssimo, com o sinistro".                                                                
                      Na vagareza do rodar, por vezes um caminhão que passava e  a poeria levantava. Uma camionete que "voava"... e mais poeira nos deixava. Bom era quando um carro pequeno cruzava com tão baixa velocidade e cuidados, por parte dos motoristas, que nem a poeira subia.                          Fomos indo assim até por volta das 10 horas e 30, quando cruzaram Arli e Geomário.  Com uma das mãos acenando, Arli fazia gestos de "vamos lá"  "corre" ... os mesmos que eu fizera quando do início da viagem.                                                    Fernando vinha um mais atrás, com toda a atenção naquele solo precário.                              O solo endurecera a jogada. Geomário reduziu a marcha e Arli se foi, porém por pouco. Logo em seguida foi parando ....    e parou a motocicleta.                    
Pneu furado. ... Era um buraco muito grande !   Toda a extensão da estrada!  .. assim foi falando o parceiro.                                                                                     
Então a triste constatação. A câmara do pneu dianteiro havia se rompido, tendo sido amassado também o aro.                                          Até ensaiamos colocar a "vacina". Não .. disse Geomário, o rasgo é grande ... olha o estado do aro. 
              Decidido, o macapaense disse: vamos tirar esta roda na marra. Alguém a leva até um borracheiro e os outros ficam aqui esperando.        Eu tenho uma câmara sobressalente, disse Arli.  Então está feito disse Geomário. Vamos lá !                                                                                         
    Pedras grande para alavancar a moto. Isto era o que mais tinha no entorno.                                            
  Ferramentas para sacar a roda. Isto nós não tianhamos. Tudo ficara com o carro de apoio.                      vem um carro ! Ataca ! e o Fernando acenou, porém o carro não parou.                            
      vem um caminhão. Todos acenaram e o caminhão parou.                                                    

Que  pasa   ... pneu, falta de ferramentas, respondemos.                                   Sou o Castro, falou o caminhoneiro.  Aqui Arli, Geomário, Fernando e Gilberto, falei.                    
  Castro foi logo pegando uma caixa de ferramentas e também falando:  bueno, vamos logo porque se não vamos derreter aqui neste sol ............               Começamos a operação ... puxa aqui!  por aqui!  .. por aí não Castro! ...  então por onde? .. acho que por aqui .... eram os diálogos que se ouvia.
E a tal roda ficou liberada.  Agora, liberar uma da laterais do pneu. Aqui a dificuldade foi enorme, pois todas as chaves eram pequenas demais para a operação.  Muito suor, insistência e nada do pneu ceder.                                                                    
Chegou mais um caminhão com parceiros da empresa do Castro, que desceram para ver a história. Ao ver a dificuldade, um deles, com a ponta de uma faca, concluiu a operação, pois faltavam milímetros para que o pneu ficasse totalmente liberado do aro.          O sujeito fez isso, deu "até más" e se mandou.                                                                             Puxa! foi logo a exclamação nossa.                        
   Na tentativa, um outro sufoco, até que Geomário se deu conta de que estava tentando colocar a câmara sobressalente pelo lado contrário da roda. Acertado isso, o resto foi - mais barbada -  e a roda começou a ser colocada novamente no lugar.
  Tudo colocado no lugar, uma peça pequena do velocímetro ficara no chão. Tira tudo e remonta...foi o que se fez.                                          
 Vamos liberar o Castro, foi consenso. Nós enchemos o pneu, disse Geomário, apontando para um mini compressor que buscara em seus alforges.                         
Agradecemos muito ao Castro que foi, sem dúvidas, um grande parceiro naquela hora.        Tranquilo, tranquilo, é o que dizia o uruguayo.                                              
            Gurizada, disse Geomário, eu faço trilha e por vezes precisamos fazer isso no mato .... e temos que fazer, falou o parceiro.                        O Fernando ficou segurando a moto para ela não escorregar das pedras que a erguiam.  Eu ajudei pouco, lembro de ter colocado um dos pés no pneu, na hora de recolocá-lo na roda.   Pisa forte aí Gilberto disse o Geomário, e assim o fiz. Arli e Gomário foram decisivos.                                         




 Pontualmente ao meio dia, estávamos prontos para retomar a viagem, agora com bastante sede e muito calor.   Arli,  agora com mais parcimônia, foi nos seguindo. Faltavam 90 km para chegarmos em  Tacuarembó.                                                         A ideia inicial era parar em Tacuarembó, procurar um "gomeria"- para analisar o aro que se encontrava um pouco amassado.  Pouco mais de hora e meia, estávamos chegando à cidade. Diminuímos a velocidade;  o Arli não se manifestou nada a respeito da "gomeria" e tocamos para Rivera.    Fomos para os últimos poucos mais de 100 km, agora com estrada bem melhor, porém com tocada moderada, devido   à roda da moto do Arli.                                                                     
Um trocadilho
Gilberto, M.G. Com Destino - Arli, MG Virando Rodas -
Geomário, M.G. Tartarugas Teimosas e o Independente, Fernando
 Virando Rodas, tal qual o nome do moto grupo do Arli; meio que Tartarugas Teimosas, tal qual o nome do moto grupo do Geomário, é que chegamos ao nosso Destino, tal qual o nome do moto grupo a que pertenço, Independente do tranco e da rodagem. Fernando é motociclista independente.                                   
                        
Chegamos !                                 
Estávamos na cidade de Rivera, a última fronteira, onde tratamos de efetuar os trâmites em ambas as aduanas.                                                                                                
Uma foto para marcar a chegada

     Foram 4 motociclistas, de 11, que adentraram ao País de origem, exatamente no sábado programado, para que o comboio ingressasse no Brasil.                 O propósito estava  cumprido.
Arli, Geomário, Fernando e Gilberto Cesar
       Ainda nas aduanas, nos despedimos do Fernando, que montou na moto e rumou para os lados da cidade do Rio Grande.                                  Um banheiro e lanche, falou o Arli, e adentramos, agora em três parceiros, no Shopping  Siñeriz,  onde se localiza as aduanas.                                           Pai ! olha lá os teus amigos, ... falou a pequena Júlia, filha do Moto Amigos RS, o Tiago, que estivera conosco no primeiro dia da viagem, lá em Dom Pedrito.                                                      Com ele, estavam Zezinho e Edar, também Moto Amigos RS.                                                                Os cumprimentos foram efusivos e as primeiras impressões da viagem foram as eles passadas.         

Zezinho, Tiago, Gilberto Cesar, Geomário, Arli e Edar
Nós estávamos em Rosário do Sul para receber a Expedição,     disseram ... porém choveu boa parte da manhã deste sábado... e como estamos com família e muitas crianças,     resolvemos vir para cá e depois regressaremos para Bagé, falaram.                                                       
                                                                              
 Excelente e feliz coincidência encontrar  esses amigos.                                                                                                                     As conversas foram ótimas.  Arli  e Geomário lancharam e tratamos de começar a nos direcionar para a estrada, rumo a Rosário do Sul.              
Tiago passou uma direção rápida, de modo a evitarmos ingressar no centro da cidade de Santana do Livramento,  e em breve já estávamos na BR 158, em direção a Rosário do Sul, com 107 km pela frente.               Era pouco mais de 15h 30 minutos.                         
  Na BR, somente acelerar para chegar. Arli e Geomário ficaram um pouco para trás. Pelo retrovisor, conseguia ver a luz dos faróis, e fomos ganhando quilometragem. Lá pelas curvas tantas, comecei a perder os parceiros, mas como já havíamos rodado mais de 60 km, resolvi tocar em frente e esperá-los no trevo de Rosário do Sul.               Lá cheguei, parei, esperei e nada dos parceiros. Vinte minutos, meia hora, quarenta minutos.   Resolvi voltar para a BR 158, pois havia ingressado na BR 290.   Rodei uns 15km e parei.  Como o encontro de motos estava acontecendo na cidade, grande era o número de motociclistas que estavam a circular pela rodovia.  Foi um motociclista de Bagé  que parou e falou: sim ... duas motos, uma Shadow e uma Triumph verde ... sim... estão na estrada, porém a Shadow furou o pneu dianteiro...  Parei e falei com eles, disse o motociclista.  Já chamaram o seguro e estão vindo para Rosário do Sul.  Isto foi a uns 40 km, daqui .....   o socorro virá de Livramento e trará a moto até a cidade.               
Frente a isso, voltar a rodar e esperá-los no Moto Rosul.                                                                    
                                                                             

Em Rosário do Sul... foi o  FIM  !                                                                        
      Demos por encerrada a   Expedição do Moto Amigos RS, ao Ushuaia.    
             Nós fomos AventureiroS  
Arli
Gilberto Cesar
Paulo
Fernando
Angelino
Geomário
Antonino



Alberi, Celso e Peterson



e  a Fabiana,  além disso, foi    
 determinada,    valentetenaz
segura e ousada. 
Em uma só palavra, esta mulher foi muito
CORAJOSA




                                                                            
                                

Um pouco do                                                
bom encontro de Motos de Rosário do Sul                                   
 O Moto Rosul tem se caracterizado como um grande evento motociclístico do Estado, e assim estava naquele sábado.  Lá chegamos, damos uma circulada e logo começamos a ver os amigos.            

                                                                 Alberi estava junto com os demais integrantes do M.G. Rapinas.             Uma grande festa para o amigo Alberi.                 
                                     
                                                          O nosso Moto Grupo Com Destino estava com  Jonas e os bons amigos Afonso e Nelsi, o Moto Casal "Os Aliens".                                                                    Tudo se encaminhando para o grande churrasco de confraternização e reencontro com os amigos.                                      
                                    Carne no fogo, cervejas geladas, muitas conversas e tudo de muito bom.                                                
   Foi uma recepção muito calorosa por parte dos amigos.                         A eles informei o que ocorrera com a moto do Arli, porém que este e Geomário logo estariam ali confraternizando conosco.                                                                                                                     

         Se o final estava programado para acontecer no sábado, dia 25 de novembro de 2017, na cidade de Rosário do Sul, lá estávamos:                                                                                             
Alberi, Arli, Geomário e Gilberto Cesar.
                                                                                                                                       

Na foto, Ariéles ao centro,  criador das diversas logomarcas que explicitam as viagens desse grande grupo, inclusive as da Expedição ao Ushuaia
Afonso, Nelsi, Gilberto Cesar, Ariéles, Jonas e Alberi
Ariéles e Alberi
em Rosário do Sul

                                                                       


Alberi e eu ganhamos um fardo de latas de cervejas "Polar" da organização do evento pela aventura realizada.

                                                            Arli chegou por volta das 22 horas. Geomário preferiu ficar descansando no hotel. Eu, com a boa ajuda do Jonas, já havia montado a barraca ali mesmo, muito próximo das churrasqueiras e do festerê todo. Foi uma baita festa de comemoração e muita bebemoração, que continuou madrugada à fora.                                                      























No domingo, começou a dispersão.
Nós rodamos de Rosário do Sul até as imediações de Rio Pardo, quando o Moto Casal rumou para Santa Cruz do Sul.
Na entrada da cidade de Porto Alegre, Jonas e Arli rumaram para as suas casas. Geomário e eu para a minha residência.

      Na segunda-feira à noite, um encontro festivo 
com alguns integrantes do Moto Amigos RS na Churrascaria Freio de Ouro, em Porto Alegre, marcou a despedida do Geomário . Aconteceu a entrega dos certificados de participação no 10º Encontro Internacional Motoviajeiros do Ushuaia, os quais foram trazidos pelo Celso e Peterson.

Muitas Alegrias e as primeiras conversas, risos e lembranças da grande aventura que fizemos. Geomário ganhou do Celso uma camisa do Departamento de Tradições Gaúchas 12 de Outubro, da Adesbam. 
 
    Na terça-feira, Geomário rumou para Florianópolis,  visitar amigos, trocar o pneu traseiro e consertar o vazamento de óleo na bengala. Depois disso, foi para Curitiba, despachou a moto e, de avião, rumou para Macapá, onde chegou na sexta-feira.

Foi isso que escrevemos dessa viagem.

    Foram muitas fotos. Selecionar as melhores, ficou bastante complexo.
       Foram muitas histórias. Algumas até podem ter ficado de fora, mas por conta da incapacidade de tudo gravar na memória ou de registrar nos apontamentos.
    Foram ótimos os parceiros. Tivemos risos, alegrias, apreensões, angústias, inquietações, preocupações, medos, nervosismos, ansiedades e aflições,resultado de uma grande viagem. O grupo era muito grande e conviviam dioturnamente, o que se torna naturalmente complexo. 
             Foi ótimo ter estado com pessoas amigas e, particularmente, ter concretizado o sonho de ir, estar e ter conhecido o Ushuaia montado numa motocicleta, exposto a tudo e por vezes desafiando a grandeza e a capacidade ímpar da natureza.

     Agradeço muito a Deus por esta oportunidade.                                        
    Foi prá lá de especial perceber um pouco  do que cada um dos parceiros foi nestes 17 dias de convívio. Ei-los:


Alberi
 de poucas palavras e sério
 Angelino
empolgado e o mais feliz 
  Antonino
 experiente sapiente
Arli
 folgadão divertido
Celso
  logístico e estrategista
Fabiana
 corajosa
Fernando
 cético 
Geomário
mais querido pelo grupo
Paulo 
 o precursor
Peterson
mais prático
Gilberto Cesar  
fui o relator

Fim.    Até mais ver !                                               

Fotos:  vários autores, parceiros de viagem
Relato: Gilberto Cesar

Moto Grupo Com Destino





                                                            








































Nenhum comentário:

Postar um comentário