quarta-feira, 25 de junho de 2014

MG COM DESTINO: Cambará do Sul


 Feriado foi em Cambará do Sul  
        Cambará do Sul foi o local escolhido  pelo  MG Com Destino na última  quinta-feira, 19, feriado de Corpus Christi, para um passeio do tipo bate-volta.
      A provocação inicial foi de Jonas Santos, ao que responderam positivamente  Paulo Figueiredo e Gilberto Cesar. O destino, Cambará do Sul, foi proposição do último citado, antecipando assim a um passeio programado para o mês de agosto próximo.
                    Corpus Christi, que significa Corpo de Cristo, é uma festa religiosa da Igreja Católica que  acontece sempre na quinta-feira seguinte ao domingo da Santíssima Trindade, em alusão à quinta-feira santa. Essa  festa   foi instituída pelo Papa Urbano IV no dia 8 de Setembro de 1264. Na verdade, o Corpus Christi não é feriado nacional, tendo sido classificado pelo governo federal como ponto facultativo. 
                     Cambará do Sul é conhecida também como "a terra dos cânions" e "a capital do mel". A pequena Cambará do Sul é campeã no ranking de baixas temperaturas, sendo que o seu inverno está sempre entre os mais frios do Brasil.
                          Localiza-se a 185 quilômetros de Porto Alegre.
     Em Cambará do Sul estão as sedes do Parque Nacional de Aparados da Serra e do Parque Nacional da Serra Geral, onde estão localizados, dentre vários outros, os conhecidos cânions do ItaimbezinhoFortalezaChurriado e Malacara.
     O encontro do trio ficou marcado para às 8h30min da quinta e, pontualmente todos compareceram o que propiciou o início da viagem na hora aprazada. 
No posto laçador, ponto tradicional local de encontro dos motociclistas, a quinta começou muito movimentada. Assim como a turma do MG Com Destino, outros grupos também acertaram viagens e passeios, a fim de aproveitar assim o feriado.
Posto Laçador - Jonas e Paulo na Foto de Gilberto Cesar
                                Paulo, Jonas e Gilberto Cesar,  começaram a viagem e, de plano, constataram que a temperatura ambiente em Porto Alegre estava a 7ºC  segundo indicação do relógio de rua localizado em frente ao  aeroporto Salgado Filho. Obviamente que o local de destino, Cambará do Sul, já antecipava a necessidade de roupas e apetrechos adequados a esta estação de inverno.
      Jonas Santos propôs o itinerário que contemplava passagem pelos municípios de CachoeirinhaTaquaraSão Francisco de Paula e, por fim, Cambará do Sul.

     A primeira parada, para um café bem quente, aconteceu em Taquara. Aqui houve a constatação de frio nas mãos por parte do Paulo Figueiredo, apesar das luvas dupladas que estava usando.  Contrário a isso, e como já acontecera ano passado em viagem a Brasília, Jonas Santos voltava a pilotar com luvas de verão, ou seja, luvas sem cobertura total dos dedos. 
O Posto, a Alusão à Copa e o Café ....
     O grupo até tentou mais uma vez saber, indagar e tentar imaginar o frio nas mãos do Jonas, que falou novamente:    ainda não encontrei uma  luva ideal. 
A partir da cidade de Taquara, começa a subida da serra e, como consequência, o frio se faz sentir com maior intensidade. No entanto, as belas paisagens, as curvas, os penhascos, as araucárias, os vales no trajeto compõem o belo cenário que se vê ao longo da estrada. 
          O sol, ainda que acanhado, acompanhou o grupo até São Francisco de Paula. Devido ao feriado, associado ao frio, a cidade estava bastante deserta. 
São Francisco de Paula
                       A trinta km de São Francisco de Paula, uma parada para abastecimento na localidade de Tainhas, que dista do asfalto algo em torno de 1,5km, em chão batido. Mas, segundo se soube, trata-se do único posto na redondeza.
O Posto e, uma residência em Tainhas 

   A chegada a Cambará do Sul aconteceu por volta do meio dia. Um passeio rápido para conhecer o local e depois uma caminhada com mais vagar até a parada já esperada, ou seja, um restaurante para o almoço.


     
 
       Em meio ao excelente almoço, fizeram-se presente as indagações tradicionais a respeito de pontos turísticos e de como chegar a eles, além das demais informações da praxe turística.
               Entre duas taças de um vinho de excelente qualidade, o grupo teve a indicação da Empresa de Turismo "Eco Hotel" de que poderia efetuar o tour pelos cânions. 
               Já na empresa, soube-se  que o passeio seria uma longa trilha com destino ao  cânion Fortaleza. Sairia às 14h com retorno previsto para às18h30. 
Na verdade, são passeios que contemplam  um cânion por turno, considerando os existentes em Cambará do Sul.
             A opção interessou, uma vez que além do Fortaleza, a trilha / passeio também faria visitação à cachoeira do tigre preto, a cascatas e à pedra do segredo.
Cânion Fortaleza
      E lá fomos nós ao Fortaleza. O grupo de visitantes estava composto por 9 turistas e 2 guias. Nosso MG Com Destino e mais um casal de Caxias do Sul, foi embarcado numa Land Rover. Numa Fiat Doblô os demais visitantes.
Jonas, Paulo e Gilberto Cesar

                                                                                  A Doblô, e o Chão Batido
 Saindo da cidade, o guia/motorista já foi prestando  informações a respeito da cidade, do passeio, dos cânios e logo a estrada deixou de ser asfaltada e um duríssimo chão batido com muitas pedras tornou-se a estrada a ser percorrida.
          Aqui deu para perceber a versatilidade ímpar da Land Rover, se bem que bem depois, por depoimento das pessoas da Doblô, também foi elogiado o veículo no tangente ao conforto frente à estrada que estávamos a percorrer. 
          Passados pouco mais de 40 minutos, chega-se a entrada do Parque. Disseram  guias tratar-se de uma parada obrigatória, pois há aqui uma espécie de contagem e identificação das pessoas nos veículos, isto para fins de controle de entrada e saída. A rigor, quem entra no parque deve deixar o parque no máximo às 19h. O parque fecha às 18h para ingresso de pessoas.
Galpão, em frente ao posto de controle
Esse posto de controle é o local ideal para quem deseja ir ao banheiro. Na verdade é um banheiro só para todas as pessoas. Isso, faz com que os homens acabem utilizando como banheiro um galpão praticamente inativo e que dista uns 50m do posto.    
     Para ingresso no Parque não se paga nada. Isto certamente explica a precariedade do local, diferentemente do que acontece com qualquer parque de visitação pública em que haja  cobrança.
    Para se ter uma idéia, nosso grupo de visitantes estava composto por 9 pessoas. Pelo rateio, lá na empresa de turismo, cada um desembolsou R$ 55,00 para o deslocamento em veículo, o acompanhamento do guia e uma garrafa de água. Até aqui tudo bem. Mas para o parque nada
     Se houvesse uma pequena cobrança para ingresso no parque, talvez pudéssemos dispor de uma estrutura melhor, uns melhores atrativos e uma maior participação da União, no sentido de administrar e dotar o parque com verdadeiras atrações. 
Isso acontece em outros parques. Recentemente estivemos no Parque Nacional do Iguazú, lado argentino, e o parque cobra ingresso, e oferece uma infra realmente interessante. Como se sabe, em matéria de turismo, o Brasil já amadureceu e conseguimos entender que esta atividade é uma das maiores fontes de divisas.
No caso de Cambará do Sul, cabe bem um trem interno para deslocamento das pessoas até o pé da montana. Trem ao estilo Aeromóvel (Coester),
             esse pioneiro que hoje se encontra em operação no aeroporto Salgado Filho, e mais a colocação de um restaurante, de lancherias, de banheiros, de estações de transbordo, etc... 
Isto tudo a  exemplo de outros parques.
 Fica aqui a sugestão e endereçamento desta para o Ministério do Turismo.
Pouco depois começa a caminhada. Carros ficam estacionados num local mais espaçoso e mais plano da estrada e já no início os guias dão as instruções, distribuem uma garrafa de água para cada um, falam a respeito da proibição de descarte de lixo e, apontam para o alto.....   "   .... é lá que vamos..." dizem. 
São quase dois km de caminhada, morro  a cima, lomba a cima, trilha a cima, ... tudo a cima e muito a cima.
          Lá pelas tantas, uma parada para contemplação de um grande paredão na fenda geológica, bem como uma grande rocha, chamada dedos de deus, dada a similaridade a dedos de uma  grande mão, isto  de um lado.
Dedo de Deus
Do outro, uma vista muito interessante. A  mais ou menos 50km em linha reta, avista a cidade de Torres, bem como o mar, em uma grande extensão.
Ao longe, a cidade de Torres e o Mar
É muito legal essa visão.
           Aqui é a demarcação de divisa entre o Rio Grande do Sul e Santa Catarina, aliás, uma grande e profunda divisa.
Divisa entre os Estados do RS e SC
    Continua a subida e chega-se ao Fortaleza, obviamente que cansados, meio suados e a sensação é de que o frio, .....  que frio  mesmo ... ? 
O Topo do Fortaleza
                     Localizado no Parque Nacional da Serra Geral, a 23 km do centro de Cambará do Sul, o Cânion Fortaleza é considerado um dos mais exuberantes da região. Possui 7,5 km de extensão, 2.000 metros de largura e uma altitude de 1.240 metros acima do nível do mar. Os seus paredões lembram muralhas. Daí a origem do nome Fortaleza. As principais trilhas são: a Trilha do Mirante, onde é possível ver a grandiosidade do cânion e, em dias claros, parte do litoral gaúcho; a Trilha da Cachoeira do Tigre Preto onde despencam as águas do Arroio Segredo; e a Pedra do Segredo.
A visão é simplesmente extraordinária. Está-se a muitos e muitos metros acima do nível do mar.                Tudo muito extraordinário. 
Fotos, contemplação e começa a descida, agora em direção a Pedra do Segredo.
           É através da trilha da Cachoeira do Tigre Preto, no Canyon Fortaleza, que é possível chegar até a Pedra do Segredo. 
        É chamada assim pelas suas características, pois é formada por um bloco monolítico de 5 metros de altura e de aproximadamente 30 toneladas. Mas, o que encanta mesmo é o fato dessa grandiosa pedra estar equilibrada em uma base de cinqüenta centímetros. 
Aqui a grande surpresa: para se  chegar a pedra, é necessário molhar os pés. A turma ficou apreensiva. Molhar os pés... a tarde praticamente caindo. O frio se fazendo sentir! sim, para se chegar a pedra, é necessário atravessar sob pedras, que estão umas submersas a um córrego. Não tem outra maneira. Então, alguns tiraram as meias e ficaram somente de tênis, outros foram com tudo e todos molharam os pés. Na verdade é uma travessia um tanto difícil, não chega a ser perigosa, mas precisa-se de muita atenção.
A Pedra do Segredo
 Os visitantes não conseguem mais, chegar bem nas proximidades da Pedra do Segredo.  Segundo os guias, as pessoas há pouco tempo subiam na pedra, tentavam empurrá-la  e estavam a danificar este monumento da natureza. Em razão disso, uma cerca de arames foi colocada impedindo a aproximação, mas, assim mesmo, a pedra encanta pela sua imponência.
         Começa o caminho de volta. 
    Novamente cruzar o córrego, molhar os pés, porém, com os agravantes de que o frio se intensificara e a chegara a noite.Todo o cuidado é pouco. 
           Ajuda aqui, ajuda ali.... e chega-se ao estacionamento.                                                                    
    Todos aos  carros e começa o retorno.
     Fim da trilha. Aliás um ótimo passeio, ao qual recomendamos tranquilamente.                                   
       Chegar ao topo do cânion, ver a divisa com Santa Catarina a pouquíssimos metros de distância, porém com uma fenda quase que incalculável, os córregos, as cachoeiras, a pedra do segredo, animais selvagens e a parceria que se cria rapidamente entre os grupos de turistas, tudo isso é muito bom.                                                     
Importante também é destacar a preocupação com a preservação do meio ambiente: nada de lixo pelo chão, cada qual cuida do seu lixinho, orientam os guias,o que já início do passeio deixa a todos corresponsáveis pela preservação daquele grandioso patrimônio.        
            Em pouco tempo estávamos novamente no posto de controle, que agora recebe iluminação graças a um gerador que ronca,  naquele galpão quase abandonado.                                
            Quase todos ao banheiro e em pouco mais de quinze minutos todos aos carros e rumando de volta a Cambará do Sul.                        Nesse intermeio, um dos guias questionou se iríamos retornar ainda na quinta, ao que respondemos que sim. Daí, a boa sugestão desse guia indicou descermos para  Porto Alegre via Rota do Sol, que, segundo falara, é mais segura, é nova, sem muitas curvas e desemboca na BR 101 e dali para a Freeway.                   Este percurso, aumenta em pouco mais de 40km a viagem, mas em se tratando de segurança, descida da serra, noite, cerração, etc... a Rota do Sol seria bem melhor. 
Aceita a sugestão, então arrumar as motos, abastecer, jantar e partir.    A essa sugestão, voltar via Rota do Sol, se associaram quatro também turistas que compunham o nosso grupo de visitação ao cãnion.  Assim, porém de automóvel, o quarteto nos acompanhou  até as proximidades da BR 101. Chegando a ela, a segurança pareceu melhor, o frio deixou de ser intenso e esse grupo seguiu direto para Gravataí.
      Nós ainda paramos em um posto de gasolina para o abastecimento necessário e de lá direto para a Freeway. Nesta rodovia, com um trânsito muito pequeno, onde por muitas vezes alinhamos as motos, uma em cada pista, luz alta e buzinas, comemorando mais uma rodada legal, mais uma boa aventura.                
   Assim, chegamos a Porto Alegre, pouco mais de vinte e duas  horas. 
Antes, porém, uma rápida parada no pedágio de Gravataí para o  tradicional abraço de despedida.                            
                Assim, encerramos mais um passeio, mais uma feliz jornada de amigos, de aventureiros, de grandes amigos que fazem da estrada um elo retilíneo de vivência e de prazer.  
     Quanto a Rota do Sol, a descida foi boa. A  estrada  verdadeiramente está em ótimas condições. Devido à noite, não conseguimos ver todas as paisagens, o que de plano nos deixa um desafio: fazer o trajeto em pleno dia.

Foram nossos guias o Gustavo e o Max, a quem agradecemos pela gentileza, paciência e desprendimento para com a profissão que abraçaram. 

Relato: Gilberto Cesar
Fotos: Jonas Santos e Gilberto Cesar
Revisão de Texto: Cesar Trindade de Oliveira



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