Do Rio Grande do Sul
para a Bonito
no Mato Grosso do Sul
visitar àquela terra distante
e mais do que uma saideira
foi a ânsia estradeira,
um sonho a menos
na contagem do meu tempo
e, com intento, foram juntos
Afonso, Nelsi, Paulo, Gilda e Arli
capacete ao vento
vestes pretas
e o bom ronco dos motores
em viagem de contemplação
com as motos estradeiras
o outro já foi no Mato Grosso do Sul,
a instalação na pousada e também no acampamento
para tão logo começar a descobrir
as coisas lindas de Bonito
que revoavam em bandos
as Araras, bem de perto
os periquitos e os seus parentes, os papagaios
repleto de aves esplendorosas
que as câmeras e as memórias
tratavam logo de guardar
E num singular devaneio
tratávamos de nos olhar
admirar e comentar
abarrotados de deslumbramentos
um churrasco suculento
foi o primeiro almoço
e como que num alvoroço
e para escapar dos gotejos
serviu um abrigo em um canto
restando aos olhares de soslaio
mirar o charco nos campos
e depois de alguns passeios
pela Bonito central
a compra sempre eventual
de uma lembrança ou recuerdo
que se guarda como peça rara
no museu das existências
Se fez o ecoturismo:
nas águas um pouco além de cristalinas
naquele Formoso Rio, que permitiu
olhar fundo na vasta flora multicor
um verdadeiro esplendor
que o homem agradecido
chamou de Aquário Natural
No caminho de retorno
uma ponte feitas em cordas
levou à outra margem do rio
que os corpos saltaram em meio ao Rio Formoso
para através do nado ,se retornar ao local
eis que vestem os coletes destes tipo salva-vidas
que ali servem de suporte para que
melhor se aprecie e se desfrute das grandezas
do Aquário Natural
O passeio na Caverna de um dito lago azul
que só de se avistar o bocal
se tem uma ótima impressão
do trabalho milenar
da nossa mãe natureza
São rochas sedimentares
que crescem na direção do chão
vindas do teto da caverna
e outras tantas
que fazem o caminho inverso
fruto da ação das precipitações, para as sedimentações que descem
e dos gotejamentos para as que sobem na caverna
adentrando na caverna mal se avista o final
é o escuro, o úmido e as diversas formações
que os gotejos esculpiram na pedra opaca do local
e não foram todos os baguais que se arriscaram a descer a escadaria
lá com os seus trezentos degraus
íngremes, mal desenhados e molhados pela névoa
o lago azul se encontra espreguiçado
num esplendor colossal
movimentado por vezes
pelo gotejo insistente que não pára de cair
no silêncio profundo da caverna
que somente a respiração
passa a ser entonação descritiva do lugar
os degraus do descimento
e mesmo cansados os membros
continua o deslumbramento
pois o olhar incansado se volta
para os confins daquela Gruta penumbra
silenciada nos milênios,
caprichos da natureza
o nado, o descanso e o usufruir no
Balneário do Sol
Balneário do Sol
e foi isso o que se fez
Até que chegou de vez uma chuva escancarada
que deixou tudo molhado quiçá um pouco embarrado
e tratou-se de voltar
nem todos lograram intento e um caiu no charco da lama
moto e tudo, um susto sem quebradeiras
o que não quebrou o encanto do passeio ao balneário
mesmo com ausência do sol.
com pernoite em terras paranaenses
mais um outro em catarinas
e começaram as despedidas
desfez-se o grupo estradeiro
e ligeiro cada qual para o seu canto
com encantos e os alforges repletos
de aprendizados, vivências e
saudades da empreitada
porém com ganas do próximo acontecimento
pois se sabe muito bem
e a coisa que não se cala
são as perguntas que indagam
para quando e onde
será a jornada da vez?
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