Fundo da Gruta Azul Foto Registro do passeio dos moto-aventureiros Gilda, Paulo, Arli, Gilberto Cesar e Afonso.
Encerrado o passeio e de volta à Pousado do Peralta, o grupo tratou de descansar. Paulo, Gilda e eu, fomos para a piscina para um nado e mergulho. Afonso e Nelsi se refugiaram no quarto para descanso, o mesmo que fez o Arli, em sua barraca.
À noite, todos para o centro da cidade, caminhadas, compras e depois a janta, com filé de peixe à parmegiana para uns e x-burger para outros.
6º Dia - 30/01/2020
O Lago do Sol.
A chuva e lama.
O terceiro dia do grupo em Bonito, começou também muito cedo e com a mesma sinfonia dos periquitos, dos papagaios e das araras. De diferente, foi que o Arli Figueira se prontificou ir ao
supermercado para a compra de gêneros para o café da manhã, no próprio acampamento.
Como o despertar acontecera por volta das 6h 30 min, o chimarrão e algumas músicas gaúchas, fizeram parte do ambiente, o que aliás já vinha acontecendo, nas primeiras horas da manhã dos outros dias.
BALNEÁRIO DO SOL
No pós café, a preparação para a última atração turística para o grupo: O Balneário do Sol.
Começou então o deslocamento para o balneário, que dista 12 km da cidade de Bonito, é novamente um chão batido pela frente.
O deslocamento foi tranquilo, por vezes com muita poeria, eis que uma enormidade de automóveis também seguiam para o mesmo destino do nosso grupo.
De inusitado no entanto, é que o grupo trafegava por uma estrada que ia de ruim à pior. Ao lado desta, uma outra estrada, bem melhorada, porém sem indícios de uso. A um motorista que trafegava em sentido contrário foi feito o questionamento a respeito se poderíamos utilizar ao que ele respondeu: podem sim ... ela ainda está em vias de construção .. ela vai até quase próximo ao Balneário do Sol. .... mas tenham cuidados, há muitos buracos .....
Imediatamente e por meio de um atalho, as motos começaram a trocar de rodovia, porém o terreno era danado e para a transposição, por solicitação, Afonso foi quem pilotou a moto do Arli.
Na chegada, o mesmo ritual: apresentação dos "voucher's" e por ser balneário para lazer, nada de explicações por parte dos recepcionistas.
O Balneário do Sol, é uma grande área de lazer com inúmeras atividades para se passar um dia inteiro em meio a natureza. São várias as opções que são colocadas a disposição dos turistas, dente elas, mergulhar livremente no Rio Formoso, onde presença de peixes é enorme.
Aproveitar o sol, e também fazer churrascos ou ainda aproveitar da excelente infraestrutura do local, que possui dois restaurantes, uma lancheria e uma loja para a compra de lembranças do local.
É permitido aos visitantes, levar a sua própria bebida ou comida, o que aliás foi o que fizemos nós, levando a água e o lanche para o meio dia.
Mas o local é muito mágico, pois que é muito exuberante a fauna e a flora com a existência de várias cachoeiras, uma tirolesa e banho junto aos peixes.
E ao balneário chegamos, com bastante sol e um calor bastante acentuado. Estacionadas as motocicletas, logo todos estavam instalados em uma mesa, gentilmente apontada por um dos atendentes.
Ambientados, pouco depois aconteceu, o banho nas límpidas águas do Rio Formoso, e junto a uma infinidade de peixes de todas as espécies e tamanhos.
O banho durou um bom tempo, quando por volta das 13 horas, o tempo se fechou e, num piscar de olhos alguns pingos de chuva começaram a cair sobre todos. A saída, foi trocar o guarda-sol por um gazebo o qual abrigaria o grupo da chuva que começava.
A turma se banhando junto a diversas espécies de peixes, nas claras águas do Rio Formoso.
E chegou, prá valer, a chuva.
Com isto, a turma se viu obrigada a deixar as águas do rio em função das águas da chuva que caiam, quase ao nível do torrencial.
Abrigados, e por encomenda do Arli, o grupo saboreou duas porções de mandiocas fritas, mas sempre com os olhos voltados para a intempérie. Em pouco tempo, começaram as conversas no sentido do retorno.
Disse a Nelsi: - gente, o melhor é começarmos o retorno. Esta chuva vai deixar a estrada intransitável.
Também concordo disse o Paulo; - se sairmos agora, estaremos a frente de todos estes carros que estão aqui. Melhor será para nós.
- Vamos deixar o nosso lanche para mais tarde, lá na pousada, foi a lembrança feita pela Gilda.
Sem argumentos contrários e mesmo com a chuva, o grupo se direcionou para os vestiários para a colocação das roupas apropriadas para enfrentar as chuvas.
Todos prontos, começou o deslocamento. Nos primeiros metros percorridos, a certeza de que o chão batido da manhã, virara uma verdadeira lama e a ela teríamos que lograr.
As dificuldades na pilotagem começaram muito cedo. Ou a roda dianteira dançava ou a traseira bailava. Era um verdadeiro balé na lama o que se tinha.
Aos 2 km rodados, ... o Arli derrapou no barro e caiu com moto e tudo na lama. Uma corrida rápida e estava eu a ajudá-lo a erguer a motocicleta. Foi tudo muito rápido, que nem deu tempo para efetuar o registro fotográfico.
Disse eu a ele: - tu estás rodando muito na lateral da estrada e isto está te levando para o barranco lateral. Roda no meio da estrada que não terás problema.
Arli fez isso e não tivemos mais quedas.
Mas aos 6 km rodados, em uma subida lamacenta e por demais íngreme, um caminhão carregado com gado bovino, teve quebrado o eixo cardã e parou muito atravessado na pista.
Vindo do lado contrário, um carro popular e por tentativa e esperteza do seu condutor, tentou passar na contra mão, pelo dito caminhão, pelo lado direito, o que lhe deve ter parecido mais largo. Porém não logou sucesso e acabou derrapando e batendo a lateral no barranco. Com isso, a única e estreita passagem que restou, foi o lado esquerdo do caminhão o que permitia, ainda que muito mal, somente a passagem motocicletas ou bicicletas.
À esquerda, o veículo na contra-mão que tentou passar pelo caminhão que já se encontrava quebrado bem ao meio da estrada. O carro branco deslisou no barranco, ficando trancado entre este e o caminhão.
Ali, uma fila enorme de automóveis e, também nós.
Sem muito pestanear, Paulo prosseguiu, derrapou, desacelerou, apoiou a moto com os pés na lama e cruzou pelo caminhão estragado, tendo a Gilda sempre na carona.
Paulo retornou e, por acerto, logo pegou a moto do Arli e fez o mesmo, com muita galhardia.
Retornou o parceiro ao local onde eu me encontravam e sem delongas a ele também entreguei a minha motocicleta. Seria a 3ª moto que o Paulo conduziria na lama.
A 950 parecia um cavalo assustado: pulava para todos os lados, patinava na lama e o Paulo, concentradíssimo, foi subindo a lomba sempre com os pés no chão e em pouco tempo estava em lugar plano, onde colocara a sua moto como também a do Arli.
Em questão de quinze minutos, surgiu um trator, que esticado um cabo de aço o atrelou ao caminhão, o foi puxando como se no seco ou no asfalto estivesse. Foi menos de dois minutos e o trator livrou o caminhão para um lugar plano.
Ainda faltava o Afonso subir. As caroneiras Nelsi e Gilda, já se encontravam em lugar seguro, confessaram depois que travaram o seguinte diálogo:
- tu acha que o Afonso irá conduzir a moto até aqui em cima? foi a pergunta da Gilda.
- eu acho que não, respondeu a Nelsi. Acho que o Paulo terá que descer novamente e trazer a moto!
Mas não precisou.
Afonso acelerou a moto, que simplesmente deslisava a roda traseira na lama. Não ia e nem vinha. Arli e eu, então começamos ajudar a empurrar e também a manter a moto em um trilho, e em pé. A lama era muita, principalmente porque o trator que viera em socorro do caminhão e este, também, haviam deixado o solo impraticável para qualquer rodagem.
Mas ao final deu tudo certo. Nos livramos da lama e, logo em seguida nos encontrávamos na Pousada do Peralta.
Chegamos na pousada, onde a situação no camping não era tão diferente. Havia chovido muito. Porém, como já dissemos, o bom no Mato Grosso do Sul, é que tudo seca muito rápido e ainda em meia tarde, o sol voltara a brilha e o calor se fazia muito presente.
Quando os pássaros começavam a chegar na Pousada para a refeição, no entardecer de Bonito, por sugestão da Gilda e do Arli, deveríamos sair para compra de um baralho para jogar canastra. A isso, fomos eu e o Paulo, juntos com os proponentes em busca do tal baralho. Foram 5 os estabelecimentos visitados, e a medida em que nos distanciávamos da Pousada, o preço da caixinha de cartas ia diminuindo consideravelmente.
De volta à Pousada, a canastra começou a acontecer e a chuva retornou a Bonito. Pelas tantas, Afonso e Nelsi informaram que estariam saindo para a compra do lanche noturno.
- Iremos mais tarde, informou informou o Arli.
Bem mais tarde Afonso e Nelsi retornaram, quando bem depois, saímos nós para o lanche. E foi lanche mesmo, ao estilo churrasquinho no palito com mandioca frita, eis que o comércio alimentício já se encontrava com as portas cerradas.
Foi o fim da última noite do grupo em Bonito.
7º Dia - 31/01/2020
O começo do retorno.
Um barulho estranho.
O encontro com o Italiano.
A sexta-feira amanheceu um pouco nublada e por vezes com ralo chuvisqueiro. Bem cedo o café da manhã bem enfraquecido, com alguns reaproveitamentos do café anterior, e em seguida começou o desmonte do acampamento.
Hora de começar a voltar para casa.
Depois dos acerto de conta e das despedidas com atendente da Pousada, hora de pegar a estrada, porém com parada logo na entrada da cidade para reabastecimento das motocicletas, o mesmo posto quando da chegada, inclusive para a despedida do Alexandre, o gaúcho da cidade de Butiá.
Feito isso o grupo começou a rodar e, a cidade de Bonito foi ficando cada vez menor e se distanciando, vista tão somente pelos retrovisores.
Interessante dizer que a cidade em si, não chega a ser uma das grandes beldades, pelo contrário, é muito simples, e tudo gira em toro da rua principal .
Noutro tanto, chamou muito a nossa atenção, o uso das bicicletas elétricas que é muito comum por lá. Deu para enender que a população se utilizada desses veículos para o trabalho, lazer e também para outros deslocamentos. As silenciosas bicicletas, circulam por todos os lados em Bonito.
Saiba que; são os atrativos de Bonito que a deixam Bonita!
E prosseguimos a viagem com rodagem de pouco mais de uma hora, quando em meio a quase nada,, surgiu um posto de combustível desativado, porém com uma lancheria próxima. Nela, duas solitárias senhoras se encontravam concentradas fazendo palavras cruzadas. Com o barulho das motos, uma correu para a cozinha e a outra para trás do balcão.
A oferta de comestíveis era irrisória e assim como o café preto servido, não chegou a lá ser uma boa coisa.
Mas era o que se tinha para aquele momento.
Por intermédio de uma delas, ficamos sabendo que o Posto Papagaio em breve estaria sendo reativado e com nova direção.
- Para nós, será um alivio disse uma delas. Isto aqui é tudo muito deserto e sem o posto, ninguém pára aqui!
Nesta parada e descanso, o canto de um pássaro chamou muito a atenção do grupo, que logo começou a procurá-lo em meio as árvores próximas. Dois pássaros, diferentes e pequenos foram encontrados nas árvores, porém não se chegou a identificar de quem era o tal belo canto. E prosseguiu a viagem.
A próxima parada aconteceu na localidade de Rio Brilhante, MS, quando os relógios marcavam 11h e 40 min. Também foi uma breve interrupção, tão somente para reabastecimento e a reposição de águas nas garrafas dos viajeiros.
Logo, todos novamente estavam na estrada, quando o Afonso, que bem a frente do comboio seguia, sinalizou que estaria parando, diminuindo assim a velocidade. Acompanharam todos e em questão de segundos todos estavam em solo.
- Tem um chiado e alguma coisa está roçando no pneu dianteiro, disse o Afonso.
Imediatamente o Paulo e o Arli o auxiliaram a verificar o que estava acontecendo. Sugeriu o primeiro, que fosse erguida a suspensão da moto de modo a deixar a roda livre para ver o que estava acontecendo. Ergueram a moto eu e o Arli, um de cada lado, quando então Paulo falou do diagnóstico:
- É barro que esta grudado no para-lama e está roçando no pneu.
- Como pode isso? indagou o Afonso.
- Aquele lamaçal de ontem, apesar de todos nós termos lavados as motos, alguma coisa ficou grudado e somando ao barro que pegamos hoje, ainda que pouco, serviu para acumular. Como o pneu quente e roçando, o barro cozinhou e virou quase um tijolo. Veja isso, disse o Paulo, sacando partes do barro acumulado.
Realmente, parecia pedaços de tijolos se desgrudando do para-lama.
- Olhem o estado do pneu, voltou a falar o Afonso. - Ele está todo marcado na lateral, por causa desse barro.
Retirado o barro, totalmente cozido, o grupo continuou a viagem.
Mas foi em Nova Alvorada do Sul que o comboio ingressou no Restaurante e Lancheria KM 210. Hora de almoçar e também descansar pois que já passavam das 13 horas.
Em quanto as motos eram estacionadas, um outro motociclista também fazia o mesmo. Foram rápidos os cumprimentos e seguiu-se algumas conversas. Se apresentou o motociclista, como em sendo o "Italiano". Na verdade tratava-se de um paranaense de Maringá, que atualmente reside em Machadinho do Oeste em Rondônia.
O Italiano, estava de retorno de viagem pela Argentina e Uruguay, quando em Maringá ficou a sua esposa, com familiares. Por problemas de trabalho ele estava retornando sozinho para o Norte.
O italiano efetuou o almoço junto com o nosso grupo.
Com pouco mais de 263 km de rodagem, o grupo foi chegando em Bataguassu, muito próximo da divisa com o Estado de São Paulo. Aqui um bom descanso, pois que a puxada fora alongada, com reabastecimento e a vontade de uns para ali mesmo efetuar para o pernoite.
Uma argumentação, da minha parte, apontava que para a cidade de Presidente Epitácio, faltava pouco mais de 30 km e, seguindo a programação traçada para o dia, poderíamos perfeitamente cumprir o cronograma, o que foi logo aceito.
Retomada a viagem, os ânimos renovados e tal, o grupo acelerou forte e aos poucos o Rio Paraná foi se deixando ver e, ao longe, e mais a frente a Ponte que divisa os Estados do MS com SP.
Era bem o final da tarde, e o por-do-sol era simplesmente interessante, quando os raios do sol davam um colorido todo especial sobre as águas que cruzavam sob a ponte.
Ao longe, eram as nuvens que formavam as mais diversas formas, enquanto que o comboio cruzava a divisa passando a avistar a cidade paulista de Presidente Epitácio.
Presidente Epitácio é uma cidade turística de São Paulo, e tem como alcunha, possuir o mais bonito por-do-sol do Brasil. É claro que isto rivaliza muito com a nossa Porto Alegre, que disso se orgulha muito.
Na cidade, tratamos de buscar um local para o pernoite. Depois de algumas perguntas a transeuntes, chegamos ao Hotel Maanaim, a uns cinco quarteirões do centro da cidade. A combinação do grupo foi banho rápido e saída para o jantar.
Interessante foi notar, que na região onde se localizam os bares, restaurantes e pizzarias, a disputa pelos clientes é enorme. Principalmente cada bar, tem som ao vivo e na rua. Como ficam próximos, a guerra do som estava instalada. Outra curiosidade, é que as mesas se estendem ao longo das calçadas, por vezes a distancias consideráveis do bar de origem, como foi o nosso caso, que ficamos em frente a uma residência particular.
- É bem assim aqui, nos falou o atendente. As vezes a prefeitura dá bronca, mas ao final tudo fica certo ...
Como prêmio de final de jornada para aquele dia, um peixe especial foi o prato que encerrou a noite dos viajeiros, que retornaram para o hotel pouco depois das 23 horas.
8º Dia - 01/02/2020
Cadê os postos de combustíveis?
Um novo barulho estranho.
Uma queda rápida.
O despertar no Hotel Maanaim, foi logo na virada das 6h30, quando saí para à rua para alguns registros fotográficos.
Por ocasião do café, quase todos estavam juntos e o bom comentário foi a respeito da qualidade e da variedade dos produtos colocados a disposição dos clientes para a primeira refeição do dia. Vieram os acertos de contas com o hotel e todos estavam liberados.
Alforges remontados, um novo registro fotográfico do grupo, quando também se colou na vidraça do estabelecimento, como de resto se vinha fazendo, os adesivos das nossas identificações motociclísticas.
Registro fotográfico em Presidente Epitácio
Antes porém da retomada da jornada, e até por lembrança e recomendação do Paulo, todos deveria passar no posto de combustível para a calibração dos pneus. Segundo o recomendante, estava na hora de fazer a aferição da pressão dos pneus pois que o fizéramos quando do início da viagem.
A recomendação foi aceita e todos compareceram ao posto para a calibração.
No entanto, quando chegou a vez do Arli, alegou ele para a atendente, que não sabia efetuar calibragem, ao que ela gentilmente respondeu: nunca é tarde para se aprender alguma coisa na vida. Chegou a hora do seu aprendizado. Copie o que os seus colegas estão fazendo ..... ... ... e o próprio Arli foi a luta.
Recomeçada a viagem, a direção referência do grupo era a cidade de Londrina, no Paraná.
Até Presidente Prudente, passando por Presidente Wenceslau, a rodovia BR 274, foi o destaque. Ótimas pistas duplicadas para a rodagem, farta sinalização porém em contra-partida, o exagerado número de pedágios assim como os preços, oscilando entre R$ 4,20 à 5,10 se destacaram como fator de reclamações entre nós.
Foram 105 km com ótima velocidade, até se ingressar na rodovia SP 243, alguma coisa além do ruim o estado da rodovia.
Nesta, aconteceu uma parada para água, pequenos comentários e checagem do GPS. Em algum momento, o grupo pensara que estivera em sentido errado na rodagem.
Outro fator que começou a preocupar e também foi assunto, foi a questão do combustível.
Nesta rodovia estadual, foram rodados mais 34 km restando a rodovia PR 170, com mais 30 km quando o grupo foi chegando a cidade de Porecatu, agora no Estado do Paraná, praticamente sem combustível em algumas algumas das motos.
Mas deu tudo muito certo e chegou-se ao posto de combustível, havendo a reposição do líquido que dá força e impulsiona os motores; almoço e algumas conversas com viajantes que por ali se encontravam.
Na plataforma deste posto de combustível, em Porecatu, alguns veículos e tratores antigos, ao estilo relíquias, estavam em exposição, o que ensejou algumas fotografias.
A parada foi bem alongada, quando por voltas das 13h começaram os inter-convites para todos voltarem para a estada.
O tempo que já vinha nublado desde a parte da manhã, em muito ajudou para que fossem esticados os quilômetros.
Em Londrina, no Posto Filho, aconteceu o reabastecimento e descanso, tendo por local uma espécie de abrigo, quase a beira da estrada. Optou o grupo por não adentrarem na sala de Conveniências, de modo a não se retardarem em demasia, pois todos estavam cientes de que a parada para o almoço fora alongada demais.
E continuou a viagem, havendo a pouco mais de 20 de rodagem, uma nova parada técnica.
Sinalizara o Arli, que a sua moto estava apresentando um chiado, apontando para a parte dianteira da motocicleta.
Todos parados na estrada, quando então começaram uma série de perguntas ao condutor, do tipo: descreve o barulho; em que parte da moto; é contínuo ou acontece de vem em quando?
Foram Afonso e Paulo, que com as respostas chegaram esse diagnóstico:
- é o protetor do velocímetro que está vibrando. Vamos reapertá-lo e estará solucionado;
- é isto que está provocando o chiado.
E o Paulo, auxiliado por vários olhos, foi retirando a peça metálica que fica na parte de cima do tanque de combustível e foi logo falando: - aqui está o problema: a borracha que amortece esta peça, está fora do lugar. Vou colocar no devido local estará tudo em ordem. E assim fez e em pouco tempo estava sendo recomeçada a viagem.
Tudo novamente correto com a moto do Arli, a viagem teve prosseguimento, sem ocorrências a considerar, quando às 16 horas o grupo começou a avistar a cidade de Ortigueira, PR.
Na entrada do município e, portanto, na esteira da rodovia, o grupo ingressou em um posto de combustível para os reabastecimentos tanto das motocicletas quanto dos motociclistas.
Em Ortigueira, demorar um pouco mais, estave no script do grupo, posto que vários sinalizaram a respeito da fome e de necessidade de um descanso mais alongado. Por outro lado a farta variedade de produtos colocados a disposição e aos olhos dos viajantes, contribuíram em muito para essa retenção.
Mas foi por ocasião da retomada da jornada, quando todos já se encontravam devidamente montados nas motocicletas, que o Afonso, ao dar a partida, acabou indo direto ao solo. Foi num relance, que calcei a minha motocicleta e saí na corrida para ajudar a levantar a Nelsi e na sequência a motocicleta.
- Afonso!, disse a Nelsi ... ... por quê virar assim esse guidom?
Calma ... calma disseram vários da turma, quando também o frentista apontou para um punhado de terra, que certamente se desprendera do pneu de algum veículo e estava ali no solo fazendo com que o pneu dianteiro viesse a derrapar.
Foi um lance muito rápido, que até por ter corrido para auxilar os parceiros, escapou-me o registro fotográfico.
De volta a estrada, Afonso que se encontrava a frente, acelerou forte, o que foi entendido por todos, pois ainda restavam 140 km para o destino final programado para aquele dia, qual fosse chegar a cidade de Ponta Grossa.
A única parada que se teve, foi por ocasião de obras na rodovia, quando deu tempo inclusive para descer da motocicleta.
Liberado o trânsito, manteve-se a cadência acelerada, até porque a noite começava a dar sinais da sua chegada.
Ponta Grossa foi se deixando ver, quando o lusco-fusco da tarde / noite notadamente se encontrava com o predomínio do escuro.
O grupo adentrou à cidade, sem ter consultado os aparelhos eletrônicos quanto aos hotéis ou a região destes, no perímetro urbano. Como resultado, e por indicação do Arli, rumou-se para os lados da rodoviária, pois sempre há hotéis próximos a estas estações. No entanto, segundo um motociclista, que fora interpelado, disse não haver nada no entorno.
- Me sigam ... eu levo vocês até um hotel. disse ele.
E o seguimos, quando então paramos em frente a um hotel com muitas estrelas além da 5ª, ou seja, bem acima do motociclismo ali praticado.
Efetuamos mais perguntas e, paramos na praça central da cidade, com a noite já presente há algum tempo.
Consultas aos celulares e telefonemas para os hotéis, foi o que mais aconteceu. Uns não havia vagas; outros o preço estava demasiadamente alto. Neste intermeio, um cidadão um tanto embriagado e um pouco ensanguentado no nariz, perguntou como poderíamos ajudar para levá-lo ao pronto socorro. A isto, Arli e Gilda foram a um taxista próximo, e de lá saíram com duas respostas: o pronto socorro era descendo a praça e para lá foi o tal cidadão. Ali da praça, a duas quadras, havia um hotel e para lá foi, caminhando, o Arli.
A temperatura na cidade estava alta, e o clima no grupo era delicado. Todos queiram ajudar, e quando muitos tentam fazer a mesma coisa, sempre acontecem os descompassos.
Em meio as tentativas de um hotel, um outro cidadão interrompeu a todos, efetuando uma solene solicitação: uma ajuda para a compra de gasolina .... daí algumas respostas a ele não foram as mais delicadas não .....
Voltou o Arli sem sucesso quanto ao hotel, e quase que junto, o cidadão ensanguentado, dizendo que não encontrara o pronto socorro. Por ali ele ficou. Deu explicações da briga que se metera, do soco de levara e tal.
Para nossa sorte, o Afonso encontrou vagas, por meio de um site onde é possível efetuar reservas em hotéis, pousadas etc... em qualquer lugar do mundo.
- O estranho, disse o Afonso, que há pouco liguei para este mesmo hotel e o atendente disse que não havia vagas.
- Vamos lá, foi o que disseram todos, quase que em coro.
Mas a preocupação agora se voltara para um outro procedimento que estava acontecendo: Irrefletidamente o Arli mandou o cidadão, bêbado e ensanguentado, deitar no asfalto, em frente a praça, para "chamar a atenção" que assim alguém olharia para ele.
O cidadão se deitou, os carros chegavam em cima e desviavam, outros tantos nos xingavam porque estávamos ali e nada fazíamos.
Um outro, desceu do carro e tentou levantar o tal cidadão, que insistia em ficar deitado, até que outros dois o carregaram para dentro do passeio na praça.
Nós acabamos arrancando as motocicletas e chegando com isso ao hotel Pax. Ali, o atendente com pouca gana em nos atender, dificultou ao máximo a hospedagem, cujas reservas tiveram que ser feitas pelo site especializado quando então sem mais argumentos, começou ele a nos passar as chaves dos quartos.
Banho para todos e uma saída para descansar as cabeças e tratar da alimentação. Todos para uma rua, a quatro quarteirões, onde se encontravam instalados vários quiosques para lanches.
Em um deles, chegamos a nos sentar, quando alguém sugeriu atravessarmos a rua e ir para um estabelecimento que recebia um grande número de pessoas. Em uma placa, dizia que ali poderiam ser recebidas 520 pessoas.
Ali adentramos, a exceção do Paulo e da Gilda que prefiram um lanche ao estilo X-buguer.
Na verdade estávamos ingressando Lanchonete Temática Mundo Animal, cuja ênfase é voltada para o mundo das selvas, com show do Leão Leonel, o mascote do empreendimento, que entra em cena duas a três vezes e faz a festa da criançada.
Ali nos abancamos e comemos uma excelente torre de batatas e um prato feito a base de peixe.
Foi bem legal e muito alegre a estada na Lanchonete Mundo Animal, que aliás tem como gerente um gaúcho, que muito bem nos recebeu no ambiente.
Começou um chuva fina na cidade, quando nos retiramos indo em direção ao Hotel Pax.
9º Dia - 02/02/2020
Chuvas impedem ida ao Parque.
Desencontros.
Um hotel muito ruim.
O domingo, amanheceu com muitas chuvas na cidade de Ponta Grossa, quando o grupo começou a se encontrar no salão destinado para os cafés do Hotel Pax.
Surpreendente, e até um pouco mais do que isso, foi a apresentação do café matutino. Um baita café. As variedades e as quantidades eram a "perder de vistas" e a saber, que na noite anterior havia uma preocupação para com a qualidade do estabelecimento.
Todos alimentados, começou então a descida para a garagem e a certeza de que seria necessário a colocação das roupas apropriadas para as chuvas,
Feito isso, a primeira para, ainda na cidade para os reabastecimentos. No posto, o encontro com o motociclista Jean, que disse apoiador dos motociclistas que cruzam pela cidade. Manifestou o seu desejo em conhecer a capital dos gaúchos. A isto, nos colocamos a disposição para recebê-lo parceiro em nossa Porto Alegre.
E Ponta Grossa foi ficando para trás, e também o Parque Estadual de Vila Velha, local que seria visitado pelo grupo, porém em função das chuvas, teve que ficar para uma outra oportunidade.
Na região de Campo Largo, PR, uma parada para reabastecimento e todos voltaram rapidamente para estrada. Continuava a chuva, agora a beira do torrencial o que obrigou moderação na velocidade a atenção redobrada.
O grupo, depois de mais 130 km rodados, cruzou a divisa entre o Paraná com Santa Catarina, quando a chuva cessou e o horário do almoço se avizinhava. O local de parada aconteceu em um grande estabelecimento com vendas de produtos diversos, principalmente artigos em couro, e com um bom restaurante. Garuva Acima, era a localidade onde o grupo parou. Hora de se desfazer das roupas protetoras contra as chuvas. Com o ambiente um pouco lotado, o grupo ficou divido em mesas separadas, quando todos trataram do fator alimentação.
Recomeçado o deslocamento é interessante dizer que a cada pedágio cruzado, estava tendo como hábito o grupo, de uma parada logo a seguir, onde todos se informavam de que tudo estava ocorrendo bem e tal, e até também para o reaperto de capacetes, luvas ou guarda de algum pertence que fora utilizado para pagamento do pedágio.
Quando da praça entre Joinvile e a região de Araquari, a ordem das motos paradas era esta: Afonso, Gilberto Cesar, Arli e Paulo. Um recado do Afonso dava conta que iríamos para no primeiro restaurante para uma café e descanso. A isto e na sequencia, falei para o Arli, que não falou para o Paulo.
Resultado: o Paulo que arrancou na frente, cruzou reto pelo primeiro restaurante, e nós ingressamos neste. Coube a mim e por combinação, ir em busca do Paulo, para então efetuarmos o descanso e café no primeiro restaurante que aparecesse, onde chegariam depois as outras duas moto que haviam parado antes.
Encontrado o Paulo e Gilda, tratamos do nosso café, com pastel de campanha ficando após a espera de Afonso, Nelsi e Arli.
Novamente juntos, agora era a contemplação do belo litoral catarinense, passando por Balneário Camboriú, Itapema, Meia Praia e um pouco mais longe, porém no visual, a bela Florianópolis.
O grupo já havia rodado pouco mais de 200 km quando os sinais da noite começaram a aparecer no horizonte. Então tratar do pernoite, estava mais do que na hora. Uma tentativa para tal, aconteceu na localidade de Paulo Lopes, porém sem sucesso, eis que o pequeno hotel, tinha lá os seus preços avantajados demais. Uma preocupação foi corrente quando alguém falou: gente, nós estamos em área de veraneio e, os preços por aqui devem ser nesta média .....
- vamos em frente disse um outro, deve ter outros logo aí ...
E voltou-se para estrada, quando uma leve chuva começou a cair, dando a impressão de que a noite chegara de vez.
Foi em Imbituba, à beira da estrada, que uma grande placa atentava para um Hotel e Restaurante, porém do lado inverso da rodovia por onde rodávamos. Parados, foi o Afonso que telefonou e do outro lado, a atendente que com ele conversava disse estar nos vendo.
- Façam o retorno logo adiante e venham, disse ela. Temos vagas sim.
E assim o fizemos.
O hotel era de médio para menor, sem café da manhã e com o preço de algumas estrelas. Porém, era o que se tinha para aquele momento.
Dado o adiantado da hora e por ser final de domingo e com pouca clientela o restaurante, logo fechou as portas, restando para nós um lanche em um pequeno trailer de cachorro quente.
Feita a pequena refeição, Afonso e Nelsi se recolheram, Paulo, Arli, Gilda e eu, aproveitamos para uma segunda canastra, em frente ao restaurante, eis que por ali haviam algumas mesas.
E foi assim o penúltimo dia da viagem.
10º Dia - 03/02/2020
O último dia da viagem.
As despedidas.
Com a combinação de às 7 horas todos estarem nas motos para o começo do último dia da jornada e, até não estar incluso o café da manhã na diária do hotel, bem antes disso e voluntariamente, todos já se encontravam a postos.
Rodou o grupo até a cidade de Içara, para descanso e café, quando ali mesmo aconteceu as despedidas para com o Afonso e a Nelsi, eis que os demais estariam ingressando na rodovia Estrada do Mar, via a cidade de Torres.
A dupla, iria direto para Santa Cruz do Sul.
Em Içara a foto derradeira do Grupo
Mais tarde, os que rodavam juntos, Gilberto Cesar, Arli, Paulo e Gilda, ainda efetuaram uma parada na cidade de Sombrio, para mais tarde se despedirem estes.
Já na Estrada do Mar, altura de Arroio do Sal, e sem nada de aviso, o Arli ingressou em um posto de combustível, o que me obrigou a um retorno. Paulo que vinha atrás o acompanhou. Já eram sabedores os parceiros de que eu iria ficar na Praia de Capão Novo.
Na arrancada deste posto e tendo o Paulo como a última moto, foi que voltamos a rodar, porém por pouco menos do que 5 minutos. Paulo acelerou, Gilda sinalizou e gritou: alguém de vocês perdeu o celular .... ele caiu na rodovia ....
Imediatamente todos parados na rodovia que não possui acostamento. Pela rápida constatação, fora o Arli que perdera o dispositivo.
Voltamos eu e o Arli, rodando muito devagar à cata do tal celular, indo novamente até o posto onde paráramos a pouco. Recomeçamos o caminho de volta até onde os parceiros haviam ficados parados.
Ao chegar, Paulo e Gilda sinalizavam que eles já haviam encontrado o celular.
- Estava logo ali e vocês passaram, disse ela. Ele estava todo aberto na faixa. A capinha estava bem no meio da rodovia e o celular mais para um canto.
Por sorte, o celular foi encontrado e somente alguns arranhões foi o que sofreu o aparelho.
Tocamos em frente e em Capão Novo me despedi dos amigos que seguiram em frente. Arli para a praia do Pinhal e Paulo e Gilda para Porto Alegre.
Por volta das 15 horas, começaram a chegar as mensagens de que todos já se encontravam em suas respectivas casas.
Foi isso dessa excelente viagem que efetuamos até a cidade de Bonito.
Considerações da viagem
Por ser a primeira viagem de longa duração para o Paulo e para a Gilda, temos que parabenizá-los pelo intento e coragem. Foram dois grande parceiros. Ele, sempre pronto para tudo. Entende de tudo e não mede esforços para servir. Ela, muito parceira e com bom clik fotográfico. Se tiver um instrumento fotográfico mais adequando em mãos, certamente teremos uma centena de excelentes fotografias.
Quanto aos demais parceiros, já somos velhos estradeiros, de muitas outras tantas jornadas. Mas destaque para o Afonso que praticamente liderou o grupo ao longo dos dez dias. Com o GPS instalado na motocicleta, serviu de bússola e norte para a gurizada. A Nelsi, sempre parceira e, de uma ótima memorização dos locais, direção, fatos e acontecimentos. Também foi muito importante.
O Arli, grande amigo e parceiro, sempre disposto, brincalhão e sem esquentar a cabeça para nada.
No geral, foi uma turma prá lá de muito boa e especial.
Dá para dizer que foi o passeio das motos custom's. Portanto, passeio de contemplação, sem nada de correrias ou atropelos.
Foi isso o que registrei.
Abraços em todos e até uma outra.
Fotos: Afonso, Arli, Gilberto Cesar, Gilda, Nelsi e Paulo.
Textos: Gilberto Cesar
Moto Grupo Com Destino
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