Um giro de Moto pelo Brasil, com visita a todas as capitais dos estados e Distrito Federal.
Saída de Porto Alegre: 27/08/2016
Retorno Porto Alegre: 19/11/2016
Duração da Viagem: 85 dias
Km percorridos: 20.255
Combustível: 940 litros
Motos utilizadas: Shadow 600/2003 e Shadow 750/2013
7º Relato
Barreirinhas - Teresina - Itapajé - Fortaleza - Natal
45º dia
Segunda-Feira 10/10
De São Luís para Barreirinhas
Antonio, o psicopata, foi o parceiro que ficou encarregado de nos conduzir até a saída da cidade facilitando assim o ingresso na rodovia.
Nosso destino era a cidade de Barreirinhas, mais precisamente uma visita aos Lençóis Maranhenses.
O Psicopata informou que faríamos alguns bons desvios, de modo a escaparmos do complicado trânsito da segunda-feira.
E começamos: voltinha para cá, voltinha para lá...e outras tantas. Numa dessas, paramos em frente à sua residência.
Gilberto Cesar, Psicopata e Arli |
Vamos tirar uma foto com o estandarte do Moto Grupo 100 Destino, falou ele.
Efetuamos o registro e continuamos a rodar e a escapar do pesado trânsito.
Nas proximidades do aeroporto paramos para as despedidas, ao que falou o parceiro: "Daqui a 30 km estará um irmão motociclista esperando por vocês". Ele os acompanhará no café da manhã e depois rodará com vocês 60 km até a cidade de Morros. De lá será barbada para chegar a Barreirinhas.
Nos despedimos do parceiro Psicopata e pegamos a estrada.
Rodamos tranquilos os trinta e poucos quilômetros e c chegamos onde nos esperava o Airan.
Gilberto Cesar, Arli e Airan |
Em razão das obras na estrada, efetuamos drástica redução na velocidade quando então o parceiro nos acenou.
Paramos, nos cumprimentamos e rumamos em direção à sua residência para o café matinal.
Na tranquila Bacabeira e na panificadora do Airan um bom café e muitas conversas a respeito de viagens de motocicletas. Esse assunto é pauta em todos recantos.
O parceiro falou do seu desejo em fazer uma cruzada pelo Brasil, tal qual estávamos fazendo, porém isso ficaria para bem mais tarde.
E tratamos de ir para a estrada, agora sob a batuta do novo companheiro.
Apontando ou gesticulando, Airan indicava os pontos interessantes do trajeto, de modo que tivéssemos conhecimento por onde estávamos cruzando.
Passamos pela cidade de Rosário e rumamos para os lados de Axixá.
Em Axixá, um festival de Juçaras chamou a atenção.
Casa da Juçara. Canto da Juçara. Aqui tem Juçara.
Paramos e indagamos ao Airan do que se tratava.
E ele então nos explicou que Juçara é o nome de uma palmeira, cujos frutos, de cor preta, são comumente confundidos com o açaí. O consumo do suco é muito comum na região. Disse ainda, que é desta palmeira que se extrai o palmito doce.
De Axixá para ir a Morros bastou cruzar a ponte e lá estávamos a nos despedir do Airan, muito agradecidos pela parceria e disposição.
Foi uma grande gentileza e parceria dos amigos do Moto Grupo 100 Destino, como igualmente de todos os parceiros de São Luís.
E continuamos rumo a Barreirinhas.
Restando ainda 158 km a serem rodados até o destino daquele dia, tratamos de acelerar as motos, com a pretensão de chegar por volta do meio dia e aproveitar a tarde para conhecermos os Lençóis Maranhenses.
E logo começaram a aparecer os primeiros sinais dos Lençóis e de Barreirinhas
A movimentação era enorme na cidade. Já passava do meio dia e os preparativos para os passeios da tarde, às dunas, já estavam acontecendo.
Com a ajuda de um guia de turismo, e eram vários oferecendo seus serviços, "voamos" para a agência do Banco do Brasil.
O rapaz, que também estava motociclado, nem teve tempo de nos informar que o Banco estava com problemas, pois fora assaltado a pouco dias.
Frente a isso, "voamos" para a Caixa Federal, agora com sucesso e endinheirados.
Agência "Ilha Turismo" |
Com o guia, encontramos uma agência onde compramos os bilhetes para o passeio. Buscamos uma pousada e tratamos do almoço.
O guia almoçou conosco.
Pousada Vitória dos Lopes |
Na pousada, tivemos dificuldades para guardar as motos.
Rua Dos Crentes |
A rua em frente estava em obras e com um degrau elevado em relação a calçada.
A pousada, com o piso mais rebaixado ainda, exigiu a colocação de pedras e madeiras na improvisação de degraus.
Nos despedimos do rapaz, cuja moto havia, inclusive, furado um pneu e tratamos de ir para a agência de turismo, pois estava em cima da hora.
Veículo 4x4 para encarar as areias dos lençois |
Nos acomodamos, rodamos pouco e o carro parou em um supermercado para a compra coletiva de água.
Estava começando o passeio e a aventura.
A travessia |
Saindo de Barreirinhas, em pouco mais de 5km, a travessia sobre o rio Preguiça é feita por meio de balsas.
Arli e Gilberto Cesar |
´Nesta ocasião, os motoristas murcham bastante os pneus dos seus veículos, de modo a enfrentar o terreno arenoso, porque ao contrário eles atolam.
E veio uma longa estradinha de areia solta e fofa.
A estreita estrada colocava em provas toda a habilidade do motorista.
Solavancos, pula-pula, gritos e muitas risadas.
O incrível trajeto era sinuoso, disforme e desafiador.
Segurem-se ... gritava alguém.
Mais curvas, gritava outro.
Mais de 10 km de solavancos.
Esses quilômetros foram a aventura do passeio.
Na ida, pelo desconhecimento, tudo então era emoção.
Na volta, pelo fato de ter que refazer o longo trajeto, foi mais longa a viagem, até porque tínhamos a presença da noite.
E finalmente chegamos.
E finalmente chegamos.
É de tirar o fôlego.
Nada se compara.
É imenso.
Essas e outras tantas expressões, não traduzem aquilo que se vê ali.
E haja caminhada. Para se chegar até as lagoas é preciso lograr alguns quilômetros pela areia fina e solta.
Com o calor, toda a água é sempre bem vinda.
Um passeio pelas lagoas, muito embora várias já estivessem secado.
A melhor época de cheias vai de maio a agosto.
Depois de horas de passeio, contemplação e banho nas lagoas, começamos a fazer o caminho de volta.
Nova caminhada, porém agora com mais lentidão.
O guia informou que todos os grupos estariam esperando pelo por-do-sol no topo de um dos grande montes de areia, próximo aos veículos.
Veio o final da tarde e com a noite bem presente retornamos para os veículos.
Veio o final da tarde e com a noite bem presente retornamos para os veículos.
Novamente a estradinha de areia, a emoção, mas agora com os olhos ligados nos faróis do 4x4 e a travessia do rio.
Antes, porém, parada coletiva em uma tenda com venda de bebidas e comidas.
De volta à cidade, tratamos de sair para jantar e fomos encerrando a nossa estada em Barreirinhas, muito felizes e agradecidos pela oportunidade de ter conhecido um dos mais belos e imenso cartão postal do Brasil: Os Lençóis Maranhenses.
46º dia
Terça-Feira 11/10
De Barreirinhas para Teresina
As motos no interior da pousada |
Começamos a nos preparar para a partida. Destino: a capital do Piauí.
café da manhã na pousada |
No café da manhã a definição pela alteração de roteiro.
A sugestão dos parceiros de São Luis (foram vários que sugeriram) era irmos para Teresina via Paulino Neves.
Isto daria uma boa redução de percurso, em relação ao trajeto original. Nossa alegação era de que haveria um trecho de chão batido, via Paulino Neves.
Tem, mas está bem bonzinho, ... disseram.
Outros falaram que já havia algum trecho asfaltado.
A rota é nova e encurta o caminho. Trata-se da Rota das Emoções, concluiu um outro alguém lá de São Luís.
Optamos pela alteração.
Começamos a deixar Barreirinhas seguindo as placas indicativas de trânsito. Rodamos mais uns vinte minutos e elas sumiram...então paramos para a tradicional pergunta:
A estrada para Paulino Neves ?
Passaram, respondeu um senhor.
Voltem e entrem à direita depois do posto.
Voltamos. Eram dois os postos de combustíveis e...cruzamos novamente.
Mais perguntas.
Retornamos. Uma minúscula placa indicava a direção daquilo que já havíamos apagado, levemente, da memória: o chão batido!
Retornamos. Uma minúscula placa indicava a direção daquilo que já havíamos apagado, levemente, da memória: o chão batido!
Ali começava a estrada para Paulino Neves.
Ainda bem que são só 38 km, falamos.
E iniciamos o trajeto. Não deu para rodar a 40, nem a 30, e sim a 20 km por hora. As "costeletas" faziam tremer tudo: Motos, as pesadas bagagens, os solavancos.... Muito mal, gritou o Arli.
A esperança de que fosse melhorar, ou até encontrar a tal parte já asfaltada, foi nos fazendo lograr mais quilômetros.
Lá pelas tantas paramos. A vontade de retornar era grande, mas voltar seria mais tragédia ainda.
A paciência, por vezes, ia embora.
Sede e cansaço estavam chegando.
Algumas placas à frente apontavam para civilização se aproximando.
Pela quilometragem rodada, deveríamos estar bem perto de sair daquele sacrifício: rodar em baixíssima velocidade, sob um sol tremendo e um calor nada amigável.
Arli conseguiu rodar mais rápido do que eu.
Eu fui chegando, vendo a cidade e um montão de areia para todo lado.
A moto dançou, enterrou a roda traseira e dois mototaxistas me ajudaram a livrá-la.
É assim até o centro da cidade, falou um dos rapazes.
Imagem retirada da Internet |
Vai devagar que dá certo.
E me fui, muito devagar mesmo.
Entrada da cidade, vindo de Barreirinhas, pela "estrada da emoção".
Nem deu para fotografar a entrada.
A tensão e atenção para evitar uma queda, fez com que esquecesse de tudo. Me utilizei dessa imagem da internet, para que se tenha uma ideia.
Viu que areia ?!
Que sufoco!
Foram as primeiras palavras dele e foi de imediato comprar água!
Tratamos de descansar um pouco e ingerir bastante líquidos.
Mas o retrato da cidade não é somente este. É conhecida como "pequeno lençóis", sendo município integrante do Delta das Américas, um santuário ecológico com dunas, rios e ilhas.
O turismo ecológico é muito forte na região.
No local onde paramos algumas conversas a respeito do calor e da estrada que iríamos ter pela frente.
Com relação a esta, um guia turístico tratou de nos avisar que a mesma contém muitas curvas fechadíssimas. Todo o cuidado é pouco,... advertiu.
Um outro, complementou dizendo que é preciso prestar a atenção, pois existem muitos animais soltos ao longo da rodovia.
Tratamos de descansar um pouco e ingerir bastante líquidos.
Mas o retrato da cidade não é somente este. É conhecida como "pequeno lençóis", sendo município integrante do Delta das Américas, um santuário ecológico com dunas, rios e ilhas.
O turismo ecológico é muito forte na região.
A Igreja de Paulino Neves |
Local do Descanso |
O calor em Paulino Neves estava escaldante. Pelas ruas, poucas pessoas.
No local onde paramos algumas conversas a respeito do calor e da estrada que iríamos ter pela frente.
Com relação a esta, um guia turístico tratou de nos avisar que a mesma contém muitas curvas fechadíssimas. Todo o cuidado é pouco,... advertiu.
Um outro, complementou dizendo que é preciso prestar a atenção, pois existem muitos animais soltos ao longo da rodovia.
Descansados, tratamos de continuar a viagem.
Cruzamos um pontilhão de madeira em médio estado de conservação. Essa é a ponte que a placa vermelha alertava para o peso máximo que a mesma suporta.
Pegamos a rodovia e partimos.
Estrada estreita, cheia
de curvas, com muitos quebra-molas e muitos animais na pista. Tudo o que haviam alertado, estava lá.
de curvas, com muitos quebra-molas e muitos animais na pista. Tudo o que haviam alertado, estava lá.
Na terceira curva, um grande susto. Arli passou direto e travando a moto. Por muito pouco não foi mato a dentro.
Escutei o barulho da freada e da queda.
Alguns motociclistas que passavam, o ajudaram a se levantar e se recompor.
Por sorte, ficamos somente no susto.
No município de Tutóia, efetuamos um abastecimento.
Próximo ao posto, os olhares estavam atento para uma queimada que avançava, estando já nas proximidades de um imóvel. O frentista falou que já havia alertado aos demais do posto para aquela situação.
De volta para a estrada, novamente baixa velocidade e atenção.
Mais animais. Agora com tropel de cavalos, todos soltos, bem ao nosso lado.
Sob um sol e um calor tremendos, cruzamos a divisa dos estados do Maranhão com o Piauí.
O termômetro, na moto, apontava para lá dos 40°.
Passada a divisa,
tratamos de parar para um lanche e abastecimento das motos. Com o calor reinante, optamos por uma alimentação mais leve, para aquele momento.
A parada se deu em Buriti dos Lopes.
Depois do abastecimento das motos, e pequeno descanso, voltamos para a estrada.
A estendida e longa estrada, assim como as condições do momento, nos ensejavam um rodar rápido, pois a sensação era de queima total sob as roupas e capacete.
Nova parada, mais um abastecimento. Já passavam das 15h, quando chegamos ao município de Piracuruca.
Ainda nos restavam mais de 200 km até chegarmos em Teresina.
No posto Vitória, a triste constatação de que, mais uma vez, o pneu dianteiro da moto do Arli estava murchando.
Sorte, no entanto, de mais uma vez estarmos por perto de uma borracharia. Do posto, podíamos vê-la. "Padre Cícero". E foi para lá que nos dirigimos.
Na minúscula sala o calor parecia se multiplicar. A falta de espaço me levou de volta ao posto em frente.
Foram quarenta minutos de espera.
Tudo resolvido e sem mais delongas voltamos a rodar.
Foi nas proximidades de Piripiri, a 10 km da cidade, que o calor aumentou em muito. O ar ficou muito aquecido.
Em solo, uma grande queimada deixava tudo sob uma densa névoa de fumaça.
Foi assustador cruzar o trecho.
Passado o sufoco, uma parada rápida para respirada um ar mais puro, alguns comentários e voltamos para as motos.
As placas, estavam indicando que a cidade de Campo Maior estava próxima, portanto, a distância para com Teresinha estava logo alí.
No entroncamento que leva para Campo Maior: Um "Xará" estava por lá.
Ao final da tarde, começamos a avistar a cidade de Campo Maior.
Na chegada, carros de bombeiros, uma ambulância e um aparato deixavam o trânsito lento. Um posto de combustível estava sob severa observação, dado à uma grande queimada nas proximidade do mesmo.
Impossível deixar de ver e relatar o fato das queimadas. Além de crime ambiental, os riscos são enormes para a população e por vezes para o patrimônio das pessoas.
Mas Campo Maior, assim como as demais cidades aqui mencionadas, sofrem o desgaste de sua imagem, quando na verdade são os homens os principais agentes dessa cruel e devastadora prática.
Passada a queimada, adiante a cidade, sob um lindo por-do-sol, recebia em sua orla, pessoas para as caminhas e para o final de tarde.
Veio a noite, e com cuidado e velocidade baixa, começamos a efetuar a última parte do trajeto programado para o dia.
Pouco menos de 70 km teríamos que percorrer sob estas condições. É bem verdade que a ausência do sol já se configurava como um ganho.
As luzes da capital logo começaram aparecer ao longe. Um contato, via telefone, como os motociclistas do local e ficamos acertados quanto ao local de encontro.
E chegamos em Teresina
a nossa 12ª Capital
Sob buzinas e acenos, identificamos ser os parceiros, em apoio. Desceram das motos Vagner, o vaqueiro, a caroneira e filha Vanessa e o outro motociclista, o Ionoré.
As apresentações e poucas conversas. O fluxo de veículos, leves e pesados, estava intenso, típico de cidade grande em final de expediente, o que não permita escutar ou falar em demasia.
Do ponto de encontro, para a casa do Vaqueiro.
As motos casa do Vaqueiro |
Vaqueiro e Ionoré falaram da cidade e do calor acentuado que costuma fazer na capital.
Também abordaram a respeito das suas viagens. Assunto que nos agrada sempre.
Vaqueiro Vagner e sua esposa são motociclistas com uma boa quilometragem pelo Nordeste brasileiro. Nos planos do casal está uma longa viagem pelo Brasil. Ambos pertencem ao Cavalo de Ferro Moto Clube.
Um excelente lanche foi servido. Deixamos acertada a agenda para o dia seguinte. O Ionoré se despediu e tratamos de descansar.
A opção nossa, inclusive, passou por dormirmos em redes, na área avaranda, na parte externa e posterior da casa.
47º dia
Quarta-Feira 12/10
Em Teresina
O dia, na residência do Vaqueiro, começou cedo. A orientação do parceiro foi de que os passeios acontecessem nas primeiras horas, de forma a escaparmos do sol forte e do calor.
Com as motos, fomos ganhando as ruas, seguindo o anfitrião.
Nele, uma bela caminhada com vista e admiração para uma capivara ao longe. Disse-nos Vaqueiro, ter ele soltado ali aquele animal, já há um bom tempo e que volta e meia dá uma olhada.
Gilberto Cesar, Vinicius, Silvia e Arli |
Ainda no parque, o encontro com um jovem casal, motociclistas, que estavam prontos para uma pequena viagem, aproveitando o feriado. O mascote do casal, também os acompanharia no deslocamento.
Do parque para a beira do rio Parnaíba. Visita ao Parque Ambiental Encontro do Rios, Museu dos Rios e monumento Cabeça de Cuia.
No local a paisagem é fantástica. Há o encontro dos rios Poti com o Parnaíba, um belo cenário da natureza.
O museu dos rios abriga uma enorme coleção de peixes e outros animais. Um bar/restaurante flutuante e uma feira de artesanato complementam o belo local.
O belo e agradável passeio cultural terminou após um refresco no bar flutuante. Apesar da exuberante sombra do parque, deu para sentir bastante o calor da cidade.
De volta para as ruas, fomos para o Polo Cerâmico e Artesanato, no bairro Poti Velho, local onde começou a cidade.
A riqueza dos trabalhos em cerâmica é fantástica. São inúmeras lojas, onde se pode acompanhar o processo de produção das peças.
O trabalho desenvolvido no polo é considerado um dos maiores Patrimônio Cultural da capital.
A praça é o ponto de encontro dos motociclistas para viagens e encontros semanais das duas rodas.
Do mirante da ponte é possível se ter uma visão muito ampla da cidade.
Interessante foi o aproveitamento que a municipalidade fez da torre principal da ponte. Um elevador conduz as pessoas até o pico, de onde é possível uma visão panorâmica da cidade. O espaço, todo envidraçado, limpo e acolhedor, é um dos principais cartões de visita, hoje, em Teresina.
Passou a hora e o calor foi se acentuando ainda mais.
Duas programações na agenda da tarde: parque das águas e participação nas atividades alusivas ao dia da criança, promovido pelo Hospital São Marcos.
Nada melhor de que muita água para se refrescar. Um parque particular foi o local onde aproveitamos as águas para um ótimo relaxamento.
Banho, conversas, almoço e mais banhos foi o que fizemos por mais de 4 horas.
Do parque para o próximo compromisso: participar do "Magic Day", evento promovido pela Rede Feminina de Combate ao Câncer.
Personagens temáticos, heróis das histórias infantis, bandas, automóveis antigos e, é claro, motociclistas.
O desfile, em frente ao Hospital São Marcos, teve como objetivo ir ao encontro e alegrar as crianças que não poderiam sair para comemorar a data, em função do tratamento contra o câncer.
Foi a segunda edição do evento.
Terminado o desfile, de volta para a casa do anfitrião, muito agradecidos pela oportunidade de poder participar, ainda que minimamente, de uma atividade com grande relevância e importância para todos.
Estão de parabéns os motociclistas de Teresina.
Com o Vaqueiro e sua família, continuamos ainda longas e boas conversas.
O bom amigo, fã do trabalho musical de Luiz Gonzaga, tem sempre um verso do sertão na ponta da língua.
Uma improvisação, ou um trecho de uma canção, e com ambos fica a responder, a indagar a se referir.
Vaqueiro Vagner foi sensacional para conosco. Muito obrigado!
Por motivos de trabalho, o anfitrião precisou se afastar. Nós nos encaminhamos para um bar nas proximidades, encerrando assim o feriado.
48º dia
Quinta-Feira 13/10
De Teresina para Itapajé
Mal amanhecera o dia e já estávamos com todos os alforjes prontos.
Vaqueiro chegou por volta das 7h, quando retornou do trabalho.
Estava acompanhado pelo também motociclista Jarderis do Moto Grupo Dragões do Asfalto.
Ambos nos acompanharam até a saída da cidade, quando voltamos para a BR 343.
Até a cidade de Campo Maior, o caminho foi o mesmo percorrido, quando da ida para Teresina.
Com os parceiros à frente, fomos ganhando estrada, tendo, como companhia, um forte sol e algumas queimadas.
Passados alguns bons quilômetros, nos despedimos dos parceiros e continuamos tocando rumo a Campo Maior.
No passado, um improvisado exército formado por vaqueiros e lavradores, travaram sangrenta batalha contra os portugueses, 1823, para a consolidação da Independência do Brasil.
O Museu |
A poucos metros do monumento, um amplo prédio abriga o Museu do Jenipapo, com peças de artilharia, roupas, materiais e documentos referentes à batalha.
O Cemitério |
Ao fundo, um cemitério onde estão enterrados alguns heróis desse episódio.
Gilberto Cesar e Antônio Miranda |
Guarda o museu, o Senhor Antonio Miranda de Souza, com quem muito conversamos a respeito dessa importante página da história brasileira.
Miranda organizou e publicou o livro A Batalha do Jenipapo, o que se encontra em sua IIIª Edição.
Enriquecidos culturalmente, deixamos o espaço de memória e continuamos nossa viagem.
Enriquecidos culturalmente, deixamos o espaço de memória e continuamos nossa viagem.
No perímetro urbano de Campo Maior, mais um xará estava no caminho.
O posto de combustível, aquele que foi motivo de preocupação quando da nossa passagem na terça-feria, 11, estava intacto, com as marcas de queimada bem próximo, porém se encontrava fechado.
E deixamos Campo Maior, com a intenção de, na cidade de Piracuruca, visitar a Parque Nacional das Sete Cidades.
Termômetro: 40º Velocídade: 80 |
Novamente, alguns animais na rodovia nos fizeram aumentar a precaução, desacelerando as motocicletas.
Velocidade baixa e calor em alta. Assim rodamos até as proximidades do trevo de Piripiri. Deste, rumamos para o parque.
Até chegamos, o horário de visitação da parte da manhã já havia passado. A próxima visita somente a partir das 15 horas.
Assim, deixamos de ingressar no parque, cujo interior abriga formações rochosas de milhões de anos, e também pinturas rupestres.
Veio a divisa dos estados e o Ceará começava a ser o novo território a ser visitado.
Já passava bastante do meio dia e seguimos em frente, com parada para almoço na cidade de Tianguá.
Antes dela, efetuamos a descida da Serra de Ibiapaba com, aproximadamente, 1.200m. A Grande Serra, como é conhecida, apresenta cenários impressionantes e belos.
Um parque eólico, em fase de construção, certamente trará, ainda mais, bons ventos para a região.
Em Tianguá, foi que tratamos do almoço. Ingressamos no centro da cidade e nas proximidades da praça central efetuamos a refeição.
De olho no relógio e no entardecer, pois queríamos evitar ter que rodar à noite, começamos a buscar a cidade de Itapajé, descartando chegar à capital do ceará naquele dia.
Itapajé estava a 195 km, portanto, pela previsão, daria para chegar ainda com alguma luz solar.
Cruzamos por alguns povoados. Alguns mananciais. Cadeias de montanhas e ...chegamos em Itapajé, no Ceará, faltando tão somente 130 km para a capital.
Na cidade, ficamos na pousada Itajavé.
Encerramos o nosso dia com um merecido descanso.
Cidade de Itapajé |
Pousada Itajavé, em Itapajé |
49º dia
Sexta-Feira 14/10
De Itapajé para Fortaleza
Antes do café da manhã, estive caminhando pelas ruas de Itapajé. A bonita cidade cearense está cercada de serras, o que a torna um vale no meio dos montes.
Impossível ficar sem olhar para cima e em todas as direções. As montanhas são enormes e contínuas. Algumas pedras até receberam nomes. São famosas a Pedra do Frade, da Caveira e a do Damião, que são mais populares.
Tudo pronto para o turismo. Só falta incrementá-lo e a cidade estará no topo da mais visitadas.
"Interessante e com um bom potencial turístico", assim traduziu um frentista, se referindo à sua cidade, em conversa quando do abastecimento das motos.
Neste mesmo posto, dois policiais militares nos abordaram para saber da viagem, dos trajetos, bem como do comportamento das motocicletas e da nossa resistência.
Mas estava na hora de pegar a estrada e rumar para Fortaleza.
E começamos a rodar quando já se passavam dez minutos das oito horas. Com a velocidade indicada para o trajeto, fomos deixando as montanhas e ganhando enormes paredões.
Em meio a eles, o ronco dos motores ecoavam, aumentando ainda mais a sensação de liberdade e de donos do mundo .
No curto trajeto, foram vários os municípios pelos quais passamos. É bem verdade que municípios de pequeno porte, na grande maioria, porém somados traduzem a grandeza e a diversidade daquele povo, com ênfase para a religiosidade, sempre retratada pelas igrejas e estátuas de cunho religioso
Iratinga |
Umirim |
São Luiz do Curu |
Tendas de Artesanato |
Também compuseram as cenas, as várias tendas de artesanato e comidas típicas da região.
As paisagens, todas diferentes e belas, foram sempre nos acompanhando até as proximidades da capital cearense.
Lindas Paisagens |
Na mesma manhã, um comboio de enormes caminhões, se preparava para ingressar na Rodovia BR 222. E lá, mais um parque eólico na mira dos ventos.
E chegamos na
Fortaleza
a nossa 13ª CapitalSurgem as primeiras avenidas. Seguindo o fluxo e atentos às placas de sinalização, fomos ingressando na capital cearense. A direção era o centro da cidade, ou uma revenda da Honda. Precisávamos efetuar a troca de óleo das duas Shadow's, mais o Cheklist.
Na parada de um farol, semáforo ou sinaleira, avistamos,ao longe, uma concessionária Honda.
Baita sorte. Estamos em casa! ... falamos.
Arli, Gilberto Cesar e Alex |
Direto para a área de serviço. Na bela sala de espera, um bom café e água gelada estavam à disposição. Aproveitamos para manter contatos com o nosso parceiro e apoio em Fortaleza, o Alex.
Em pouco mais de vinte minutos, lá chegava o parceiro, e motociclista, Alex.
As apresentações e as primeiras conversações.
Alex teria conseguido uma pousada nas proximidades da Praia de Iracema. Ao ligar para confirmar, recebeu a notícia de que houve problemas na reservas e que não havia mais vagas.
Algumas pessoas prolongaram o feriadão e estamos com problemas, disse Alex.
Sem problemas, falamos ... vamos garimpar outras.
Alex pediu um tempo e em pouco tempo, após um outro telefonema, voltou sorrindo e disse:
- melhor ainda, ... vocês ficarão no Lúcio, um grande parceiro e motociclista.
Enquanto aguardávamos a liberação das motos, o parceiro nos falou:
- que estava sem moto, naquele momento. A mesma estava em conserto, e que a pessoa que mexe em sua moto é o seu próprio pai.
- disse também que o Lúcio é proprietário da TechBlocos, indústria e Comércio de Pré-moldados, tendo um alojamento na fábrica, local onde ficaríamos hospedados.
Liberadas as motos, começamos a cruzar a cidade, agora indo seguindo o carro do Alex, indo para a TechBlocos.
E chegamos ao local.
Sabedor da nossa estada, um funcionário abriu os portões, ingressamos, estacionamos as motos e, conforme indicação, começamos a nos instalar.
Alex se despediu, pois fora tratar da sua moto.
O anfitrião nos mostrou as dependências da fábrica e nos entregou algumas chaves.
Ele foi tratar de assuntos da empresa.
Nós tratamos de ir para o centro sem as motos, para os primeiros passeios pela cidade.
Mercado Central foi a primeira parada. O grande mercado tem, em seu interior, um multiplicado de tendas e bancas de vendas de produtos da região. A variedade impressiona. O gigantismo do espaço desafia a andar por todos os corredores e andares. Um ótimo lugar.
Próximo dali, a igreja matriz também foi alvo de nossa visitação. O templo chama a atenção pelo tamanho e cor.
Outros tantos prédios históricos, na área central, também foram objetos de visitas e de registros fotográficos.
Fora do circuito do mercado, em outra rua, onde o artesanato também predomina, fizemos uma parada para a compra de uma chapéu de couro, típico do nordeste brasileiro. Uma lembrança a mais para levar na moto.
Na Praça dos Leões, um marco histórico de Fortaleza, estava acontecendo a 15ª Feira da Música- um grande festival com apresentações de diversos artistas do Estado.
Tratamos de nos sentar e aproveitar o bom clima da Praça dos Leões.
Veio a noite, mas ainda circulamos por mais uma das praças na área central da cidade antes de voltarmos para a TechBlocos, terminando assim a sexta-feira.
50º dia
Sábado 15/10
Em Fortaleza
Na manhã do sábado, nosso anfitrião Lúcio chegou na fábrica, e também nosso alojamento, acompanhado de sua esposa, Cristina, também motociclista.
Depois das conversas a respeito do nosso passeio no dia anterior, o casal nos levou para um café da manhã e também um novo tour.
O café aconteceu num dos lugares mais turísticos da cidade, o Centro das Tapioqueiras, em Messejana.
Além de agradável, da comida farta e gostosa, o espaço abriga uma série de bancas, todas especializadas na Tapioca.
Lúcio, Gilberto Cesar, Cristina e Arli |
O bairro, que serviu de cenário para as as obras de José de Alencar, é um dos mais antigos de Fortaleza.
Bem mais ao centro, está localizado o KM 0 da BR 116. O marco, está bem em meio a uma movimentada avenida.
Impossível chegar de motocicleta, porém, impossível deixar de registrar.
Impossível chegar de motocicleta, porém, impossível deixar de registrar.
Construído entre os anos 1850 e 1866, o prédio da antiga cadeia pública foi desativado em 1967.
Em 1973, passou a integrar o circuito de turismo da cidade, com a criação do Centro de Turismo. As antigas celas abrigam lojas de artesanato.
Uma cela guarda boa parte da originalidade, inclusive, com as diversas inscrições da época.
No prédio, além da Empresa Cearense de Turismo, também se encontram localizados os museus de Arte Popular e de Mineração.
Na saída deu para sentir o calor que fazia em Fortaleza. Então, uma água foi a providência imediata.
Cumprido o roteiro da manhã, direto para o Bar KANKA, um dos pontos de encontro dos motociclistas.
Charles, Gilberto, Lúcio, luís, Gilberto Cesar e Arli |
No local, parceiros já estavam proseando. Somamo-nos ao grupo e o assunto motociclismo veio à tona.
No bar, e para muita satisfação nossa, estava o Charles, o criador do Grupo Turismo Brothers.
Criado para dar apoio ao motociclista em viagens, o grupo se comunica por meio do WhasApp. Já a inscrição para participação se dá por meio de indicação.
Em nosso caso, fomos indicados pelo parceiro Cláudio, do Moto Grupo Gaudérios do Asfalto, da cidade gaúcha de Santa Maria.
E saímos para almoçar.
De almoço, uma bela panelada, um prato típico da região. A famosa panelada cearense é um cozido feito com as víscera do boi, a base de muito temperos.
Terminado o almoço fomos, eu e Arli , para uma caminhada pela praia, prometendo encontrar os parceiros à noite, no encontro bimensal dos motociclistas de Fortaleza.
Por mais de cinco horas ficamos pelas praias nas proximidades da área central. Excelentes caminhadas, banhos e descanso.
Nas movimentadas praias, além dos banhistas, uma multidão de pessoas se reuniam em uma celebração cristã. Num outro lado, uma passeata de educadores, contrários à desobrigação do Estado para com educação física nas escolas, uma proposta de governo.
A noite foi chegando, os cenários foram se modificando, porém a quantidade de pessoas passeando pela orla só aumentava.
Um dos espaços do Dragão do Mar |
Nós fomos para o Dragão do Mar. O local é dedicado à arte e cultura e tem como atrações o Museu da Cultura Cearense, o de Arte Contemporânea, Teatro, Cinema, espaços para exposições e parque.
O Centro Dragão do Mar é um local de encontro de pessoas e de difusão da arte e da cultura.
Via telefone, Lúcio e Cristina avisam que estão indo nos buscar para irmos para o evento de motos.
O evento, que acontece em frente a um Shopping, recebe não só os motociclistas da cidade e região metropolitana, como também de outras cidades mais distantes.
No evento, foram vários os motociclistas com quem trocamos idéias, bem como podemos falar a respeito da nossa viagem.
Foram muitos os motociclistas que falavam ser o nosso trajeto, o sonho deles, também.
Assim encerramos a noite de sábado: em meio a motos e motociclistas. Uma combinação mais do que perfeita!
51º dia
Domingo 16/10
Em Fortaleza
De automóvel, começamos um grande giro, levados pelos nossos anfitriões.
Beach Park foi o primeiro local.
Dista 26 km do centro da cidade, sendo considerado o maior parque aquático da América Latina.
E continuamos com o nosso passeio.
Por ser uma região de muitas dunas, obviamente que o pessoal das trilhas estava muito por perto. Foram vários grupos que encontramos.
Com alguns chegamos a conversar naquela manhã de domingo, típica do nordeste: sol, praia e calor.
O tour por Fortaleza, foi muito completo e diferente, pois tivemos a oportunidade de estarmos em locais e ver coisas que fogem um pouco do turismo tradicional que se costuma fazer em Fortaleza.
Uma grande gentileza do Lúcio e da Cristina.
O caranguejo |
Os parceiros, na foto do Lúcio |
Passava muito do meio quado com fomos para o almoço. Um bar, da Praia Futuro, foi o escolhido pelo amigos e saboreamos um grande almoço, tendo o caranguejo - a boa marca de Fortaleza - como prato principal.
Charles, o criador do Grupo Moto Turismo Brothers, esteve junto ao grupo.
Arli, Charles, Pablo, Gilberto Cesar e Nilson |
Ficamos no local até o anoitecer, quando então começamos a tratar de voltar para a base.
Na segunda, a viagem continuaria para nós.
Nilson, Gilberto Cesar, Lúcio, Graça, Cristina, Arli, Charles e Pablo |
52º dia
Segunda-Feira 17/10
De Fortaleza para Natal
Deixamos a TechBlocos antes das 6 horas.
Com muito pouco trânsito, fomos cruzando ruas e logo chegamos à rodovia, que por sua vez, também estava bem tranquila no tocante ao tráfego.
Os parceiros de Fortaleza haviam sugerido que fizéssemos o trajeto via litoral, dada a beleza que se poderia vislumbrar.
Nós até tentamos, porém, sem o sucesso devido, acabamos rodando pela BR 116 até a cidade , nas proximidades de Aracati.
Ainda em solo cearense, os trabalho de construção de mais um parque eólico. O Ceará é o
Estado com maior
número de
parques eólicos no
Brasil.
Como saíramos cedo, aos 153 km realizamos uma parada e tomamos um café da manhã. Estávamos em Aracati.
De volta para a estrada, a divisa dos estados do Ceará com o Rio Grande do Norte ensejou uma nova parada.
O deslocamento estava tranquilo. O sol , apesar de quente, ficava ameno por ocasião do descolocamento. Uma sensação de ar mais fresco predominava bastante, muito em razão da proximidade que estávamos com o mar.
E a tranquilidade foi quebrada. Mais uma vez o pneu dianteiro da moto do Arli estava murchando. Estávamos a 5 km de Mossoró, praticamente ao meio dia.
Também mais uma vez, estávamos muito próximos de uma borracharia.
A combinação estava perfeita: murchou aqui, ... borracheiro logo ali.
E lá se foi o parceiro para a borracharia.
Com sombra muito escassa, as motos ficaram sob o sol que, agora sim, parecia uma brasa. Tudo ficou quente, abafado e incomodativo.
Mas, como toda regra tem lá a sua exceção, uma pequena árvore, a poucos metros da borracharia, serviu de abrigo para a espera.
Por combinação, resolvemos não almoçar, trocando a refeição por um lanche. Dois fatores foram preponderante: o calor e a necessidade de chegar à cidade de Touros no meio da tarde e depois... chegar em Natal.
Consertado o pneu, ficamos sabendo que um novo reforço seria necessário efetuar.
O pequeno rasgo, que vinha mastigando a câmara, voltara a se manifestar. A dica do borracheiro foi: calibrar todo dia de manhã, de modo a não deixar que o pneu trabalhe nos desníveis e solavancos na estrada.
Nesta última, alguns cuidados para com a presença de animais na pista, a falta de sinalização e de acostamentos.
Sondas de captação, gigantescas tubulações, tanques de armazenamento e uma grande logística que circunda a extração do petróleo em terra.
A região de Mossoró é um dos pólos que concentra grande quantidade de serviços relacionados ao petróleo.
As sondas estão por todos os lados, inclusive no pátio de algumas residências.
A presença da indústria
petrolífera, e a conseqüente obrigatoriedade de pagamentos de royalties, dá mais relevância para os beneficiados diretos com esse
acontecimento, tanto do ponto de vista econômico como social.
Foi muito interessante essa travessia pelos aparatos do Petróleo.
E chegamos ao penúltimo destino traçado para aquele dia: Touros, a cidade onde começa da rodovia BR 101.
A BR 101, tem seu término na cidade de São José do Norte, no Rio Grande do Sul. Portanto, considerando que somos moradores de Porto Alegre, estávamos naquele momento, há 4.184 km de nossas casas.
No início desta rodovia, uma via secundária leva para o Farol do Calcanhar e praia do Cajueiro.
Começamos a deixar Touros, pretendendo chegar à capital potiguar, ainda sob a luz natural.
Restavam ainda mais de 79km, então rodar e rodar foi a premissa.
A pouca distância que nos separava de Natal, não nos isentou de uma preocupação: o combustível da minha Shadow. O que restava, não daria para chegar.
Quem estava chegando era a noite.
Ao longe, um batalhão logístico do exército, oportunidade para perguntar a respeito de abastecimento ali por perto.
Disse um soldado: "saindo da rodovia há um povoado onde tem um posto de combustível. Três quilômetros de chão arenoso, complementou o soldado".
Arli ficou na rodovia e para o povoado me fui.
O chão era realmente arenoso e perigoso, e me obrigou a rodar lentamente. Quando do retorno, a noite já caíra. Pela mina demora, Arli ingressou na estreita estrada, a fim de me encontrar. Rodou pouco, pois eu já estava praticamente chegando de volta ao asfalto.
E tratamos de rodar, agora com a noite por completo. Aos poucos, fomos começando a ver o clarão das luzes da capital.
Mais luzes e chegamos em ...
Natal,
a nossa 14ª Capital
Ingressamos na cidade sob um intenso trânsito de final de dia de trabalho. Lendo todas e possíveis placas de trânsito, fomos indo em direção do centro da cidade.
Umas perguntas a transeuntes e motociclistas e ficamos sabendo que, nas proximidades da rodoviária, havia uma grande oferta de pousadas e hotéis.
Estávamos perto dali. E nos dirigimos para lá.
Sem muitas delongas e procuras, ficamos na Pousada Arco Irís, bem em frente à rodoviária da cidade.
Pela ausência de estacionamento, as motos ficaram no corredor principal da pousada.
Nos acomodamos e saímos para o jantar em seguida.
53º dia
Terça-Feira 17/10
Em Natal
Para efetuar os caminhos de Natal, as motos foram deixadas na Pousada.Efetuamos os deslocamentos de ônibus.
Antes do início do tour, uma caminhada até um café nas proximidades da pousada, até para começar bem o dia.
No pequeno restaurante, um cartaz chamou a atenção pelo cardápio ofertado,
Nas sextas-ferias, o prato Chambario.
Perguntamos para a atendente do que se tratava. Explicou ser um tipo de carne bovina.
Efetuada a pesquisa, constatamos que se trata do Chambril, carne realmente bovina, também conhecida como osso buco.
Este prato é muito apreciado no Nordeste do país.
De café tomado e com mais conhecimentos adquiridos, fomos para o passeio.
Começamos pela praia de Ponta Negra, a mais bela praia da cidade.
Há quem diga que se trata da "Copacabana" de Natal, numa referência à conhecidíssima praia carioca.
Lá, é onde tudo acontece. Restaurantes, bares, artesanato, turismo, diversão e lazer, tudo tem na Ponta Negra.
Na extremidade da praia, o Morro do Careca faz parte do cenário, traduzindo-se em um dos principais cartões postais da cidade.
A grande duna, com 107 metros de altura, já foi palco para a prática de esquibunda, ato de deslizar em dunas sobre um pedaço de madeira. Essa prática ficou proibidao, visando a preservação da vegetação que estava sendo destruída.
O ir e vir de turistas, o agitado mundo dos vendedores ambulantes, o belo sol que se fazia sentir, realmente deixam esta praia com ares de ser
a melhor de Natal.
Num dos restaurantes, ali mesmo em Ponta Negra, foi onde almoçamos.
Um tempo depois, fomos para o centro da cidade para conhecer os demais pontos turísticos de Natal.
Uma curiosidade: Em um dos quarteirões, já caminhando em direção ao ponto do ônibus, uma placa advertia para a proibição de parar e estacionar, com sanção de reboque.
A expressão reboque, difere da expressão usada no sul, onde o usual é "Sujeito a Guincho".
O certo é que ambos proíbem para a mesma prática.
Continuamos o tour, passando na Catedral Metropolitana, cujo prédio apresenta uma estrutura diferenciada, elegante e moderna.
Dedicada a Nossa Senhora da Apresentação, o moderno costuma ser ponto de visitação por parte dos turistas.
O Memorial Câmara Cascudo, uma homenagem ao maior historiador e folclorista do Rio Grande do Norte.
Visita a outros templos religiosos e históricos.
No memorial, o professor Maurício, um dos responsáveis pelo espaço, mostrou as exposições permanentes e fez relatos das atividades, ressaltando a importância do memorial para o Estado.
Em uma rua, um bar também chamou a atenção, não só pelos anúncios, mas também pelo seu interior.
Tá com Dinheiro, PARE. Tá liso, vá passando |
Em conversa com o atendente e dono do espaço, disse ele que lhe falta espaço. Se o tivesse, certamente teria o bar mais transado da cidade. Criatividade eu tenho, complementou o sujeito.
O ambiente realmente esta muito pequeno.
O Centro de Turismo de Natal, um grande complexo de propriedade do Estado, hoje está cedido para uma cooperativa de artesanato.
O prédio, datado do século 19, foi abrigo de mendigos, orfanato e cadeia pública. Hoje é o centro de turismo da cidade.
O Forte dos Reis Magos, antiga edificação militar, hoje também tem funções turísticas, estando sob a administração do Instituto do Patrimônio Histórico e Artístico Nacional.
A tarde ficou curta para os passeios. Passou rapidamente, e a noite ganhou terreno na capital potiguar.
Retornamos para a Pousada Arco Iris, para um banho e mais tarde uma boa janta, dando assim como concluídos os passeios pela Natal.
Fotos e Relato: Gilberto Cesar
Moto Grupo Com Destino
Porto Alegre - RS
comdestinomotos@gmail.com
gilberto-cesar13@hotmail.com
Moto Grupo Com Destino
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