Encontro de Motos em Melo
O Final de semana, 14, 15 e 16 de novembro, marcou no calendário internacional de motociclismo o 11º Mega Show de Motos da cidade Melo, Cerro Largo, Uruguay.
A organização do evento é do Moto Clube Moto Maníacos, o que na prática, hoje, extrapola em muito o âmbito interno.
Na verdade o encontro de motos é da cidade.
Esta se envolve toda, incluindo aí os poderes locais, comércio, turismo, segurança e população em geral.
O nosso MOTO GRUPO COM DESTINO, pelo segundo ano consecutivo, participa desse mega encontro.
Em 2013 com Gilberto Cesar, Anderson e Deise Wartha.
O casal na época estreava em viagem e evento de âmbito internacional.
Para este ano de 2014, o retorno a Melo, agora se deu com Gilberto Cesar, Anderson, Deise Wartha e Paulo Figueiredo.
A parceria com o Moto Casal "Os Aliens", Afonso e Nelsi, de Santa Cruz do Sul, por combinação, rendeu ao grupo novamente a companhia destes dois amigos para mais esta viagem.
Antes do relato propriamente dito a homenagem e a alegria em ter conhecido e ter como parceiros de MG COM DESTINO os amigos Anderson e Deise.
Conhecemo-nos em novembro de 2013, praticamente minutos antes da viagem para Melo.
Passado o tempo, é muito bom continuarmos parceiros, amigos e estradeiros.
Somos gratos por essa amizade.
Mas lá se fomos para Melo, no Uruguai.
Melo é uma cidade do Uruguay, capital do departamento de Cerro Largo. Situada no nordeste do país, seu território faz divisa com os municípios brasileiros de Herval e Pedras Altas, no estado do Rio Grande do Sul.
Via rodoviária, de Porto Alegre, as opções para chegar a Melo são: BR 153, Bagé / Aceguá ou BR 116 Pelotas / Jaguarão.
Ponto de Encontro
Inicialmente marcada para o meio-dia da sexta-feira, dia 14, a saída para Melo pôde ser antecipada para as 9h, dada a liberação de um dos participantes frente a compromissos particulares.
Jonas Costa, que encontrou pequeno contra-tempo de última hora, comunicou a impossibilidade de acompanhar o grupo.
Com a definição de trajeto, indo por Bagé, com retorno via Jaguarão, a combinação com o Moto Casal "Os Aliens", previu-se então encontro em Pantano Grande, para as 10h30 de sexta.
Anderson e Deise, fariam a viagem somente no sábado, dia 15, saindo da cidade de Feliz muito cedinho, às 5h.
Um pequeno atraso
Paulo Figueiredo, quando do trajeto de sua casa para o posto laçador, encontrou uma barreira policial por parte da Brigada Militar. Estavam parando, identificando e revistando os baús das motocicletas numas ruas da capital.
Isto o retera por mais de trinta minutos, e resultando num atraso inesperado para a saída.
Paulo estava estreando o baú da sua nova Versys.
Frente a isso, nem a foto registro do início da viagem, como de costume, foi possível de fazer.
O grupo:
Gilberto Cesar, Shadow 600 e Paulo Figueiredo, Verys 1000
Afonso e Nelsi, Shadow 600
Anderson e Deise Wartha, Hornet 600
Porto Alegre / Pantano Grande:
Visando a não aumentar ainda mais o tempo de espera dos "Aliens", em Pantano Grande, o deslocamento de Gilberto Cesar e Paulo, via BR 290, foi sem dar folga para o acelerador, apesar do tráfego na região carborífera ser sempre de grande intensidade.
Em meio a esse deslocamento, até Pantano Grande, a dupla do MG COM DESTINO por diversas vezes teve a companhia de um casal motociclista numa Yamaha Tenere 660, de cor azul, com placa de Porto Alegre.
Chegando a Pantano Grande, a esporádica e temporária companhia terminou, seguindo em frente o casal da Yamaha.
Em Pantano, a alegria em rever o amigos "Os Aliens". As desculpas pelo atraso, o abastecimento da Shadow e a seguida em frente.
Antes, porém, uma recomendação, a primeira do Afonso, esclarecendo: "no último trevo, antes de pegar a 153 para Bagé, temos que abastecer as motocicletas. Não existe posto de combustível dali até Bagé, e são 160km de distância".
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Em Pantano Grande, encontramos Os Aliens |
Combinados e atentos, começou o segundo trajeto.
Pantano Grande / Bagé:
Cuidando o Combustível
Agora, o grupo que se reforçara em mais uma moto e, sob um sol intenso e uma temperatura orbitando a casa dos 36ºC, começava o deslocamento, ainda na BR 290, até a BR 153, para Bagé.
Algumas horas após, e já quase beirando o meio dia, aproxima-se a hora de reabastecimento, bem como o trevo referido pelo Afonso.
Então a parada, o abastecimento de motos e de motociclistas.
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1ª Parada para Lanche |
O local, Posto Pedreira, de bandeira Petrobrás, e Restaurante e Lancheria da Fonte, que são são últimos, para quem vai pegar a BR 153.
Combustível para as motos,
o máximo no tanque paras as shadows (a autonomia destas é bem restrita) e pasteis para os motociclistas.
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Gilberto Cesar, Afonso, Paulo e Nelsi |
Comida leve, dados os fatores: direção, calor e horário do deslocamento.
Aliás, já é de praxe, e sempre recomendado pela Nelsi: "comer pouco e sempre à base de lanches", este é o ideal.
Em meio a conversas com a proprietária do posto, restaurante e lancheria, ficamos sabendo que aquele o local pertence a Caçapava do Sul, mas que está distante 45 km desta; está a 40 km de São Sepé, a 160 km de Bagé e a 80 km de Cachoeira do Sul.
Disse a senhora proprietária: "estamos aqui no meio do nada, ao lado de coisa alguma".
Quanto à existência de uma placa que alerta para o "último abastecimento antes de Bagé", falou que a placa foi retirada da estrada pelo Denit, que entende que se tratar de propaganda para o posto, em meio à estrada.
Certamente isso implica em grande problema para quem não conhece o local, a estrada, e a inexistência de postos para abastecimento.
Graças ao Afonso, que já conhece o percurso, não tivemos nenhum problema.
Ainda aqui nesta parada, travamos diálogo com um motociclista vindo de Getúlio Vargas, que desconfiou do trajeto, e resolveu voltar para se certificar.
Ao perceber que sua intuição falara mais alto, voltou, abasteceu sua Harley Davidson, trocou algumas palavras conosco e pegou novamente a estrada.
Estava também indo para Melo.
Feito isso, o posto foi deixado para trás, bem como a famosa placa e, tocamos em frente ganhando a BR 153.
Na BR 153:
muito calor e novos parceiros
Mal foram logrados os primeiros quilômetros do novo trajeto e uma parada forçada lá pelos 10km percorridos.
Obras na estrada com placas sinalizando para o tráfego em meia-pista.
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Afonso e Nelsi, a minha Shadow, Paulo e o casal de P.Fundo |
O jeito foi parar, desligar as motos (economizar combustível) e travar conversas.
Tal qual nós, a seguir também parou uma Honda Translap 700, conduzida por um casal passo-fundense, que confirmou ter feito o abastecimento lá no posto Pedreira.
Sob um tremendo sol e calor, a espera para a liberação da pista durou mais de vinte intermináveis minutos.
Por rádio, o controlador foi informado que já podia liberar o comboio que se formara, e lá se fomos.
Assim, aconteceram mais paradas para esperar a liberação de pista.
Na terceira, encostou mais uma moto. Agora era uma Yamaha, Tenere 660, de cor azul.
Casualmente a mesma moto, aquela que temporariamente nos acompanhara no trajeto entre Porto Alegre e Pantano Grande.
Novos cumprimentos e agora éramos cinco motos, todas no maior cuidado para não desperdiçar combustível. Depois de os 160 km serem logrados com tranquilidade, sem incidentes, contornamos a Bagé, a uma distância considerável do centro da cidade.
O bendito abastecimento aconteceu no Posto Ollé, já na estrada que leva para o município de Aceguá.
Nesta parada, descanso e as apresentações: o casal de Passo Fundo são Orinei e Robriane; e o casal de Porto Alegre: Márcio e Michelle. Todos tinham o mesmo Destino: Melo, no Uruguay.
Uma foto para registo, e uma volta para a estrada.
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Paulo, Gilberto Cesaar, Afonso, Nelsi, Orinei, Robriane, Michelle e Márcio |
Bagé para Aceguá:
o Uruguay a 60km
Ao longo desse deslocamento, um número considerável de motociclistas cruzavam pelo nosso comboio, empregando alta velocidade. Eram as esportivas e as similares que, como sempre, literalmente rasgam os ventos.
O alto fluxo prenunciava que Melo teria uma presença maciça de gaúchos.
E chegamos a Aceguá:
dois Municípios, mesmo nome, dois países!
Aceguá, o brasileiro, é um pequeno município gaúcho pertencente à região da Campanha Meridional.
Aceguá, o uruguaio, é um município menor ainda, que é pertencente ao Departamento de Cerro Largo.
Difere do nosso, dada a zona de livre comércio, o que permite a abertura dos Free Shops.
Ambas estão separadas apenas por uma rua, onde um marco imponente alerta para a divisa internacional.
Uma parada com mais vagar para um passeio pelos Free Shops da cidade.
Aqui, já no lado uruguaio, a notícia recebida por meio do "guardador de veículos", em frente a um dos free shops, de que o governo decretara uma Lei que diz que em todo o território uruguaio é obrigatório o uso de um "jaleco refletivo" por parte dos motociclistas.
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O guardador de carros e "motos" e a notícia do jaleco |
O não uso implica em severa multa.
A preocupação foi geral e, quase chegando ao local para os procedimentos de imigração, já se podia notar um grupo de brasileiros vestindo o tal "jaleco" de cor verde limão, berrante.
Na Imigração
Mal começamos a entregar a documentação e a fatal pergunta, endereçada aos policiais da imigração: é obrigatório o "jaleco"?
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Documentação para ingresso no País vizinho |
"Que nada" foi a frase pronunciada por uma policial, ao que reforçou o colega dela, um outro policial aduaneiro: "vai estar franqueada a passagem dos brasileiros para Melo.... e tem mais: - prosseguiu - em Melo, temos a única cidade do Uruguay onde não se cumpre nada, lá nem 'casco' é obrigatório para circular na cidade. Vão tranquilos!", concluiu o policial.
Casco equivale ao capacete para os motociclistas brasileiros.
Em Aceguá, perdemos de vista o casal de Passo Fundo, e ingressamos no país vizinho.
Melo:
O local do encontro
Como perdêramos os passo-fundenses, ingressamos em solo uruguaio entre quatro motos.
A amizade com Márcio e Michelle se consolidava a gosto, restando ainda que ambos residem no mesmo bairro que Paulo Figueiredo, em Porto Alegre.
De Aceguá para Melo são pouco mais de 60km, portanto, jogo muito rápido.
Em meio ao deslocamento, avistamos um grupo de Harleys estacionado, em que seus condutores, perfilados, orientavam para a necessidade de baixa velocidade ao cruzar por eles.
O motivo para tal era que um motociclista desse grupo havia cruzado direto em uma das curvas.
O certo é que a máquina e o condutor estavam sobre a grama.
Pela tranquilidade desse grupo, que passava de vinte motociclistas, somada ainda a visão que se tinha da cena, pareceu-nos ser um incidente sem gravidade alguma.
Isso foi o que nos pareceu.
E chegamos a Melo.
De plano, a pergunta tradicional para um transeunte, feita pelo Afonso: "moço, onde fica o Hotel Crown?", ao que um uruguaio explicou, porém, num floreio muito prolixo, considerando é claro o local onde estávamos para o endereço desejado.
Márcio e Michelle, que haviam efetuado reserva para um outro hotel, também ouviram do prolixo transeunte uma explicação, ainda maior.
O hotel de ambos se situava na entrada da cidade, local que já havíamos deixado para trás.
Nos despedimos ali, com a promessa de nos "encontrarmos" no"encontro" de motos.
Nós passamos em frente ao hotel, nos certificamos dos trajetos e seguimos direto para o local do evento.
O encontro de motos sempre acontece no Parque Zorrilla de San Martín.
O amplo local conta com um teatro de verão, uma fonte d'água e muita área verde.
Na rápida visita, tempo suficiente para ver alguns dos personagens presentes no evento,
com destaque para um grupo de lambreteiros, oriundos da cidade gaúcha de Tapejara, que vieram rodando até Melo.