A saída da bela Jaguarí foi bem tranquila e vários foram os comentários a respeito da beleza e da agradabilidade, vista e sentida na rápida visita ao município.
Pela programação constante, a próxima parada aconteceria na cidade de Unistalda, a 81 km a diante. De alteração significativa, somente no clima, que aos poucos começou a apresentar um vento mais gelado e nuvens carregadas no céu. Em pouco tempo tudo nublou.
E o grupo chegou a Unistalda.
Na pequena cidade, um recorrido pela área central, conversas com um morador super bonachão, bem em frente a prefeitura, local onde o Ronaldo foi tomar um cafezinho.
|
Unistalda |
Esgotada a visita, o grupo seguiu o rumo do vento.
O destino agora era a cidade de São Borja, a fronteira com Santo Tomé, na Argentina.
Em pouco tempo, começaram os primeiros pingos de chuva. O comboio continuava o deslocamento quando o aguaceiro desandou. Rapidamente, Afonso, que ia a frente, sinalizou; todos pararam e a corrida para a colocação das roupas protetoras de chuva começou.
Chegou-se em São Borja quando os relógios marcavam um quarto de hora além do meio dia. A direção foi um restaurante bem na entrada da cidade. Ali o grupo se desfez das roupas molhadas, alguns foram revisar as bagagens e todos trataram do almoço.
Nas conversações, a indagação primeira era a seguinte: por onde anda a dupla Arli e Brito, os desgarrados do comboio,,, ?
Na sequência, escutou-se por parte do Paulo rasgados elogios para o desempenho e performance da sua nova motocicleta. |
Paulo, super feliz com sua nova motoca. |
Esgotado o almoço, logo chegou-se as aduanas conjuntas do Brasil e da Argentina. A parada foi obrigatória, e logo adiante dois motociclistas, também protegidos com as roupas contra as chuvas, estavam a apresentar seus documentos para os alfandegários argentinos. Ali estavam, Arli e Brito. |
Aduana conjunta Brasil - Argentina |
Com isto, o grupo estava se recompondo novamente e, feito os trâmites, e pagamento da Carta Verde para quem não levara, todos se encontravam aptos para rodar no País vizinho.
Nesta oportunidade Arli explicou que ao tentar sair do posto, lá em São Vicente do Sul, um carro momentaneamente o trancara. Que quando liberado pegou a estrada, porém se deu conta uns trinta quilômetros depois que alguma coisa estava errado, e retornaram até o posto novamente.
- "Eu segui o Arli", disse o uruguayo José. Brito.
Santo Tomé dista pouco mais de 20 km da ponte internacional, sobre o Rio Uruguai e, logo se chegou a bela e histórica cidade, repleta de monumentos, painéis, inscrições e cruzes missioneiras. A impressão, primeira, foi marcante.
De imediato, parada para reabastecimento eis que os fatores cambiais estavam prá lá. de favoráveis, estando o litro de gasolina menos da metade dos preços praticados no Brasil.
A chuva continuava forte, e questionadas algumas pessoas, uns não sabiam, outros desconheciam e poucos haviam escutado a respeito de encontro de motos na cidade.
Uma senhora, que de sua casa escutara um dos diálogos, saiu em plena chuva e disse:
- El evento es en Quinta San Valentin. Está lejos, pero mi marido trabaja allí. Siga recto, dé la vuelta a la rotonda y siga recto.
Foram algumas idas e vindas, tendo o Arli desgarrado por uma rua contramão, mas deu tudo certo.
Na rodovia que leva para as cidades de Alvear e Paso de Los Libres, ali se encontrava o local do evento e, a ele se ingressou, depois de lograr uma grande porteira.
Poucas motos foram avistadas, assim como também o número de motociclistas. Enquanto se peleava contra o barro ou a grama escorregadia, as motocicletas foram subindo o íngreme terreno e aplausos foram sendo escutados.
Sob muita chuva as motos foram sendo estacionadas e a caminhada para o galpão, onde acontecia o evento foi o passo seguinte.
Foram vários os acenos e um susto eis que o Ronaldo, olhando para um lado não notou que a sua frente haviam degraus em descida. Conseguiu descer um e desabou ante os quatro degraus seguintes. Vários acorreram, mas tudo ficou legal. O capacete que o parceiro não retirara, foi fundamental nesta queda.
Estava-se assim no
"6tº Encuentro de Motos Nacional e Internacional."
A recepção no evento foi excelente, as indagações eram ligeiras e as apresentações foram muitas. Não havia muitas pessoas e nem tantas motocicletas naquele momento e as razões eram óbvias: estava-se em plena sexta-feira, 16 horas e a chuva era intensa.
- "Este encontro de Santo Tomé, disse um dos organizadores, sempre recebe uma multidão. de motociclistas de toda a região e também do Brasil, ... Mas com esta chuva......
A isso fomos, enfáticos que o que interessa são as viagens, as distancias e, que os eventos de motos são, tão somente, a agulha da bússola motociclística.
- "A noite, teremos um jantar, podem comprar ingresso aqui" .. , disse uma senhora que se encontrava no reservado para a vendas de bebidas.
Neste quesito, falamos da necessidade da troca de moedas, reais por pesos, ao que disseram não ser problema, eis que um amigo de alguém, ali, detinha uma casa de câmbio.
- "Logo virão aqui para atende-los"
Na sequência. foram distribuídos lanches para os recém chegados, pão com linguiça. Simultaneamente, falaram os organizadores a respeito do local do evento, que na verdade é um grande sitio com toda a infraestrutura capaz de receber um grande número de pessoas. Piscinas, churrasqueiras cobertas e a céu aberto, espaço para camping, etc.
- "Este lugar é de locação", complementou uma motociclista argentina.
Em frente ao evento e, por indicação, foi-se ao Hotel Las Cabanas, para ver da disponibilidade de hospedagem. Tudo acertado, o grupo logo foi distribuído em cabanas, próximas umas das outras. Ali ficaram estacionadas as motocicletas, houve a troca de roupas e, exceto o Moto Casal Os Aliens, que preferiam ficar descansando, os demais retornaram para o evento.
|
Hotel Las Cabanas |
De volta ao convívio. motociclístico, as conversas se seguiram, as troca de informações e também hora de colocar os nossos estandartes no varal do evento. Ali foram pendurados os símbolos do Moto Amigos RS, do Virando Rodas e do Moto Grupo Com Destino.
|
A colocação dos Estandartes |
Chegou a noite em Santo Tomé, a chuva não cedeu em nada e o público no evento pouco melhorou.
Ao longo do jantar, Ronaldo informou que na manhã seguinte estaria indo a Uruguaiana, visitar parentes, que rodaria até Paso de Los Libres, 126 km onde atravessaria a ponte.
Neste mesmo sentido, Afonso e Nelsi manifestaram a intenção de retorno para Santa Cruz do Sul, também na manhã do sábado.
- "A chuva não vai parar", justificaram os parceiros.
Esgotado o jantar, "arroz con pollo", o grupo se recolheu para o hotel. |
Aspecto do evento |
Manhã de sábado, o despertar, o café e as despedidas aos amigos que partiriam.
Um pouco depois, por meio de dois táxis, o quinteto Paulo, Gilda, Arli, Brito e Gilberto Cesar desembarcaram no centro da cidade para passeios e compras.
Chamou muita a atenção a arquitetura local, a quantidade de painéis, pinturas, esculturas e símbolos jesuíticos distribuídos pelas ruas e praça central. Uma bonita igreja, complementa o cenário santo-tomense.
Esta incursão, por lojas de departamentos, acessórios para motos, supermercados e restaurante, foi muito sob as marquises, visando a proteção das chuvas que cedia espaçadamente, por vezes.
|
Passeios por Santo Tomé |
|
Uma Parrillada |
Notas recebidas dos parceiros, davam conte de que o Ronaldo almoçara em Paso de Los Libres e já atravessara a ponte para Uruguaiana. Afonso informava que o Moto Casal Os Aliens, já se encontrava em casa, em Santa Cruz do Sul, porém observava ainda: "... previsão é de muita chuva e ventos para Estado nos próximos quatro dias. Cuidem-se".
No entardecer o grupo retornou para o evento que recebia um bom número de participantes. A chuva parara de vez. Os expositores vendiam os seus produtos, a música alta acontecia e logo começou os shows com jovens bandas argentinas.
|
Um dos expositores |
A festa estava animadíssima, os embalos eram geral e as conversas precisavam ser gritadas.
Pelas tantas, uma parada para homenagear alguns dos presentes. O regalo era um lindo copo artesanal em metal, adornado com correia de moto. O grupo de brasileiros recebeu um exemplar e o amigo Brito também recebeu um copo, eis que fora o motociclista que percorrera a maior distância.
Foi passado para as minha mãos a recordação do evento ao que repassei ao amigo Arli, eis que fora ele o mentor deste passeio.
|
Recebimento da Homenagem |
Esgotou-o sábado.
O domingo amanheceu com tempo nublado e um pouco gelado. A combinação do grupo cabaneiro, era tomar café na estrada, já em território brasileiro, com saída prevista para as 8 horas.